67 ● Violet: Translucid

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Já sentiu-se perder a linha do tempo? O mundo mudar seus magnéticos pólos sob seus pés a ponto de te desnortear tal qual bússula que perde sua capacidade de distinguir sul e norte?

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Já sentiu-se perder a linha do tempo? O mundo mudar seus magnéticos pólos sob seus pés a ponto de te desnortear tal qual bússula que perde sua capacidade de distinguir sul e norte?

Eu assisto a tudo que se desenrola a minha frente como se estivesse fora de meu corpo, e meus olhos não me pertencessem.

Mantendo o pescoço de seu pai sob seu joelho, Mateus arranca sangue da boca de Vincenzo. Escorre agora, denso e vermelho pelo canto dos carnudos lábios, cabelos outrora penteados para trás -de ambos homens-, agora bagunçados. O rosto de traços que dividiam entre si, se encontrava maculado pelos socos desferido; Se entreolham descordenados e confusos, o punho de Mateus ainda no ar, tão ferrenho e cerrado quanto seu olhar colérico e confuso.

Tapo minha boca com as mãos. Com minhas costas contra a parede e a de Vincenzo contra a porta, Mateus pegou o exato momento em que eu dizia não e seu pai insistia. Estava tão exasperado que por um momento achei que mataria aquele homem que achara que fosse um desconhecido a base de socos se eu não o fizesse parar.

Minhas mãos vão até Mateus tentando tirá-lo de cima de seu pai. Quando o faço, tão ofegante quanto ele, eu acho que o ouço perguntar se eu estava bem e em seguida, pedir explicações quanto ao que se passa. Eu não tenho nenhuma concreta ou imediata para lhe dar, apenas estupidas lágrimas que querem cair como se fossem sobre o rosto de alguma pobre coitada que não tem nenhuma culpa de tudo isso. Longe de ser a verdade. 

Firmo minhas mãos sobre seu rosto sendo que mal consigo manter controle sobre as minhas próprias. Mateus parece voltar a si quando olha em meus olhos, imediatamente fica mais calmo. Atrás de mim, Vincenzo se ergue e me faz olhar-lo enquanto limpa o canto de seu lábio. "O que pensa que está fazendo, moleque?" Vincenzo rosna entre lábios retorcidos pelo ódio. 

E mesmo com toda a tensão entre nós três, finalmente reparamos num som que parecia ser do celular de Vincenzo.

Insistente, mesmo sendo ignorado.

"O QUE EU TÔ FAZENDO?" Mateus tira seus olhos dos meus e o responde, seu rosto ainda sob minhas mãos. "O QUÊ CARALHOS VOCÊ TAVA FAZENDO AGARRANDO A VIOLET A FORÇA?"

Eu sussurro o nome dele tentando voltar sua atenção para mim. "Mateus..." E consigo por um momento. "Mateus, por favor, agora não... é melhor ir embora e nós conver..."

"POR QUÊ ACHA QUE TE DEVO ALGUMA EXPLICAÇÃO, SEU MOLEQUE MIMADO?" Vincenzo continua limpando o canto da boca, olhando o sangue que saia em sua mão e após chamar seu filho de moleque em alto e bom som mais uma vez, já não posso mais segurár Mateus. 

Mateus vai para cima do pai novamente, o agarrando pelo colarinho. "MINHA MÃE SABE QUE VOCÊ TÁ AQUI? OU SABE DAS MERDAS QUE VOCÊ FAZ?" 

Mateus exclama enquanto eu tento afastar os dois. "Mateus! Não faça isso! Não brigue com seu pai por minha causa! Não vale a pena, por favor!" E não vale mesmo. 

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