Give a little time to me

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Ed x on 2016

Quando Matt atendeu o telefone, eu não esperava por aquilo. Nunca me preparei, mentalizei ou imaginei que isso aconteceria... pelo menos não agora.

De uma maneira meia desengonçada, se é que há uma maneira correta de contar, meu irmão deu a notícia de que minha avó tinha ido. Ao ouvir todas as palavras, pareceu que eu havia sido evacuado do mundo. Me senti tonto, perdido, sem chão procurando um sentido para o fato, que parecia ser impossível... mas infelizmente não era.

Estávamos no estúdio trabalhando tranquilamente durante esses dias, apesar do problema, foi por causa dela que passamos o nosso tempo lá para fazer o que fazíamos de melhor. E ela nunca verá.

Mesmo sem ter o que fazer no hospital, nós fomos para lá. Quando eu vi minha mãe em pedaços eu não tive reação além de abraçá-la e chorar baixinho. Com ela sem condições alguma de entrar no quarto, fomos eu e meu pai pegar os ursinhos que ela havia ganhado junto com as cartas, sua roupa e tirar todos os vestígios de que um dia ela esteve ali, como em sua casa, na qual me fez ver tudo o que passamos juntos. Uma dor no peito se intensificou, e no caminho de volta meu pai limpou algumas lágrimas que insistiam em cair.

Em casa, tudo estava escuro e Audrey não tinha chego. Acho que nunca tinha me sentido tão sozinho na vida. Naquele momento melancólico de solidão, eu comecei a chorar, ainda fraco, tentando aceitar o que tinha acontecido. Era impossível o que meu pai tinha dito. Alguém forte, engraçada, carinhosa, amorosa e amável como ela ir embora de nossas vidas, da minha vida... não podia ser. Durante todo o tempo ali, eu tentava colocar na minha cabeça a verdade e não o que minha mente tinha inventado... É real, tente entender Edward... Ela morreu. Na aceitação para mim mesmo, ouvi a porta sendo aberta e passos rápidos subindo a escada, e logo vi Audrey assustada e incrédula ao olhar para mim. E olhando para ela vendo que eu tinha um abrigo, um conforto, alguém para me segurar, eu finalmente coloquei toda a dor para fora do meu peito e comecei a chorar, e a finalmente concretizar... Ela nunca mais vai voltar.

Em todo o longo e doloroso período em que minha cabeça tinha entendido, Audrey me manteve em seus braços me dando apoio e todo o recurso que eu precisei. Após um banho quente me relaxando, eu me deitei, me iludindo um pouco de que foi um sonho, que logo eu acordaria daquilo, que aquele pesadelo era apenas mais um.

Sentindo uma movimentação leve na cama, eu fui acordado por Audrey, que tentou ao máximo não me acordar, falhando, porém nunca saberia. Esperando algum tempo ela cair no sono, eu fingi que estava dormindo enquanto pensava no que havia acontecido e nos longos diálogos de Audy, doces palavras que me fizeram ficar nostálgico sobre minha vó.

Comecei a recordar de memórias que tinha de quando era criança, as brincadeiras, as broncas que minha avó dava por brincar de pega-pega com Matt dentro de casa, os lanches que fazia, os concelhos que deu durante minha adolescência, quando ela foi no Wembley e conheceu Elton e aquele sorriso de gratidão não saia de seus lábios... Eram tantas memórias e tantos flashes que eu desci as escadas, peguei meu violão e passei o resto da madrugada e começo de manhã fazendo o que ela gostava.

Ainda no começo da manhã, meu pai e meu avô vieram falar sobre o funeral, pois não conseguiram falar comigo pelo celular da Audrey estar desligado e o meu simples que comecei a usar no começo das férias sendo quase inútil por falar apenas com ela e deixa-lo sem bateria regularmente.

Eles vieram e ficaram por pouco tempo. Para dar novas não precisava mais do que 5 minutos, mas foi tempo suficiente do meu avô ver a letra da música e insistir para toca-la mesmo que não estivesse totalmente perfeita. Eu não sabia se queria fazer aquilo, a única coisa que eu queria era ficar sozinho comigo mesmo, não tinha animo para nada, principalmente para conversa, tanto que tratei Audrey muito mal durante o resto do dia.

