Miguel
"Então começamos hoje, Flávia. Espero que dê tudo certo, e que você consiga me aturar".
Assim que acabo de escrever isso, saio do meu quarto.
Estou nervoso. Muito nervoso.
Como será que vai ser só nós dois juntos?
Mas primeiro eu tenho que ligar para ela, para saber onde vamos nos encontrar ou se eu vou busca-la na sua casa — disco o número que o Ben me deu. Ela havia mudado o seu número.
Me lembro que no mesmo dia em que ela viajou eu liguei para ela várias vezes, chamava, chamava, mas no final sempre caia na caixa de mensagem. No outro dia tentei novamente ligar para ela, mas para a minha infelicidade dizia que esse número não existia.
Ela havia mudado de número, ela não queria que eu ligasse para ela.
— A-alô — Flávia diz com voz de sono.
Como assim? Já são três horas da tarde.
— Flávia? — Chamo o seu nome. É tão bom chamá-lo novamente.
— Quem é? — Ela pergunta.
Sério que ela não conseguiu reconhecer a minha voz?
— Sou eu, o Miguel. A gente começa hoje... — tento me lembrar se era hoje mesmo que a gente começava, e sim é hoje. Ela deve ter se esquecido. Ou pior, tentado esquecer.
— Aí, droga! Eu... eu já estou me arrumando — consigo ouvir ela descendo de algo.
Ela não me engana, eu sei que foi eu que acabei a acordando.
— A gente vai se encontrar em algum lugar ou eu vou aí na sua casa? — Pergunto por fim, esse tinha sido o motivo principal da ligação, mas eu estava adorando conversar com ela.
— Não! Na minha casa não — ela diz rápido, o que me doí um pouco.
— Então a gente se encontra onde? — Eu queria que a gente se encontrasse na sua casa, mas ela já não queria a mesma coisa que eu. Ela queria distância.
Mas isso eu não sei se dou a ela.
— Pode ser qualquer lugar, você me diz e eu vou — ela diz e eu percebo que ela não está muito para conversas. Não sei se é porque acabei de acordá-la, mas acho que o motivo seja mais eu mesmo.
Ela não quer conversar comigo, pude perceber isso ontem. Ela estava muito desconfortável.
— Pode ser no parque? — Pergunto imediatamente, pois foi o primeiro lugar que apareceu na minha mente, mas acabo não obtendo resposta, então chamo novamente o seu nome — Flávia...
— Pode sim... pode ser no parque — ela estava hesitando.
— Vou estar te esperando — eu não queria terminar a ligação, mas era o jeito. E pelo menos nos iríamos se ver em poucos minutos.
— Eu chego logo — Flávia desliga a ligação logo em seguida.
Vamos realmente ao parque? Ao nosso ponto de encontro.
Ainda não estou acreditando.
Bom, mas é melhor eu ir logo.
Saio de casa, entro no meu carro e vou em direção ao parque.
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Sentimentos Aflorados
Romance- LIVRO 2 - Passaram-se 5 anos desde a sua viagem para Natal e muita coisa havia mudado em sua vida e assim tudo ia bem no dia a dia de Flávia, até que, ela se vê numa situação muito difícil. Aceitar ou não aceitar ser a madrinha de casamento da Jad...