Capítulo 11

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       A aula de cálculo acabou, graças a Deus. Minha cabeça estava explodindo. Queria ir embora, não sei o que está acontecendo comigo, so tenho sono.

Muito sono.

       Estava tentando evitar o sono quando a diretora Martins entra. Uma mulher de quarenta e tantos anos. Bem rígida. Tanto no modo de se vestir, tanto no de falar.

— Bom dia! — Ela diz quando todos os alunos faziam farras na sala.

       Alguns em cima das carteiras, outros no fundo fazendo um coro musical, outros atividades — os nerds da frente — e eu, quase dormindo sentada.

       Judy havia saído para bisbilhotar a sala da Sra Martins, e ver o novo professor de Ciências experimentais.

— BOM DIA! — Ela aumenta o tom de sua voz, todos se entreolharam e sentaram-se em seus lugares, assustados.

       Judy entra na sala cautelosa e corre para trás de mim, com um sorriso esbanjador nos lábios.

— Tem novidades! — Sussurro rindo.

— Ele é maravilhoso, da OI pra menina que vai está solteira daqui meia hora! — Comecei a rir com ela.

— Estou atrapalhando algo senhoritas? — Sra Martins diz nos encarando. Paramos de rir por completo.

— Estava, mas já terminamos! — Judy diz e todos da sala começa a rir baixo.

— Tá maluca? — Sussurro e olho para o Sra Martins. Ela não estava com a cara muito boa.

— Estou aqui hoje para informar... — Sra Martins começa a falar alto — Que o professor Shon viajou para fazer alguns exames, ele está passando por um pequeno momento difícil e que vai melhorar rápido. Ele deixou como substituto seu filho Júlio Gleaton para dar aula a vocês até os últimos meses desse  semestre! — Ela diz e todos prestavam atenção no que ela dizia.

       Judy era a que mais prestava atenção.

— Por favor! — Ela diz olhando a porta aberta da sala.

       Olhava profundo para ver o professor esperado por Judy.

       De terno, alto, cabelos escuros, olhos verdes escuros, boca rosada com barbas feitas. E um belo sorriso.

       Eu o encarei, não achei tanta coisa assim. Mas admito que era bonito, é difícil ter um professor novo com essa idade.

       Judy estava de boca aberta, assim como todas as meninas da sala. Menos eu.

— Ele vai se apresentar a vocês e levá-las para o laboratório de experiências! — Sra Martins diz saindo da sala.

       Júlio anda até a mesa, coloca uns papéis em cima da mesma e encosta nela cruzando os pés e os braços.

É, ele não é tão feio assim.

— Vou me dedicar por completo nas aulas de ciências esse ano! — Judy diz baixo e rio.

— O que disse? Algum problema? — Júlio pergunta me fitando.

       Gelei minhas pernas. Fui chamada a atenção duas vezes hoje. Isso é um cúmulo, culpa de Judy.

— Não senhor! — Digo abalada.

       Ele começa a rir da minha resposta.

O que eu disse de errado?

— Sem formalidade, só tenho 24 anos. Pra vocês, apenas Júlio! — Ele diz e eu me aliviei.

— Com certeza! — Minha amiga sussurra atrás de mim e eu comecei a rir por ela ter uma paixão pelo o professor.

— De quê tanto rir? — Júlio pergunta me encarando com seus olhos brilhantes.

       Travei o maxilar.

— Não sei!

— Então, quero apresentação de vocês, por fila! — Diz e me olha uma última vez e desvia o olhar.

— Malcon Carten! — Um nerd da primeira fila diz se levantando.

       Ouvi alguns nomes, alunos se levantando. Tentei não ouvir tanto, não suporto apresentações.

       Apesar de eu amar se aparecer em público, tanto que me escondi atrás da cortina na apresentação da empresa dos meus pais, para a cidade.

— Sua vez! — Ouço alguém sussurrar atrás de mim, JUDY.

       Me levantei sem jeito, passei a mão no short jeans e olhei o professor em minha frente a espera de minha apresentação.

       Uma corrente passou por minhas pernas. Todos estavam me olhando, meus olhares de canto de olho me permitia ver isso.

— Meu nome é Tereza Claiten!

       Algumas pessoas começam a rir. Eu amava brincadeiras com quem não me conhecem. Essa era uma boa hora pra isso.

espero que ele não conheça meus pais.

— O que está fazendo? — Judy sussurra atrás de mim.

— Venho a escola porque sou obrigada, e meus trabalhos são noturnos, sou espiã do FBI! — Digo, Júlio me encarava profundamente curioso e um tanto espantado.

       Bingo.

Deu certo.. — Rio comigo mesma.

— Prazer, Tereza! — Ele diz e todos entram em gargalhadas.

— Tá maluca? — Judy sussurra e a ignorei.

— Todos para o laboratório! — Todos levantaram e saíram.

       Peguei meu celular, coloquei no bolso e ia saindo.

— Menos você, Mellany Gilbert! — Júlio diz alto.

       Gelei minhas pernas e parei no tempo.

Como ele sabe meu nome?

       Judy me encara e faz um movimento com as mãos e sai da sala.

       Me virei calma pra olhar meus pés tremendo.



Até o próximo capítulo...

Para Sempre ao seu lado/REVISANDOWhere stories live. Discover now