8. - "O que é que estás aqui a fazer?"

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*Louis POV*

Saí de casa da Penélope e dirigi-me à minha. Assim que entrei vi a Charlotte a correr para mim preocupada.

- Onde estiveste mano? Vi-te a sair e ias a deitar fumo! - Falou muito depressa. - O que é que se passou com a Eleanor?

- Não se passou nada... - Respondi tentando parecer o mais convicto possível, tarefa falha a 100%. A minha voz saiu tremida e com falhas.

- Claro, Louis. E eu sou a mãe Natal. - Falou revirando os olhos. - Onde estiveste até agora?

- Charlotte... - Falei num tom áspero, na tentativa de ela me deixar em paz.

- Evitas Louis. Eu ouvi o que a Eleanor te disse. Ela não estava a falar propriamente baixo e quando tu saíste do quarto eu estava a sair do meu que por teu azar fica precisamente ao lado do teu. - Fez uma pausa e olhou nos meus olhos. - Agora, onde é que estiveste?

- Estive com a Penélope... - Murmurei para ninguém ouvir. Afinal, já estava farto de discussões.

- Onde? - Perguntou puxando-me para a cozinha. - Aqui ninguém nos ouve e podes falar à vontade.

- Em casa dela... - Suspirei. - Eu precisava de alguém para desabafar... E sim, eu sei que existes tu e existe a mãe. Mas naquela altura estavam as duas aborrecidas com a El e eu não queria que os vossos conselhos fossem influenciados pelo mau que sentiam pela El naquele momento. Como estava no jardim, vi a casa da Penélope e lembrei de como a Miss Martin me acolhia nestes momentos. E como gostavas tanto da Penélope, achei que ela não se iria importar de me ouvir... e de me ajudar como a Miss Martin. - Expliquei.

- E ajudou-te conversares com ela? - Perguntou com um sorriso terno e compreensivo.

- Sim, ela disse-me que eu tenho que fazer a Eleanor entender que a minha vida é a minha banda, mas também ela, e que não quero abdicar de nenhum dos dois... - Falei num suspiro.

- E é isso que queres?

A Charlotte tem o terrível hábito de saber as perguntas que há-de fazer para nos fazer pensar. E foi exactamente isso que ela fez, de novo. Eu amo a Eleanor, sinto que ela é igual a mim... e eu amo isso. Mas magoou-me ela ter que me fazer escolher entre a mulher que eu amo e a minha banda, o meu sonho. Eu entendo-a, juro que entendo... ser namorada de uma pessoa conhecida e que passa imenso tempo fora, não é fácil! Mas, eu também não tenho culpa de este ser o meu trabalho e ser a minha vida. Foi o que eu escolhi e foi por isto que lutei. E eu quero tanto os One Direction como a Eleanor na minha vida e não no passado. Mas sim no presente e no futuro.

- Sim, é isso que eu quero. Apesar de ter ficado magoado com ela, eu amo-a e não vou deitar dois anos de relação fora porque ela falou com a cabeça quente... - Respondi finalmente à sua pergunta após alguns segundos.

- Então, quero que saibas que estarei aqui para tudo o que precisares! - Sorriu. - Sou tua irmã e apoio as tuas decisões... Quer concorde ou não.

- Obrigado, Lottie! - Sorri e depositei um beijo na sua testa. - Bem, agora vai-te deitar, deves estar cansada... E eu também preciso de dormir e quero ver se ela ainda está acordada. - Sorri.

- Está bem. - Sorriu. - Então até amanhã, Tommo. - Deu-me um beijo na bochecha. - Dorme bem! - Sorriu de novo e saiu da cozinha.

Fiquei uns instantes na cozinha antes de subir. Respirei fundo e dirigi-me ao quarto, abri muito cuidadosamente a porta, acendi a luz e percebi que a Eleanor dormia tranquilamente. Entrei silenciosamente no quarto, agarrei nas minhas calças de fato treino e numa t'shirt e dirigi-me à casa de banho para trocar de roupa e fazer a minha higiene pessoal. Assim que acabei os meus afazeres lembrei-me que a Penélope não tinha ficado com o meu número. Então decidi enviar-lhe uma mensagem "Penélope, muito obrigado por tudo! Quando cheguei a casa a Eleanor já estava a dormir, por isso vou conversar amanhã com ela. Pode ser que ela esteja mais calma e me entenda. Até qualquer dia Penélope. Louis*". Dirigi-me de novo ao quarto e estava-me a deitar quando reparo na mesinha de cabeceira do lado da Eleanor. Ela tinha um copo de água meio cheio e uma embalagem de um comprimido vazia. "Provavelmente tomou alguma coisa para se acalmar." Com muito cuidado, debrucei-me sobre ela e depositei um beijo muito leve na sua testa e sussurrei "Dorme bem, El." Acabei por me deitar por completo, apaguei a luz e tentei adormecer. Mas não foi fácil, revirei o que deveria dizer à Eleanor milhares de vezes e relembrei tudo o que a Penélope me aconselhou a fazer. Não tenho noção se passou muito ou passou pouco tempo, mas comecei a sentir o peso nos meus olhos e deixei-me adormecer, agora, com alguma facilidade.

The Girl Next Door - l.t.Where stories live. Discover now