Capítulo Vinte e Um - Líder Trevor

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— Ele não foi encontrado; — Disse Daric, buscando uma manta em cima do sofá para cobrir o corpo nu após a transformação.  — O Lobo fugiu pelas Montanhas, dificultando a nossa caçada.

— E Conan?

— Está fazendo uma busca nos Vilarejos próximos do Clã.

Meu irmão olhou para corpo do lobo, que não voltou na forma humana depois da morte.

— O cheiro é de magia negra. Há séculos não encontramos Lobisomens conjurando magia negra. — Meu irmão falou, observando o sangue seco no chão.

— O sangue tem uma tonalidade e uma consistência mais grossa e gosto também é horrível. É magia negra, estava impregnada no corpo do macho.

— Só os membros da família conhecem a localização da Cabana nas Montanhas; — Daric passou a mão no rosto. — Trevor, não faz sentido.

— Maya; — revelei. — Ela perdeu uma criança na Cabana.

Daric arregalou os olhos.

— Que história é essa, irmão?

— Vou contar, mas agora… — gesticulei em direção da curandeira. Freya mantinha uma expressão serena. Algo admirável na curandeira, ela não se desesperou quando encontrou Breanne ferida. Até mesmo as curandeiras mais experientes ficam horrorizadas com os ferimentos causados por Lobisomens. — Como ela está?

— Não quer se transformar. A Loba está deitada no chão do quarto, com a pata curada.

— E o bebê?

— Ótimo, é impressionante como a Magia do Lobo protege o feto. Existe um casulo mágico em volta da placenta, que protege o bebê. — Disse Freya, com um meio sorriso.

Não quero pensar nas consequências da escolha da minha parceira agora. Ela está fragilizada, cansada e ainda sente medo. O pesadelo maior passou, vencemos a nossa primeira batalha juntos. E por ora, é tudo que importa.

— Vou vê-la!

Freya assentiu, arrumando as ervas medicinais que estão em cima da mesa. Daric me acompanhou até o quarto, congelando na porta quando viu minha companheira deitada no chão.

— Pelos Deuses da Lua. Ela tem a pelagem branca.

Branca como a neve. Ela era simplesmente divina, uma visão dos deuses. Os pêlos mais densos que normal, não era uma loba grande. Breanne tinha um porte pequeno, mesmo quando ficava de pé nas patas traseiras. A fêmea abriu os olhos, observando minha aproximação.

— Ei, lobinha corajosa; — deslizei a minha mão nos pêlos densos da minha companheira. — Você precisa se transformar, está tudo bem.

A loba deitou a cabeça em cima da minha coxa, não emitindo um único som.

— Qual é o problema dela?

— Ela está com medo, ainda pensa que corro perigo.

Daric deu um passo à frente, imediatamente a fêmea levantou-se, eriçando os pelos das costas e rosnando com raiva.

— Por Selene, não vou machucá-lo. — Comentou Daric, receoso. — Eu sou o irmão do Trevor, também só quero protegê-lo. Ele é nosso Alfa.

A fêmea bufou, deitando as orelhas.

— Eu não preciso de proteção. Foi arriscado atacar o macho; — falei, ganhando um olhar duro da loba. — Tudo bem, mas na próxima vez não se arrisque. Você quase me enlouqueceu, pensei que fosse perdê-la.
 
Minha parceira ficou em pé, sacudindo os pelos e ignorando meus protestos.

A ESCOLHIDA - Clãs LunaresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora