Capítulo Dezessete

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A cabana era um verdadeiro refúgio nas Montanhas. Construída com ricos detalhes, erguida com madeira de Pinheiros, com telhas avermelhada que destacam o imenso teto, mesmo com a neve. O local possui uma grande sala de jantar, que se estende até uma belíssima varanda. O mais surpreendente é a vista, podemos apreciar o Castelo e também a Praça de Comércio do Clã Halister. Um lugar de tirar o fôlego, era muito bonito. 
Com vários cômodos, incluindo uma incrível sala de banho ligado com a fonte termal. Eu estou completamente encantada, Trevor é dono de uma riqueza imensurável. 
Escolhi um quarto com uma suíte perfeita, eu cresci em meio às riquezas da Capital. No entanto, nunca presenciei algo tão aconchegante e bonito. As paisagens são o grande esplendor do lugar, agora entendo o porquê imortais viajam dias de barco para passar algumas semanas nas Montanhas. 
Tiro as minhas roupas de dentro da bolsa, escolhendo uma roupa de banho. É claro que vou aproveitar as fontes termais. Estou aqui para relaxar e esquecer um pouco minha irritação com meu companheiro e principalmente as minhas atitudes imaturas. 
O sino da porta tocou, alertando que ela foi aberta e alguém entrou na Cabana. Um medo assustador percorreu o meu corpo, eu estou sozinha e grávida. Não quero pensar no que pode acontecer com uma fêmea solitária nas Montanhas, mesmo sabendo lutar e me defender não vou conseguir parar um macho na sua forma de lobo. No entanto, quando me esgueirava nos corredores para me certificar qual perigo encontraria, eu vejo Trevor tirando o casaco cheio de neve. O macho caminhou até a lareira e começou enchê-la de lenhas.

— Trevor? — Aproximo-me, receosa.

O macho levantou o olhar, mas não parou o que estava fazendo.

— Princesa Breanne. Você não está com frio?

Fiquei parada no centro da sala de jantar, observando os movimentos do macho sem acreditar. Trevor ligou o fogo da lareira e as lenhas rapidamente começam a queimar. 
Eu estou perdida nesse redemoinho de sentimentos, essa confusão na minha cabeça que está se tornando um verdadeiro caos. Minha loba tem ficado em silêncio nos últimos dias, ela não tem interferido nas minhas escolhas ou me aconselhando como sempre fez. 
Estou sentindo muita coisa ao mesmo tempo, as atitudes do Trevor não estão me auxiliando. Eu quero seguir em frente, mas uma confusão terrível permanece nos meus pensamentos. Ao mesmo tempo que amo Tristan, eu quero esquecê-lo. Ao mesmo tempo que fico irritada com o Trevor, eu quero a sua presença e sentir o cheiro do meu companheiro. É bem caótico e cômico, mas posso garantir que eu sinto tudo com muita intensidade e com verdade. Talvez esse seja o meu problema, sentir demais.

— Anne?

Desperto-me dos meus pensamentos conturbados, prestando atenção no macho a minha frente. Ele está aqui. Tão perto.

— Por que me chama de Anne? 

Trevor riu descontraído.

— Jura? É sobre o apelido que coloquei em você que deseja discutir?

Neguei com a cabeça, buscando serenidade nas palavras.

— Não entendo, você não queria me acompanhar até as piscinas termais. Por que está aqui? — Minha voz saiu áspera, não consegui controlar minha indignação.

— As Montanhas são encantadoras, mas não posso deixá-la sozinha. Respeito a sua liberdade, compreendo que às vezes precisa de um momento só seu. — Trevor, deu um passo à frente. — No entanto, devo admitir que não quero deixá-la, porque a solidão ocupa um espaço imenso e acaba nos castigando com o tempo. Quero que saiba que não está sozinha, eu estou aqui.

Eu balanço a cabeça, compreendendo as suas palavras que foram bastante significativas para mim.

— Por quanto tempo você pretende ficar? 

A ESCOLHIDA - Clãs LunaresKde žijí příběhy. Začni objevovat