35. - O acordo.

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- Desculpa-me por estes dias, Louis. Eu fui parva por te ter afastado! Eu nunca o devia ter feito. Devia ter confiado em ti e exposto o que eu estava a sentir, todos os meus medos. E sem dúvida deixar-te ajudar-me a perceber o quão errada estou. - Respirei fundo e desviei o meu olhar. - Ou certa... Acho que te devia dar a ti a hipótese de escolher e não de escolher por ti. Eu gosto de ti, e isso assusta-me.

Ele olhava de olhos esbugalhados, as suas mãos ainda estavam perdidas pela minha cintura fazendo movimentos inconstantes na mesma. Eu comecei obviamente a arrepender-me de tudo o que tinha dito, rogando pragas à minha melhor amiga e batendo-me mentalmente por ter falado tudo o que não devia.

Desviei o olhar para o chão e coloquei as minhas mãos em cima das dele afastando-o de mim. Afastei-me ainda com o olhar no chão e virei costas, senti os meus olhos a encherem-se de lágrimas enquanto olhava fixamente para a parede cheia de quadros do Louis e das suas irmãs e algumas fotos também da Johannah.

Numa questão de segundos, senti o corpo do Louis colar-se ao meu, colocando as suas mãos de novo na minha cintura e virando-me de frente para ele. Quando me apercebi os seus lábios estavam colados aos meus. Fiquei sem reacção por alguns instantes, mas rapidamente cedi ao beijo. As minhas mãos que anteriormente estavam no seu peito, agora estavam no seu pescoço. O beijo começou intenso e... Diferente. Como se ele me quisesse transmitir algo.

Afastamo-nos quando a respiração faltou e eu fixei o olhar no seu peito, senti os seus lábios na minha testa e um beijo a ser depositado lá antes da sua mão subir para o meu queixo e levantou a minha cabeça de modo a que eu ficasse com o meu olhar na direcção do seu.

- Eu também gosto de ti. - Sorriu carinhosamente quando eu desviei momentaneamente o meu olhar dos seus olhos para a sua boca. - E isso não me assusta. De todo.

Olhei para ele alguns instantes e quebrei o contacto físico quando me afastei e me sentei no sofá. Rapidamente o senti ao meu lado, a sua mão pousou sobre a minha o que me fez olhar de canto para ele.

- O que te assusta tanto? - Perguntou fazendo-me olhar por completo para ele, desviei um olhar por instantes e suspirei. - O João e a Eleanor? - Perguntou e eu limitei-me a acenar afirmativamente com a cabeça. - Temos que lhes mostrar que eles não nos afectam, Penélope. Temos que viver a nossa vida sem a sombra dos nossos ex.

- Eu sei, Louis. - Suspirei profundamente. - Mas eu tenho medo de sair magoada... Ou tu. Tu não mereces ser magoado, não de novo.

- Tu nunca me irias fazer o que ela me fez! Tu és uma pessoa decente, tens princípios, és humilde e trabalhadora. Ela vivia sustentada por mim, eu até lhe pagava a universidade! -

- Nunca mesmo! - Concordei com a primeira afirmação dele. Eu nunca na vida lhe faria o que ela fez. Primeiro porque não faz parte do meu feitio. E segundo, porque ele não merece. - Mas de qualquer das maneiras, não sei se estou preparada para me envolver sentimentalmente com alguém.

- Já estás, Penélope. - Sorriu. - Assim como eu. - A realidade é que ele tinha razão. Eu já estava demasiado envolvida sentimentalmente.

- Acho que tens razão... - Murmurei baixando a cabeça. - Mas não achas que é muito cedo... Seja para o que for? Louis, é tudo muito recente. - Olhei na direcção dos olhos dele. O olhar dele era compreensivo e profundo, mas acima de tudo sincero.

- De certa forma é... Tens razão... - Olhou para as nossas mãos que agora estavam completamente entrelaçadas. - Ambos temos assuntos por resolver e medos antigos. É verdade. - Olhou de novo para os meus olhos. - Mas também confiamos um no outro e sabemos o que se passa. Podemos contar um com o outro e apoiarmo-nos aconteça o que acontecer. Não te escondo nada e tu não me escondes nada...

The Girl Next Door - l.t.Where stories live. Discover now