Essa é a história de Flora e Violet, mãe e filha passando por problemas similares em épocas diferentes.
Assolada por seus vícios e virtudes, Violet Sanspree conhece o casal Santoro, tornando-se amante do marido e amiga da esposa, um secreto acordo...
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Eu levei as mãos a boca de imediato em resposta, perguntando-me por quê aquela mulher decidiu tirar tempo de seu dia para vir me perturbar. Já não basta o que fizera comigo na festa de sua tia?
Tamires é uma criança petulante, sem controle nenhum e que acha que o mundo gira a sua volta. Uma tresloucada sem medo de demonstrar isso para me assustar. Eu ainda estou chocada com a coragem dela de fazer uma coisa dessas em público, enganada por achar que ela só faria tal coisa escondida.
"Ei! O que você tá fazendo?" Soraya vem até nosso lado do bar, embasbacada com a cena que presencia.
"Quem te chamou aqui?" Tamires retruca.
"Não importa, eu quero saber porque você derramou o liquido ali?" Soraya entra em minha frente, parecendo querer me defender físicamente da mulher ao outro lado do bar.
"Por quê estava horrível e eu quero outro." Replica Tamires, como se sua atitude fosse das mais normais. "Não é minha culpa que sua bartender é péssima."
"E precisava fazer isso?" Soraya tenta controlar sua voz para que fique baixa. Alguns dos clientes já olham para nós três. Minha companheira de trabalho tem o pavio curto, mas provavelmente não quer que a situação se escale. Toco em seu ombro e quando ela vira para mim digo que faço outro drink, pedindo para ela se acalmar pois não quero que isso lhe gere nenhum tipo de problema por minha causa.
Soraya apenas olha para mim e depois para Tamires que senta com uma expressão intacta e um sorriso estranho. Por um momento achei que consegui conter minha colega de trabalho, mas tudo o que ela faz é devolver um sorriso também falso para a prima de Bruno e á todos os outros clientes.
"Mil perdões, senhorita." Diz alto para todos ouvirem, inclinando-se sobre o bar e se aproximando do rosto de Thamires. "Mas é melhor você sair daqui antes que eu pegue uma dessas garrafas e quebre ela na sua cabeça. Eu não sei o que você veio procurar aqui com a Flor, mas te garanto que você vai acabar achando coisa pior comigo." Eu mal pude ouví-la, já que diz isso bem na cara de Thamires para que somente ela pudesse ouvir.
Tamires perde a pose que carregava até agora, certamente devido ao medo que as palavras de Soraya lhe instauram, seu desconcerto aparente em sua feição. Ela coloca sua bolsa em seu ombro e se levanta, seus lábios levemente contorcidos de raiva. "Não me surpreende que essa imunda tenha amigas da sua laia."
"Você não viu nada ainda, mulher." Soraya se re-ergue e mantém o sorriso faceiro encarando Tamires que me lança um último olhar rancoroso e vai embora a passos largos.
Quando se foi e todos ao nosso redor finalmente retomam suas conversas, eu consigo novamente sentir o ar voltar a meus pulmões. Meu rosto queima e eu ainda tremo. O impacto da situação bizarra certamente durara um tempo.
"Flor, você tá bem?" Soraya finalmente vem até mim e toca meu ombro, o belo rosto de traços fortes metade enfezado, metade preocupado. Eu meneio minha cabeça positivamente em resposta e ela bufa. "Você não precisa aguentar cliente abusado não, viu? Chama a Amanda quando for assim."
