Capítulo 5

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JÚLIA 

Nando senta-se do meu lado e me apoia no ombro dele, eu simplesmente tinha o melhor amigo do mundo, mesmo no momento tão delicado lá estava ele com seu modo carinho, dizendo que tudo ficaria bem.

- Nando pode ir para casa, se não seus pais vão ficar preocupados, já que você é o garoto certinho que nunca se atrasa. - falo assim rindo e enxugando minhas lagrimas.

- Ju não se preocupe, quando a sua discussão começou eu liguei para minha mãe, disse a ela que estaria te fazendo companhia já que você estava esperando o ônibus e o mesmo iria demorar, e que eu não queria te deixar sozinha. 

- Ufa best, espero que a Dona Carla não brigue comigo amanhã, por ficar até mais tarde fazendo o filho dela de babá. - falo isso e Nando fica rindo da minha cara.

O bom que o Nando estava ali comigo, durante a discussão com o imprestável do meu ex, ele ficou calado observando, mas assim que ele foi embora, sentou do meu lado e foi gentil, como sempre fez. O engraçado é que quando eu cheguei na faculdade e trombei com ele por acaso por causa da minha lerdeza, eu pensei que já tinha conhecido ele de algum lugar, mas acredito que não, mas nunca se sabe, minha lerdeza é bem grande para guardar fisionomias. Fico presa nos meus pensamentos novamente, é como se um filme passasse pela minha cabeça, dois anos namorando o Caio, e de repente descubro que ele estava me traindo. Realmente eu fui uma boa, excelente, e muito boba namorada, acho que esta na hora de rever meus conceitos e me fechar, ser fria com o amor. Me entreguei e olha como a vida me retribui. Nesse tempo que fiquei pensando escutei o Nando dizendo alguma coisa, e foi saindo, infelizmente não entendi bem o que ele dizia pois estava no meu transe psicológico sobre o que tinha me acontecido, meu dia tinha começado tão bom, e acabo assim. A vida sempre vem e me da uma rasteira quando estou muito feliz, chega até a ser sacanagem. Escuto uma buzina, e levanto a cabeça...

- Vamos Ju, entra ai, vou te levar na sua casa, não quero te ver até tarde na rua, e amanhã você tem que trabalhar. 

- Nando não se preocupe, o ônibus não vai demorar muito, vou chegar bem...

- Júlia Cristina Marques, não me faça sair desse carro e te colocar a força nesse carro, eu sei muito bem que o onibus da senhorita só vai passar daqui a meia hora, você vai chegar muito tarde em casa e bem exausta. Entre logo mocinha. - Nando fala olhando pra minha cara com um to sério, mas ao mesmo tempo engraçado.

- Fernando Carvalho, o senhor está certo, vou aceitar sua carona pois está muito tarde, e tenho que trabalhar amanhã.-  falei isso seria, e ele riu de mim.

Entrei no carro do meu amigo e ele deu partida para minha casa. Como já era quase meia noite( eu simplesmente perdi a noção da hora por causa da confusão), fui fazer algo que eu já não fazia a muito tempo, peguei meu celular e os fones de ouvido, e fiz uma pesquisa rapida no Youtube. Fazia tempo que eu não escutava Capital Inicial, Depois da meia noite, era uma musica que me acalmava nos meus dias sombrios de adolescente desiludida, que sofria com os amores(ou com hormônios, nunca saberei dizer o que eram), e hoje eu estava assim novamente, depois de tantos anos, novamente aconteceu mais uma vez, e dessa vez não pretendo tão cedo continuar a acreditar que terei um amor, vou focar fielmente nos meus estudos, ajudar minha mãe e meu irmão, e vida que segue.

Amantes da meia noiteWhere stories live. Discover now