Capítulo 12

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FERNANDO 

UM TEMPO DEPOIS  

 Minha missão de se tornar amigo dela deu  certo, mas para que isso fosse possível na integra eu comecei a frequentar uma psicologa, amiga da minha família, Lucia Miranda Miller, já era uma coroa, com seus cinquenta e poucos anos, já conhecia ela de vista por causa de algumas festas que eu acompanhava meus pais, era casada com Donald Miller, um escocês que meu pai conheceu enquanto ele fazia faculdade em Londres, lá se tornaram amigos até o final da faculdade de ambos, separaram depois de voltarem para suas terras natais. Quando reencontraram novamente um ano depois em uma reunião de negócios, onde Sr. Miller havia conversado com meu pai que tinha vindo morar no Brasil para expandir seus horizontes do empreendedorismo.

Juntos tinham três filhos: Vitor, de 25 anos, tinha cabelos ruivos iguais ao do pai, personalidade forte, mas ao mesmo tempo puxou o lado compreensível e calmo de sua mãe, era o mais alto da família, com seus 1,80 de altura, usava óculos, resumindo era um rapaz centrado e inteligente, tanto que conseguiu uma bolsa e se formou em Administração University College London, o que deixou seus pais orgulhosos, e logo assumiu o posto de vice-presidente do Grupo Miller Empreendimentos,casou-se um ano depois dessa promoção.

Sim ele se casou aos vinte e cinco anos, era maduro e responsável o suficiente para decisões importantes, era centrado e dedicado, quando conheceu Charlotte Johnson na faculdade viu nela uma garota diferente, uma garota que seria sua pelo resto dos dias, que seria mãe dos seus futuros filhos, sim sua mãe e seu pai se orgulhariam dela como nora, ainda era cedo para tal coisa, mas não imaginava uma vida se aquele serzinho meigo, pequeno, de cabelos castanhos, e olhos verdes vibrantes e intensos,  aquela que sempre estava pelos cantos foleando um livro de Shakespeare ou de Agatha Christie, ficou fascinado desde então, queria esperar um tempo até conversar com ela, mas o destino foi mais generoso com eles e antecipou tal aproximação, quando se viu ele já estava na casa dos pais dela, conversando sobre tal, no começo foi difícil, pois ela era a caçula, e logo cedo ele já havia proposto um casamento, bem que o pai imaginou que ela estaria gravida, por causa de tal pressa, mas quando observou Vitor, tinha certeza que ele era um rapaz reservado para esse tipo de coisa em tão pouco tempo. Por fim eles graduaram, ele em Administração, ela em Arquitetura e Urbanismo. Claro ela veio pro Brasil desde então, e não posso estar mais feliz pelo meu amigo de infância, claro não eramos muito próximos pois ele sempre estava afundando nos livros até mais que eu, e nem sempre estávamos presentes nas confraternizações que nossos pais davam.

Mateus era o outro filho do casal, tinha um pouco da fisionomia da mãe, cabelos castanhos escuros, olhos castanhos claros e rudes, um pouco menor que Vitor, tinha apenas 1,70, com seus vinte anos era um rapaz baladeiro, em suas horas livres era Dj nessas festas que duram três dias, a galera bebe horrores e depois vomita, ficando numa ressaca louca, mas mesmo assim repetem isso todo final de semana. Nunca nos demos muito bem. Desde criança ele era o mais "pra frente", bagunceiro e enfim, aquela criança que você tem vontade de matar. Me lembro muito bem de uma das poucas festas do aniversario dele, em que passou a mão em todo glacê do bolo e passou na sua tia que estava ao lado, podíamos ver a malicia em seus olhos vibrando aquele momento.

Isabella era a caçula, tinha quinze anos e posso dizer que se tivesse uma irmã, tinha quer se parecer com ela, na personalidade e inteligencia surpreendentes para tão pouca idade. Igual ao irmão mais velho ela herdou os cabelos ruivos de seu pai, com os olhos verdes folha seca meigos e intensos, era magra e alta para sua idade com 1,70, ela insistiu tanto com o pai para que ele permitisse fazer alguns ensaios fotográficos, e logo se tornou modelo para uma revista de moda teen, incrível que ela conseguia conciliar tudo isso sem que interferisse em seus estudos e tempo com a familia. A mãe havia criado bem, sem mimos, mas com carinho, educação e correção na medida certa para todos os filhos, mas acho que só com o Mateus que isso não funcionou muito bem, já que era quase um devasso, ou eu diria um playboyzinho. Enfim, isso não é importante.

Com as minhas consultas com Lucia, eu e Vitor nos aproximamos, e tornamos amigos, coisa que foi difícil para mim no começo. Eramos bem parecidos. O interessante que a diferença de idade era de um ano entre nós, mas isso não impediu que eu conversasse com ele sobre meus medos em relação a Júlia. Tudo bem que eu fazia as sessões, mas ter um amigo era mais fácil me sentia mais a vontade, não que a mãe dele(que eu considerava uma tia, até mais que as minhas, já que não passavam de meras interesseiras), mas é diferente, muito diferente. Ele havia me contado sobre como tinha conhecido a esposa, eu assenti, e lhe disse que comigo era da mesma forma, mas ainda eramos adolescentes, não tinha tido coragem de falar naquela época...

Amantes da meia noiteWhere stories live. Discover now