16 ● Flora: Meeting You

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De volta da praia, a família decidiu sentar-se em volta de uma fogueira no quintal da frente, e eu os acompanhei, ouvindo suas histórias e dando risada com eles

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De volta da praia, a família decidiu sentar-se em volta de uma fogueira no quintal da frente, e eu os acompanhei, ouvindo suas histórias e dando risada com eles.

Quando decidi ir dormir, me despedi de todos e os desejei boa noite.

Na privacidade do meu quarto, tiro de minha mala um dos medicamentos que uso para dormir e o tomo. Faço minhas preces brevemente e me deito.

O sono é leve e tranquilo, com poucos disturbios em formas de imagens esquisitas ou sentimentos negativos. Ás vezes sou abençada com noites tranquilas e sono duradouro. Ás vezes é o contrário disso e em meio a constante suor, eu tenho medo até de fechar os olhos.

Apesar da boa noite, uma sede incontrolável acaba me acordando, efeito colateral de remédios tarja preta. Abrindo os olhos e vendo a noite que invade as frestas da janela de meu quarto ao som de pequenos insetos que dominam o ar com seus barulhos, tento e tento mas não consigo voltar ao sono.

Preciso beber água ou não conseguirei dormir.

Brava comigo mesma por não ter trago um copo antes de deitar, tento ser o mais leve possível ao pisar no chão. Lentamente, chego na cozinha sem acordar ninguém. Eu não tenho certeza de quantos dos familiares dormiriam na casa por hoje a noite, mas certamente todos já estão dormindo, pois o silêncio é completo. E exceto por um roncar ou outro, eu não ouço nenhuma movimentação na casa.

Na cozinha, procuro por um copo, aproveitando a luz fraca do fogão que deixaram acesa. Encho um copo de água e bebo com gosto, não satisfeita, encho mais um. E quando me viro e me recosto na pia para beber, levo o maior susto que me paralisa, ao ver um vulto enorme se mover pela escura cozinha.

E quando abro a boca pra gritar, um reflexo de minha surpresa e medo, uma mão tapa minha boca impedindo o som de sair.

∴━━━✿━━━∴

Tudo acontecera muito rápido.
Meu coração está quase saindo pela boca.

"Não grita." O forte sussurro masculino pede. Sai da boca do enorme estranho que está de frente a mim, pressionando sua mão contra meus lábios.

Estou congelada e lutando com todas as minhas forças para não ter um ataque de pânico. Seria esse um ladrão? De qualquer forma, ele está parado me pressionando a ficar calada, o que me faz aproveitar e procurar por algo a meu redor que posso usar para me defender, sem deixá-lo ver minha mão.

"Se você prometer não gritar, eu solto. Você promete?" Ele me surpreende com a pergunta, ainda assim, tateando encontro o cabo de uma panela na pilha de louças lavadas. Para distraí-lo faço que sim com a cabeça, concordo com o proposto. E quando ele começa a retirar sua mão, eu dou com a panela na cabeça dele, que solta um grunido de dor e se afasta.

"Ai! Porquê você fez isso?" Ele sussurra com mais força, indignado, mão na cabeça aonde o acertei com a panela.

Em silêncio e tremendo, apenas olho pra ele. Por um momento ele me pareceu familiar, tive impressão de que já o vi em algum lugar.

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