Capítulo 15

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FERNANDO

Depois que Vitor retornou, as coisas ficaram mais "fáceis" para mim.
Agora eu tinha um amigo para que eu pudesse compartilhar as minhas inseguranças. Digamos que eu pensava até o contrário por ele se mostrar correto em tudo, mas ele era diferente. Aprendi que mesmo pessoas rotuladas pelos seus cargos também são pessoas normais, tem problemas iguais a nós, nunca pensei que o peso de ser um grande administrador ou qualquer coisa do tipo me tirasse meu lado humano.

Foi o contrário. Vitor me mostrou isso, ele foi me ajudando a ter empatia com as pessoas ao meu redor.

- Meu caro amigo, já conversou com a moça sobre seus sentimentos por ela? - disse enquanto bebia mais um gole de café.

- Sinceramente não. Eu sempre fui o amigo dela, e agora que ela terminou com o Caio, não é a melhor hora para dizer...

- Faz bem Fernando, talvez ela não saberia lidar com tudo isso, mesmo sendo madura o suficiente como você diz que é, seria forte demais em um momento como esse.

Ele tinha razão, quanto mais tempo eu demorasse para falar com ela seria melhor. Não queria fazer ela sofrer novamente. Gostaria de ser seu ponto de paz, de carinho, seu porto seguro. Pode até ser muito clichê eu ser assim, mas mesmo sendo homem, não sou igual aos demais, eu simplesmente não fui criado pra ser mais um que vive pensando carnalmente, foi assim que aprendi com meu pai, com o pai do Vitor, e meus tios. Pra ser homem de verdade você precisa de uma única mulher, aquela que cresça e viva ao seu lado nos bons e maus momentos.

- O que me aconselharia a fazer? Ainda não tive uma boa idéia de como começar... - falei virando para ele, já que parte dos meus pensamentos se concentravam em olhar para um vago lugar onde meu coração estava com um aperto terrível.

- Sabe o que ela vai fazer amanhã?

- Depois do trabalho virá aqui em casa para fazermos um trabalho da faculdade.

- Por que não a convida para fazer algo que ela goste? - disse expressando um leve sorriso.

- Sei tudo que ela gosta, incrível que pareça algumas coisas nos damos bem até demais. Mas será que ela aceitaria? - Júlia gostava de livros, quadrinhos, gibis, filmes, séries (que ela mesmo se queixava de não estar acompanhando por causa de sua rotina), eram coisa que eu também gostava muito...

- Você nunca vai saber se não tentar. Mas seja discreto, para que ela não note por enquanto o que sente por ela. - disse levantando para pegar mais um pouco de café na cozinha, incrível como bebia café aquela hora da tarde.

- Vou entrar em contato com o irmão dela, ela provavelmente contou a ele alguma coisa que ela não pode fazer. Com licença, vou buscar meu celular. - ele assentiu bebericando mais um pouco do conteúdo preto em seu copo, levantei do sofá e fui ao meu quarto, disquei o número de  Jonas e aguardei atender.

Ligação ON

- Boa tarde Jonas.
- Boa tarde Fernando, tudo bem cara?
- Tudo sim. E você?
- Quase morrendo com o terceirão e cursinho, mas bem. O que tá querendo? - falou dando uma risada. - você sempre me liga pra perguntar da Júlia, mas esquece que temos que marcar pra zerar aquele jogo.
- Ainda bem que sabe cara. Depois te mando mensagem para combinarmos sim. Mas é dela sim, ela comentou sobre querer fazer alguma coisa e não poder ultimamente?
- Osh se tem, você sabe como ela é fanática com aquela série de livros do Trilogia Divergente né?! Lançou recentemente e ela ainda não foi ver, eu fiquei de ir com ela, mas fui com a galera lá do cursinho, mas não conta pra ela. - escutei sua risada ao fundo.
- Valeu Jonas. Não direi a ela, mas também já sabe né?! - falei rindo
- Tudo bem cara. Até mais.

Ligação OFF

Depois da conversa com o irmão dela eu tinha que convence-la a ir comigo depois de terminar o trabalho.

Já que iríamos ao cinema, fiz questão de sair aquele momento mesmo e comprar as entradas, pois não queria correr o risco de não ter, ou de pegarmos lugares ruins.

Amantes da meia noiteWhere stories live. Discover now