IV.VIII. Doce melodia

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por Uchiha Sasuke...

Aterrizei entre eles e a entrada do esconderijo. Parte dela estava destruída e pressionada contra o primeiro nível daquele labirinto, dando de certa maneira um acesso muito maior para o resto do subterrâneo. O eco de toda a estrutura fluía para fora com agilidade ao passo que a brisa externa ventilava melhor lá dentro.

Que não fosse tarde demais...

Fui capaz de enxergar os chakras de Karin e Sakura em algum lugar lá embaixo, mas não podia dizer com clareza se estavam bem ou não. Mais dois níveis subterrâneos as separava da superfície. Esperava que aquela parte da edificação não tivesse sido comprometida com os transtornos causados em cima.

Aparente, os mesmos nukenis de Kirikagure que nos abordaram meses atrás conseguiram reaver nosso rastro, estando de volta a nos incomodar. É desnecessário tentar descrever o quão no limite eu me encontrava por causa disso.

Precisei de muito alto controle para não abrir suas gargantas com a lâmina da minha espada. Mal teriam tempo de piscar entre uma morte e outra se eu tivesse cedido a minha raiva.

– Sozinho, Uchiha? – perguntou o líder, encarando os meus pés. Atrás dele, os três outros ninjas sorriam seguros de si fitando a mesma direção. Evitavam os meus olhos... Uma atitude puramente ilusória, diga-se de passagem. Ainda não me impedia de atingi-los de mil maneiras diferentes se assim quisesse.

Juugo tinha se separado de mim no mercado para agilizar nas buscas por mantimentos. Não tive tempo de procurá-lo quando senti a interferência no campo de chakra. Estava sozinho contra quatro nukenis, nada muito relevante enquanto pudesse mante-los sempre do lado de fora.

– Não deixe minha postura indiferente dissimular seu julgamento – avisei.

– Ah, é claro que não! Seria um tolo se achasse que a raiva não está comendo você vivo neste momento. Acredito que incomodei sua esposa, certo? Tem sido difícil esconder nossos chakras de vocês, sem falar nessa rotina esquisita que assumiram por aqui.

Então era isso, estavam nos vigiando há dias... Eu me questionava sobre a maneira que tinham escapado.

– O que fez para querer tanto seu nome fora daquela lista? – Questionei.

– Além de lhe incomodar? Percebi tarde demais que percegui-lo é ainda pior do que o destino que os Cinco Kages reserva para mim, quer dizer, no máximo irão me condenar a pena perpétua... Mas você me subjugou na frente dos meus subordinados, não vou deixar isso barato.

– Ainda não responde minha pergunta – provoquei, erguendo uma sobrancelha.

– Ayaname Kenzo – bradou ele – Ceifeiro de Kirikagure. Fui contratado, há muito tempo, pelo segundo Mizukage a exterminar crianças de outras nações potencialmente capazes de se tornarem Jinchuurikis... O clã Uzumaki, em especial, sofreu sobre minhas lâminas.

– Deveria estar morto, já faz tanto tempo assim.

– Depois de lhe entregar crianças esquartejadas, até mesmo a Morte se recusa a me ver de maneira natural. Acho que ela só me ignora. É seu castigo particular para mim.

A maneira como ele disse aquilo: calmo e sorridente, claramente orgulhoso pelo seu passado, trouxe até mim um nojo imensurável.

E pensar que eu teria sido capaz de dizimar uma vila inteira sem nem piscar, assim como aquele homem agia... Pensar que eu poderia ter me tornado ele, um ser humano repulsivo.

– Foi o que nasci para fazer, meu caro Uchiha: reconhecer, torturar e eliminar crianças poderosas enquanto elas gritam por socorro... Por isso você esquecerá de mim em nome da minha liberdade, apagará o meu nome desse pergaminho imundo.

Decisões (SasuSaku)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora