22 ● Violet: The Perfect Storm

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Eu decido (com a ajuda dos mojitos) aceitar o pedido de Linda, que consistia em ir até um bar universitário, que de acordo com ela é frequentado por Mateus

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Eu decido (com a ajuda dos mojitos) aceitar o pedido de Linda, que consistia em ir até um bar universitário, que de acordo com ela é frequentado por Mateus.

Diz ela que eu preciso estar aqui hoje a noite. Como o tal bar fica ha alguns minutos do hotél, apenas entrei em um dos táxis que ficam a entrada esperando os hóspedes, disse o nome do local ao táxista, que mesmo achando estranho meu pedido, me deixara logo a porta do lugar.

Entendo porque estranhara. Impressionantemente cheio de gente, o lugar cheira a cerveja barata e batata frita. É fácil crer que esse bar não vê limpeza há meses. A decoração é bizarra e desconexa. Me sinto no quarto de um adolescente relapso, e tenho a impressão de que essa é a idéia que o dono quer passar.

Com conversas mais altas que a música, após esbarrar em alguns jovens bêbados, me sento ao bar e mando uma mensagem a Linda, avisando que eu tinha chegado.

Enquanto espero sua resposta, o bartender me pergunta o que eu gostaria de beber. Não creio que "mojitos" fossem servidos aqui, então grito alto o suficiente "Vodka e red bull, por favor" que costumava ser a minha bebida preferida quando eu era festeira nos meus dias de faculdade.

"E aí, gatinha?" Diz um garoto que chega por trás de mim. Me virando o observo curiosa, quase certa de que ele tem no mínimo uns oito anos a menos que eu. Tem a barba rala e cheira a cerveja. Rio para mim mesma e decido dispensá-lo educadamente, mas quando pego em minha visão periférica um rosto fresco em minha mente, foco na pessoa atrás dele.

Duvidei por uns momentos, mas sim... era ele. Mateus Santoro.

Sentado com dois outros caras, rindo e bebendo cerveja.

"Ei gatinha, perdeu a língua?" O garoto repete e eu o olho novamente, vendo o quão próximo e bêbado está.

"Deixa ela em paz, Dênis." O bartender fala, fazendo mágicamente que Dênis me deixasse em paz. Viro-me ao homem atrás do balcão e agradeço pela ajuda com um aceno de cabeça.

Sem Dênis na frente atrapalhando minha visão, posso ver Mateus melhor. Seu cabelo está mais curto que na foto que vi, parando embaixo de sua orelha, e só na parte da frente, num corte moderno e despojado. Parece mais alto, mais musculoso, mais... apresentável. Posso ver ainda mais o quão é a versão mais jovem de Vincenzo com os olhos de Linda.

Por falar no diabo...

Linda me manda uma mensagem perguntando se encontrei Mateus ou Stefany aqui. Tomo um gole de meu copo de Vodka reparando que o bartender exagerou na dose e fazendo uma careta com o gosto forte que queima minha boca e garganta. Quando ia responder que vira Mateus, olho para ele novamente e agora vejo Stefany e suas mechas de ouro, abraçando-o por trás. Bebericando meu copo novamente, respondo a Linda que sim, vejo os dois aqui, juntos.

Me viro para o bar e Linda finalmente me explica por mensagem de texto por que me pedira para vir aqui.

'É nesse bar que eles vão. É nesse bar que viram a biscate da Stefany com outro cara. Minhas fontes me falaram que os viram aí hoje a noite. Então por favor, fique de olho nela e me conte se algo acontecer.'

Uma mão que vem por trás de mim e coloca uma cesta de condimentos á minha frente, após pedir licença educadamente. Instintivamente, olho para o dono da voz e da mão que tira minha atenção da tela do celular.

É Mateus.

Meu instinto faz com que eu esconda o celular que esta com a mensagem que fala de Stefany brilhando visível para qualquer um próximo o suficiente ler. Ele está tão perto de mim, tudo que posso fazer é olhar para ele. Ele é muito mais alto de perto. O leve pânico me fez engolir seco e desviar o rosto. Eu o conheceria em breve e não quero que ele me reconheça e saiba que eu estive aqui hoje á noite.

De soslaio, eu o vejo voltar para sua mesa, beijar sua namorada, se despedir de seus amigos e deixar o bar sozinho.

Stefany ficou sozinha, conversando com uma menina e os outros dois amigos de Mateus que ficam para trás. Eu olho de relance em sua direção, brava comigo mesma por ter me prestado a tal coisa, tentando imaginar que tipo de idiota trairía seu namorado num lugar frequentado por seus conhecidos?

Pronta para desistir do que quer que Linda quer, pois nada acontece e o sono já cresce em demasia, lanço um último olhar e vejo Stefany levantar, saíndo pela porta dos fundos. Supus que é a saída do estacionamento, imaginando que ela também está indo para casa.

Vir aqui foi em vão.
Cansada e frustrada, pago minha conta e peço um uber, que chegaria em breve.

Lá fora, eu encontro um banco de ferro, que mesmo estando num local escuro, decidi ir até ele e sentar, feliz por agora respirar o ar puro da noite. Me pergunto quantos "favores relâmpago" a mais desse tipo eu teria que fazer a Linda enquanto estivesse aqui nessa cidade.

Sem muito o que fazer, fuço meu celular ao esperar o uber.

Sou interrompida por um barulho estranho que vem de uma outra parte escura, ao lado de uma grande lixeira colada a parede do bar. Tento focar meu olhar ali, tentando imaginar o que seria. Levanto-me em silêncio, me preparando para correr caso fosse algo ou alguém que me oferecesse perigo.

Mas o barulho... se distingue na escuridão e no silêncio. Esse barulho é único. Com curiosidade mórbida, decido me aproximar, andando lentamente por entre os carros mal estacionados.

E o que vejo é inestimável.

Me escondo atrás de um deles, tentando não ser vista pelo casal a minha frente, que se pega ávidamente ao lado de uma lixeira.

Isso é bom demais para ser verdade.

Stefany beija um dos amigos de Mateus que tem as duas mãos em sua bunda. Eu continuo escondida, e imaginando que é isso que Linda quer, pego meu telefone e começo a gravar tudo. Está mais ou menos escuro, mas trabalhando com a claridade na tela do meu celular, pode-se ver perfeitamente os dois. Eles se beijam intensamente e ele a coloca contra a parede agora, e bingo, eu posso ver seus rostos ainda mais.

Quando me perguntei que tipo de pessoa traía o namorado num local público e frequantado pelos dois, não imaginei que receberia a resposta imediatamente.

Ás vezes esqueço que a tendência de preferir o errado, se excitar com o proibido não é só minha. É apenas mais forte em alguns humanos que em outros. Mas sempre estava presente.

Me lembro de Linda e a parabenizo em minha mente por ser tão sagaz. Agora ela terá provas visuais para terminar o relacionamento indesejado do filho. 

Ela é esperta demais, controladora demais e admito, isso é um pouco assustador.

Paro de filmar quando meu uber avisa por mensagem que já me esperava, e engatinhando silênciosamente até sair de perto deles, me afasto dos dois e pulo no carro, com um sorriso tão grande que meu motorista não pode deixar de notar.

"A noite foi boa?" Ele pergunta, educado.

"Perfeita." Sorrio para o seu retrovisor.

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