When I'm away

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Audrey x on 2010

Sentada no ponto de ônibus, fecho os olhos e avalio o quanto eu estou quebrada. faculdade, trabalho, correria... estou totalmente cansada. Pense positivo Audrey você terminou esse semestre, você está de folga nos dois próximos dias, anime-se, fuja de suas paranoias.

Com os olhos fechados imaginando o quanto meus dias poderiam melhorar um pouco com as férias, sinto alguma coisa caindo no meu pé. Era uma caneta. Peguei ela e imaginei de quem poderia ser. Tinha um garoto próximo de mim com alguns livros e pastas e um estojo aberto. Provavelmente seria dele.

_ Com licença isso aqui é seu? _ o cutuquei e ele se virou.
_ É sim obrigado _ ele sorriu.
_ De nada _ olhei para a rua na esperança do meu ônibus aparecer mais nada. Sem que eu percebesse o garoto falou comigo novamente.
_ Com licença, você trabalha naquela livraria na rua 6? Você me parece familiar.
_ Trabalho sim.
_ Ah. Você poderia me dar a informação de uma coisa?
_ Ah, claro _ aquela conversa começou um pouco estranha, mas não acho que levaria a alguma coisa secundária.
_ Tem uma saga que estou lendo e queria saber se você sabe quando irá chegar. Eu fui quase todos os dias da semana passada lá para saber mas o garoto não soube me informar. Você sabe quando?
_ Qual saga?
_ Instrumentos Mortais, Cidade dos Anjos Caídos _ ao falar o nome me lembrei de que Quentin tinha mencionado que um garoto bem chato, para ser especifica de sua descrição, havia passado na loja várias vezes perguntando sobre o livro. Eles realmente não sabiam quando iriam ser entregues pois estavam atrasados, mas Katy me disse ontem que provavelmente aconteceria ainda nessa semana. Hoje é sexta e possa ser que a entrega seja efetuada hoje.
_ Minha chefe disse que a entrega poderia ocorrer até hoje, então se quiser dar uma passada. Pode ser que já tenha chegado.
_ Tudo bem, obrigado. E desculpe por ser um pouco invasivo .
_ Magina, está tudo bem _ ao observar mais a frente vejo o meu ônibus _ Com Licença, tenho que ir _ ele concordou e sorriu e eu fui dar sinal para a condução que estava mais perto.

Na minha chegada a livraria, vi Katy organizando uma prateleira.

_ Boa tarde Katy _ a cumprimentei.
_ Boa tarde Audrey _ sorriu.
_ Livros novos?
_ É, chegou a encomenda atrasada _ ao olhar a prateleira com mais precisão vi que era a saga que aquele garoto que me abordou falará.
_ Quentin me disse que tinha um garoto que veio aqui de manhã várias vezes semana passada procurando por esse livro.
_ É verdade. Pelo menos se ele vier novamente poderá comprá-lo.
_ É _ ao responder ouvi clientes chegando na loja. Meu turno tinha começado.
_ Bom deixa eu ir ao trabalho _ fui para o balcão onde coloquei meu crachá e comecei mas uma tarde de rotina.

Um pouco mais tarde naquele dia recebi uma ligação do Eddye. Ele estava voltando para cá. Fazia muito tempo que eu não o via já que com mais um lançamento de Ep ele estava de volta na estrada.

Com Eddye eu nunca pude imaginar o seu limite. Todas as vezes que ele ia para o estúdio eu ficava imaginando o que ele criava lá, quais eram suas inspirações, suas histórias e em pouco tempo descobri que era tudo sobre mim, sobre o nosso relacionamento.

Ele nunca me deixava ouvir suas composições. Foi rara as vezes que o peguei fazendo alguns arranjos e letras provisórias, mas nunca as músicas inteiras antecipadas, e eu entendia o motivo. E eu ao ouvir aquilo, toda a letra, a melodia e os flashes das nossas memórias, água saia dos meus olhos, impressionada com o quanto eu era importante para ele e o quanto eu o inspirava. Se isso continuar acontecendo eu nunca saberei como reagir a não ser sorrir e chorar, por ver o quanto eu significo para uma pessoa a qual eu sinto a mesma intensidade. Ele me deixava sem palavras.

Perdida na minha mente, quase como sempre, vejo um cliente me encarando.

_ Olá?
_ Oi... ah me desculpe... espera, você é o menino do ponto de ônibus.
_ Sim sou eu _ ele sorriu.
_ Finalmente o seu livro chegou.
_ É verdade _ peguei o livro que ele havia me dado e passei no caixa.
_ Eu nunca li algum desses.
_ É muito bom, eu recomendo.
_ Agora que o semestre acabou posso dar uma olhada. Deu 20 .
_ Você faz faculdade? _ me entregou o dinheiro.
_ Sim, faço pedagogia.
_ Que legal, eu estou no meio da minha. Faço direito _ me entregou uma nota.
_ Que legal _ sorri e entreguei a sacola com o livro. _ Aqui está.
_ Obrigado _ pegou a sacola. _ Bom, a gente se vê por ai.
_ Claro _ sorri.
_ Tchau.
_ Tchau.

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