37 ● Flora: The Aftermath

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Duas semanas se passaram do casamento da tia de Bruno e Roger mas aquela atitude imbecil de Tamires ainda me assola, como também o descaso de Bruno e a má vontade em levar a sério o que lhe contei

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Duas semanas se passaram do casamento da tia de Bruno e Roger mas aquela atitude imbecil de Tamires ainda me assola, como também o descaso de Bruno e a má vontade em levar a sério o que lhe contei. 

Aquilo me machucara tanto, mais até do que ser trancada dentro de uma sala apenas por um ciúme infantil de uma mulher alucinada. Se ela estava bêbada ou não, não importa. Como uma mulher adulta, ainda assim deveria entender e ser confrontada pelas consequências de suas atitutes. 

Mas não... para evitar problemas ou que fosse descoberto, Bruno não só duvidara de mim, mas também me pedira para mantêr-me em silêncio para não prejudicá-lo. 

E eu... aceitei. Com muito pesar no coração, e ao custo de minha admiração e afeição por ele, eu aceitei deixar isso de lado, para não causar nenhum tipo de confusão dentro de sua familia. 

Eu não sou tipo que se apaixona fácil. Ou até mesmo demonstrar sentir algo por alguém. 

Sempre achei o amor algo muito simples na verdade. Sempre imaginei que não tivesse que fazer esforços para encontrá-lo, e talvez por isso, sempre tentei esperar confirmar e ter certeza do que eu sentia para poder fazer valer a pena. Esperar que sentimentos similares fossem demonstrados a mim pela pessoa a qual eu me afeiçoara, pois creio que o amor de verdade é sentido pelas duas partes envolvidas, e não só por uma. Ambas as partes percebem que estão conectadas, por que estão mesmo, por todas as forças da natureza e do destino que resolveram fazer aquelas duas almas se encontrarem no mar infinito de possibilidades que é a vida.

Pode ser uma visão juvenil, mas ainda assim é o que penso.

E eu achei que era assim com Bruno. Que ao vê-lo me salvar eu conhecera alguém que me marcaria para sempre. E marcou. Apenas não da forma que eu quis. E tudo bem, ainda lhe tenho muita estima apesar de não achar que seria mais a mesma de antes.

E agora eu estudava meu coração e tudo que o cercava por dentro e por fora. E tentar entender se o que senti por ele era só o fato de eu estar impressionada. 

Paixão de ocasião.

Penso em tudo isso aqui, sentada na Igreja de São Carmo, que sempre me recebeu muito bem, desde o primeiro momento em que botei os pés nessa cidade.

Do outro lado da mesa de cozinha no qual me sento está Padre Ernesto, o clérico extremamente envolvido com a comunidade, bem conhecido e quisto por todos que frenquentam a igreja de médio porte, e até mesmo pelos que não fazem. Tem trabalhos voluntários de caridade nas partes mais pobres como aonde eu vivo, ajudando não só os mais necessitados com coisas materiais mas também os que ja tinham muito materialmente, mas careciam de cuidados espirituais e emocionais.

Um verdadeiro homem de Deus que não fazia distinção entre os filhos do Criador, que desde que o conheci, me era um grande consolo ao coração poder conversar com ele. O considerava uma verdadeira fortaleza espiritual da qual podia me esconder e encontrar refúgio.

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