Capítulo 2

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Eu tornei bem sucedida após um esforço enorme da minha mãe em me ajudar. Por citar ela aqui, o que dizer dela? Mãe vocês sabem né?! Enchem sua paciência, castigam, te proíbem de varias coisas, falam que você esta errado 99% do tempo, mas acredite essa é a forma de demonstrarem que nos ama, isso chega a ser clichê, mas eu vi minha mãe ter varias decepções amorosas ao longo do vida, eu me recordo que a primeira vez que ela casou foi um tormento, o primeiro marido era um cara nojento, chegou a espanca-la, passou por tudo isso, e foi forte e guerreira, e agora no segundo casamento com quem realmente faz ela feliz, e quer saber ela esperou por esse cara por 56 anos, e eu achando que com 30 já seria a rainha do pedaço, infelizmente fui iludida pelos contos de fada.

 Voltando a minha genitora, ela assim como eu colecionou decepções e caras babacas ao longo da vida, mas quando entrou alguém, esse alguém mudou a vida dela. Como eu sempre estava ao lado dela após os meus 18 anos(te contar, não queira ser maior de idade, é uma barra), ficamos mais "amigas", até meus 20 eu tinha certeza que queria ser alguém, e já tinha escolhido minha carreira que é a parte mais difícil da vida do ser humano, escolhi mais eu resolvi fazer Direito, queria ser delegada e ajudar minha mãe em suas dificuldades, bom eu fui e estudei bastante, ela sempre me ajudou nesse período, fiz minha graduação, e continuei estudando pro concurso em uma cidade do interior, o inicial não era muita coisa, mas de só de ser funcionaria publica, advogada, delegada, me ajudou e abriu varias portas. 

Foi então que consegui abrir duas empresas distintas, um restaurante que era a paixão da minha mãe, e uma gráfica que sempre foi meu maior hobbie. Até ai tudo bem, que decidi fazer uma segunda graduação. Me matriculei na faculdade para Historia, como já tinha muitas matérias da primeira graduação, consegui eliminar muitas do curso, e logo depois fiz Letras, eu fiz cursos de Braile e Libras, sempre fui fã de promover acessibilidade a todos. Foi então que comecei uma rotina diferenciada, dividia metade do tempo como delegada da policia civil e professora em uma escola para pessoas especiais.

No meu ambiente de trabalho como vocês podem imaginar era rodeada de homens na maior parte do tempo, até mesmo por ser uma cidade pacata, era bem tranquilo. Já na escola que eu lecionava, eu amava, a agitação das crianças, sua pureza, inocência, amor me sentia completa, mas no fim eu voltava pra casa com a sensação que faltava algo.

Embora eu fosse esteticamente e fisicamente bela, eu me sentia um objeto para os meus parceiros sexuais, sim, as vezes eu só sai com um cara pra transar, e no fim não tinha nem orgasmos de tão fria que eu estava, eu queria era algo com amor, eu queria sentimento, eu queria alguém pra cuidar de mim, já que eu eu bem resolvida.

Esqueci de mencionar pra vocês que até uma fase da minha vida eu era cristã, eu frequentava uma igreja, mas no fim eu decidi que iria curtir minha vida, claro que minha mãe não gostou da ideia, mas disse que eu tinha que começar e me tornar uma mulher de verdade e encarar meus medos. Foi então que eu meio que cai nas noites e festinhas, mas isso ainda era pouco, eu viajei pra três lugares incríveis, mas mesmo assim eu queria mais, nunca me sentia completa, me faltava algo, e esse algo era amor, amor de um homem que não me atraísse somente sexualmente, mas intelectualmente, fisicamente, um homem completo. Deixa eu contar que eu realmente achava que o amor era tudo isso, coitada, estava apenas me iludindo mais uma vez , e nessa altura do campeonato com meus 29 anos faltando apenas 6 meses para meu aniversario de 30 anos, eu conheci três homens maravilhosos, que diga se de passagem dois deles se tornariam as minhas maiores e mais fudidas decepções de toda a vida.

Eu era da noite em certos momentos, eu tinha algo comigo, de ficar na balada só ate 23:55, nesse horário eu ia para uma praça e ficava lá até o sol nascer, repetindo a mesma musica, aquela que sempre fez parte da minha vida, independentemente da situação eu estava lá ouvindo ela, mas eu deixava especialmente para repeti-la de 23:59 até as 05:00 de sexta para sábado ou sábado para domingo, era um ritual de paz interior, de dor e sofrimento, e de liberdade suprema, porque quando fazia isso meu desejo era o que estava se passando nela, que diz:

" ...depois da meia-noite, nós acendemos as luzes da cidade, nos abraçamos e ficamos juntos, até nascer o sol..."

Difícil dizer que comecei a ouvir ela com meus 15 anos, uma fase adolescente gótica da vida, que cá pra nós foi uma das melhores, eu me descobri no rock in roll de uma forma que não quis mais sair, obvio que algumas pessoas passaram a me ver de forma diferente, até porque eu frequentava a igreja, mas eu nunca me importei com elas, eu só queria ser feliz e isso não dependia delas. 


ATUALIZADO E REVISADO


Amantes da meia noiteWhere stories live. Discover now