A ESCOLHIDA - Clãs Lunares

Capítulo Treze

Música alta, risadas escandalosas e muitos elogios. Foi essa a minha recepção, os Lobisomens gritaram e cantaram cantigas para a Lua. Agradecendo aos Deuses por minha chegada no Clã, recebi vários presentes. As famílias predominantes foram bastante generosas, me presenteando com jóias e ouro. 
Freya estava sentada em uma poltrona, conversando com Conan. Os dois eram só risos e flertes. Bom, pelo menos alguém está feliz nessa celebração. Trevor não parava um único segundo, o macho a todo momento estava conversando com alguém. 
Eram abraços, felicitações e presentes. Houve um momento em que Trevor ficou com os braços repleto de sacolas e pequenos baús. A cena foi engraçada, um macho de quase 1.90 de altura. Carregando várias sacolas com fitas e lacinhos.

— Você é uma criança!

Como? Giro pelos calcanhares, ficando de frente com Maya. 

— Desculpe…

— Não se faça de pomba sonsa. Você entrou na minha vida, destruindo meu relacionamento com o Trevor. 

— Eu nunca fiz tal coisa.

— Ah, você fez. — Trovejou ríspida. — Você é uma intrusa neste Clã. Não é bem-vinda. Estou ciente dos rumores na Capital, da aberração que você carrega no ventre.

— O que você disse? — meu sangue começou a ferver nas veias. 

— Eu tenho informantes no Castelo do Rei. A princesa traidora, como é dormir com o noivo da própria irmã?

— Você não sabe nada sobre mim; — cerro os punhos. — Eu amo a minha irmã.

Maya gargalhou.

— Um amor tóxico e totalmente egocêntrico. Eu acho que você desconhece o significado da palavra "amor". Vadia traidora.

Eu juro que pretendia sorrir e ser amistosa com todos, mas Maya despertou o pior que existe dentro de mim. Lobisomens sempre encontram inimigos, é uma sina inevitável. Infelizmente acabei de encontrar a minha.
Meu punho simplesmente criou vida própria, voando no rosto na fêmea. O estalo do osso dela se quebrando foi satisfatório, Maya gritou na Sala Principal. 
Um silêncio percorreu no cômodo, as vozes e risadas calam-se.

— Sua vadia, traidora. Eu vou matá-la.

A loba não teve tempo para me alcançar, Daric foi mais rápido. Entrando na frente da Lobisomem enfurecida.

— Não pense em atacá-la. — Rosnou, alertando.

— Eu fui agredida, ela me atacou.

— O que aconteceu? — A voz irritado do Líder Trevor congelou até minha alma. As duas, na verdade. Afinal, minha loba até encolhe-se dentro da minha mente como um filhotinho assustado.

— Ela me atacou. — A fêmea apontou na minha direção, com o nariz torto e ensanguentado.

— Você me provocou. — Digo, preciso me defender. Poderia muito bem ignorá-la. Sou a Senhora do Clã Halister. Não preciso dar explicações, mas tem lobos que acabaram de me conhecer pessoalmente. E não posso causar uma confusão, sem esclarecer os verdadeiros motivos. — Falou coisas horríveis ao meu respeito.

— Eu só falei a verdade. Sobre o híbrido que você carrega no ventre.

Meu estômago embrulhou. Até Daric exclamou um palavrão, não demorou um segundo para os murmúrios e questionamentos ganhar a Sala Principal. 
Trevor rosnou de raiva, fuzilando a fêmea com seus olhos âmbar. É fascinante como as íris mudam de cor quando o Lobo junta-se a ele.

— CALADOS. — O grito do Alfa estremeceu até o vulcão nas Montanhas. — Maya, você está banida do meu Clã. Quebrou três regras, conhece as leis.