Essa é a história de Flora e Violet, mãe e filha passando por problemas similares em épocas diferentes.
Assolada por seus vícios e virtudes, Violet Sanspree conhece o casal Santoro, tornando-se amante do marido e amiga da esposa, um secreto acordo...
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Estou exausta.
Não só físicamente, mas também moralmente, exaurida de toda e qualquer dignidade.
Ainda deitada sobre a mesa, tentando me lembrar de como se faz para respirar já que todo o ar de meus pulmões se esvaiu em formas de gemidos, eu sinto a raiva me remoer por dentro como cupins devoram madeira podre e velha, deixando o sentimento me consumir por ter me permitido ter um explosivo orgasmo contra a lingua mais ardilosa que eu poderia ter encontrado.
Apenas olho para o teto tentando me reconhecer, me recompor. Lábios semi abertos, rosto queimando e coxas doloridas, molhadas. Ouço Alec se levantar de seu assento e olho para ele que recoloca seu terno, alinha o cabelo com um robótico passar de mão e limpa o canto de sua boca com o dedo, chupando-o após fazê-lo.
Tudo isso enquanto fita meu rosto naquela maldita forma que eu não sei o que quer dizer.
"Tenha uma boa noite, Srta. Sanspree." É tudo o que o sociopata diz, e se retira de meu quarto de hotél como se nada tivesse acontecido, deixando para trás os papéis que imprimi e meu corpo absolutamente drenado.
Levo minhas trêmulas mãos ao meu rosto, desacreditando no que acontecera. Quando me sinto um pouco mais calma -o que demora um pouco-, me reergo da mesa, sento-me a ponta dela e me odeio.
Me odeio completamente e com muita força, rindo de nervoso.
Eu não devia ter deixado aquele cretino sair daqui vitorioso, tendo levado muito mais do que inicialmente pedira de mim.
"Droga!" Exclamo, batendo minhas mãos com raiva na mesma mesa na qual me servi de refeição a Alec Hellberg.
Maldita fome e vontade que tenho dentro de mim. Me cega de qualquer decisão competente que devo fazer, me incapacita de dizer não, me submete ao que não devo. Pelo céu e pelo inferno, aquilo foi muito bom e isso só acaba comigo.
Minhas pernas estão bambas de tanto que se contorceram quando o ápice do meu clímax fora atingido contra a boca dele. Parece que corri uma maratona, se eu tentar andar agora certamente vou cair.
Me sinto suja, indecente. Hah, novidade. Um lado de mim regozijando mais uma conquista. O que não é uma verdade, pois ele não perdeu seu controle nem sua compostura nem por um segundo.
Já eu...
Preciso apelar para meu lado crítico. Isso não foi nada. Isso não significou nada. Um homem te deu um orgasmo. Ponto final. É imbecil pensar além disso. Foda-se todos os auto-julgamentos que faço agora. Aconteceu e remoer isso não dará em nada. Situe-se, Violet. Sejasoberanadesi.
Esquecerei isso já que sumirei mesmo dessa droga de cidade antes que o buraco que cavo fique mais fundo.