Eu não queria ter feito, nunca quis machucar ela, porém eu queria meu tempo, para me organizar e entender o ocorrido. Raciocinar como as coisas seriam daqui para frente, como eu poderia seguir em frente... sozinho. E tentando fazer isso, me curar sozinho, acabei magoando ela, que passou a noite me segurando e me dando o apoio que eu precisava, o que me machucou ainda mais por ver o que tinha feito.

Com uma conversa sincera ela me disse o que sentiu e eu me desculpei por ser uma babaca, mas eu agiria assim novamente pelos olhos dela pois ainda queria ficar mais um tempo sozinho. Eu não queria ser um peso morto, ou uma companhia ruim para ela, por isso pedi para voltar para Londres para assim eu poder pegar o meu tempo e terminar com Matt o desejo da minha avó. Era o que eu queria.

_ Tem certeza Eddye? _ ela me perguntava pela milésima vez sobre voltar.

_ Tenho _ segurei o seus ombros. _ Eu sei que está preocupada, e eu agradeço o seu cuidado, mas sei que se fizer isso vou ficar bem.

_ Tudo bem _ ela respirou fundo. Sabia que minha opinião era forte e que não mudaria. _ Só... por favor, se não se sentir bem, se quiser conversar, ou qualquer coisa... por favor me ligue _ seus olhos tristes me encaravam. Era óbvio que o que estava fazendo não deixava ela confortável, entretanto era o único jeito de eu tentar me reconstruir.

_ Eu vou, com certeza _ a puxei para mim e a abracei.

_ Eu estou sangrando por dentro por ir, você sabe disso _ disse abafado por estar apertada em meu peito. _ Mas eu sei que se fizer o que me pede, ficará bem como disse _ passou os braços ao meu redor e me apertou forte. _ Vou confiar em suas palavras.

_ Obrigado _ olhei para ela e ela para mim e a apertei ainda mais.

Com a mala na mão, acompanhei ela até o carro para a despedida. O final de tarde estava agitado pelo vento, porém o por do sol era lindo e brilhante, não parecia ser um dia para um velório ou uma partida... Talvez os céu tenha ficado feliz em recebê-la de volta.

_ Eu disse para a sua mãe que se precisasse de mim era apenas ligar... confirme para ela por mim.

_ Eu digo _ abriu a porta do passageiro, despejou a mala e voltou a me olhar. _ Está hesitando ainda? _ ela concordou com a cabeça.

_ Com certeza eu estou, só que... _ veio em minha direção e me abraçou. _ Pegue o tempo que for necessário. Eu estarei te esperando _ sussurrou em meu ouvido. Ao ouvir as palavras o meu coração se reprimiu. Eu estava tão triste por minha avó, por ter que manda-la embora, por ter que me curar... Era incrível como as coisas mudavam rápido, como você pode estar feliz e de repente todo o seu mundo desabar... Era tão sufocante estar segurando tanta dor que deixei uma lágrima escapar. _ Por favor não chore _ ela limpou a água quente que escorreu.

_ Não vou, eu apenas... _ eu não sabia como responder, e ela não exigiu a resposta, apenas segurou o meu rosto e me observou, até de me dar um longo selinho de despedida, a qual pude sentir sua preocupação, carinho, amor e lágrima.

_ Estou indo _ com a sua doce mão em meu rosto ela anunciou a saída, e antes que o seu toque fosse ficar distante de mim, eu segurei sua mão e a beijei, que gerou um sorriso no rosto dela e um sussurro que dizia, eu te amo.





Olá leitores :) Sei que não sou de interagir muito  assim como os senhores também, haha, mas venho dizer que logo logo a fanfic irá ter o seu fim. Agradeço imensamente por  gastarem o seu tempo lendo tudo o que eu escrevi .  

Demorei para postar o capítulo pois estava esperando o documentário do Ed sair para escrever um capítulo falando sobre o processo do Divide, só que infelizmente não consegui ainda. Se isso permanecer, vou fugir um pouco do realismo que gosto bastante e soltar mais a imaginação para finalizar a história de uma forma bacana e com algumas lágrimas, haha. Espero que estejam comigo até lá :)

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