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(3 Meses depois)

Flávia

Estou no meu trabalho agora, mas desde que me acordei hoje pela manhã estou me sentindo mal. Tomei remédio antes de vim para o trabalho, e até que passou, por um tempo, essa dor abdominal.

Ainda bem que o Miguel já havia saído para ir ao seu trabalho, porque senão ele não deixaria eu sair de casa para vim para o meu. E do jeito que estou atarefada de reportagens, eu viria de qualquer jeito.

A parte da manhã passou-se rapidamente.

Na hora do meu horário de almoço, mando uma mensagem para o Miguel, como faço em todos os dias. Já virou um hábito da gente.

— Como está indo o seu trabalho?

— Já estou cansado de tanto fazer/editar propagandas. Queria descansar e ter você ao meu lado.

Dou um sorriso ao ler a mensagem. Pode conter poucas palavras ou ser a coisa mais simples do mundo, mas é sempre tão bom ler essas coisas, deixa o nosso dia mais feliz.

— Mais tarde estaremos juntos.

— Sim, mais tarde, mas agora eu tenho que desligar o celular. Estão me chamando, até mais. Beijos.

— Beijos. — Deixo de falar com ele e coloco meu celular em cima da mesa. Abro minha quentinha e mexo na comida que havia ali: arroz, feijão, macarrão e panquecas. Uma refeição mais que saborosa, mas que de uns dias para cá já não gosto mais. Só que eu tenho que me alimentar, nem que depois eu coloque tudo para fora. Como sempre acontece.

Falando com o Miguel? Eva pergunta em pé ao meu lado, sorrindo. E eu deixo de olhar para minha comida que está me chamando para ser saboreada, mas que eu não tenho nenhuma intenção em comê-la. Eva aqui, foi como um escape. Ela fala demais e nem vai se importar se eu deixar de comer, para escuta-la. E se ela perguntar algo a respeito, eu invento alguma desculpa ou digo que já comi alguma coisa antes, por isso estou sem fome.

Ela foi uma das primeiras pessoas que eu fiz amizade assim que eu vim trabalhar aqui, na verdade, foi ela quem veio falar comigo. Me lembro vagamente que depois que terminou a minha apresentação todos vieram me cumprimentar, menos ela, que só me deu um sorriso e só quando eu já estava na minha sala, ajeitando meus papeis, foi que ela bateu na porta. Entrou. Apertou minha mão e não se contentando com isso me deu um abraço aperto, como se já fossemos íntimas, me desejou parabéns e boa sorte, o que se é de precisar mesmo, pois aqui não é nada fácil. E desde esse dia em diante somos amigas, nossas salas são próximas uma da outra, almoçamos juntas, as vezes ela vai na minha casa, assim como eu vou na dela. Ela é como um porto seguro, para mim, aqui no trabalho. E olha que já faz um ano e seis meses que trabalho como Jornalista. E essa é a mesma quantidade de anos, que tenho de amizade com a Eva.

Eva é uma amiga adorável, extrovertida e muito comunicativa. O oposto de mim. Sua beleza e comprometimento, acabam com qualquer um. É uma morena de cabelos crespos, na altura dos ombros, de cor preto. Olhos também da mesma cor. É um pouco mais baixa que eu, mas quem disse que altura realmente importa quando se tem uma postura extremamente profissional? Ela trabalha aqui faz cinco anos e só tem elogios. O que não é pra menos.

Estava falando respondo sua pergunta, rindo. Chamaram ele bem na hora ela faz uma cara de "sinto muito", pois esse é o único momento que eu tenho para falar com ele aqui, na empresa.

Posso almoçar com você? Pergunta em seguida.

Claro que sim, não precisa nem perguntar, Eva aponto para a cadeira vazia que havia de frente para mim e ela logo se senta na mesma.

Sentimentos AfloradosOnde histórias criam vida. Descubra agora