Capítulo 4

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Mellany


— Como ela está? — Jess pergunta para o médico que me encara profundamente.

Os seus olhos estão devidamente abertos e na minha direção, enquanto eu sinto os meus dedos sobre o lençol. Não deveria ter acontecido isso, não era assim que imaginei hoje.

É o aniversário dela e odeio que ela esteja tão preocupada comigo ao ponto de deixar de lado o seu dia.

— Ela está desidratada. Precisa comer no momento certo. Ela está trocando a comida diária por nenhuma alimentação. Se continuar assim, vou ter que interná-la por alguns dias para verificar o que houve realmente. — Ele diz sério. — Preciso me informar se não seja algo mais sério ou se é apenas psicológico.

A minha irmã me fuzila com os olhos.

Não adianta ser alto, cabelos castanhos e olhos claros, com aquela barbinha sensual. Eu não estava gostando dele.

Incrível como os mais bonitos são os mais chatos. Sorrio com o meu próprio pensamento.

Me levanto e pego as minhas coisas. Já que levei alta, preciso ir embora e me arrumar para a festa de aniversário de Jess.

— Não esqueça de comer! — Ele fala alto.

Reviro os olhos quando tento olhar para os dele, que no caso, não consego. Ele é muito alto. O médico parece saber que estou o encarando, com certa frequência e frustração.

Eu quero que ele saiba, pois a minha aalimentação não está em dia por motivos particulares. Sempre que venho aqui, ele tinha os mesmos olhos vagos de julgamentos.

— Não adianta ser tão bonito. Você é rude!

— MELLANY! — Minha irmã me repreende.

— Está tudo bem. — Ele fala com um sorriso encantador, mas ainda rude.

Espero uns segundos, talvez esperando que ele pudesse dizer mais algo. Passo as mãos no meu corpo, ainda com o short curto, e viro-me na direção da porta.

Há muitas perguntas que eu quero poder fazer, nas precisava de tempo.

Saio da sala como um fogo, furiosa por saber que um misterioso homem havia me salvado e não ficou para se certificar de que eu ainda estivesse viva ou não. Bom, certamente ele não tem o direito, mas o caráter faltava. Por que ele me salvou? Obrigação? É algum tipo de guarda ou policial?

Quem salva alguém e desaparece do mapa?

— Não esquece da maçã. — Ouço a voz do médico assim que entro no corredor.

O médico está na porta assim que viro o meu rosto na outra direção. Reviro os olhos.

O que ele pensa que é para me encarar assim?

— Vamos logo. — Pego no braço de Jess.

O caminho foi longo até em casa. Não disse uma palavra se quer.

Minha irmã estaciona o carro na frente de casa e desce. Bato a porta ainda séria e olho para os lados. Já estava quase na hora. Tenho que me arrumar rápido.

Sinto um calafrio estranho no corpo, paro de andar e ergo os meus olhos para no rumo do hoje. Cambaleio a visão pelas janelas altas até perceber um homem de uma longa distância. Vestido de azul. Não consigo ver seu rosto muito bem, mas não me era estranho. Ele com certeza era o vizinho novo.

O mesmo acena como se me conhecesse e aceno de volta, por educação, e ando até a porta.

— Não quero saber de você ficar sem comer, ouviu? — Jess diz cruzando os braços e me encarando. O que me deu um susto.

Entramos em casa, juntas.

— Eu sei, mãe! — Digo ironizando e desço as escadas enquanto ela me segue.

— É sério Mel. Tenho que cuidar de você! — Ela diz e reviro os olhos. — Morar comigo tem que ter regras, nada de ficar doente por falta de comer!

— Eu sei! — Repito e dou um beijo em sua bochecha, num movimento rápido. — Vou me arrumar então.

Subo a escada novamente correndo e entro no banheiro para um banho demorado, preciso de um tempo na água para tirar qualquer vestígio de hospital que tenha ficado em mim.

Encosto a minha testa na cerâmica do banheiro e deixo a água escorrendo pelo meu corpo.

Tento me lembrar do rosto do homem que me salvou. Não consegui. Todas as tentativas falham. Só sei que ele era loiro, e isso já era o bastante.

Termino o banho, escovo os dentes e vou escolher uma roupa.

Peguei um vestido tomara que caia, com formato circular, acima do joelho. Um salto alto preto. Seco o cabelo e faço alguns cachos nas pontas, o que eu adoro fazer. Passo uma maquiagem de leve e um batom cor de pele.

Já é mais de sete horas e já ouço o papiar no andar de baixo.

— É agora. — Sussurro me olhando ao espelho.

Suspiro e vou até a escada.

Suspiro e vou até a escada

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Até o próximo capítulo....

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