Capítulo 10

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FERNANDO 

Depois que encontrei a Júlia na secretaria da faculdade, ela simplesmente sumiu da minha vista desde então, mas em meus pensamentos ela estava lá. O seu sorriso tímido, mas pra mim era perfeito, com aqueles olhos castanhos claros maravilhosos , e o seu cabelo caindo sobre seu rosto, para mim ela era a garota perfeita. Pensei na possibilidade de pedir o conato dela, mas depois que vi o anel em seu dedo deixei que as coisas acontecessem naturalmente, eu queria ser só o melhor amigo dela, já que ela tinha um grande amor(bom isso era o que eu pensava sobre eles, não que todos os relacionamentos não sejam por amor, na verdade a maior parte deles ultimamente é carência, desejo e muitas outras coisas, mas eu acreditava piamente que ela não iria namorar alguém somente por essas coisas, era muito inteligente para se levar de forma tão barata).

Os dias iam passando lentamente até o inicio das aulas, com isso estava aflito e entediado sentindo falta dela(me diz como é possível gostar tanto de uma pessoa por tanto tempo em segredo e depois reencontra-la e não poder abrir seus sentimentos em relação a ela?! POR ZEUS, EU JÁ ESTOU FICANDO MEIO LOUCO), em meio a tudo isso eu conseguia ler meus livros que estavam estacionados na estante há dias, zerar alguns jogos, minhas HQs tudo em dia, meus canais favoritos do Youtube?!, havia assistido todos, isso foi bom, mas ela ainda continuava em meus pensamentos, em meus sonhos...

- Filho, filho, filho, filho... Fernando escute sua mãe rapaz!

Acordando do meu transe, vejo minha mãe me fitando com uma cara um pouco brava.

- Desculpe mãe, é que...- antes que eu pudesse terminar ela me interrompeu.

- Filho tem dias que você está assim, você faz as suas refeições, seus passatempos tudo, mas parece que seus pensamentos estão longe daqui. - por isso que eu amava a minha mãe, diferente do meu pai ela já sabia até minhas feições, jeitos e tudo de modo único.

- Não Dona Carla, estou bem, só estou pensando que agora vou fazer o que eu realmente gosto, e tenho um pouco de ansiedade em relação a tudo isso. - falei fitando o chão para que ela não decifrasse a mentira que eu estava lhe contando, não que fosse mentira, mas eu só estava omitindo meus sentimentos diante dela.

- Fernando, se não fosse meu filho eu até diria que é isso. Mas a minha intuição materna diz que isso tem tudo haver com uma garota. - levantei a cabeça rapidamente, fitando-a boquiaberto, caraca, se eu tivesse problema de coração essa seria uma boa hora da minha mãe fazer meu sepultamento.

- É que... Bom... Como eu poderia dizer... Sim, é uma garota mãe! - falei dando um sorrisinho sem mostrar os dentes.

- Ora essa filho, eu já imaginava, você ficou assim quando era adolescente, me lembro muito bem. Mas agora você é um homem, pode fazer uma mulher feliz, tudo bem que você esta começando sua graduação em Direito agora, mas já tem uma formação em Administração, e tem a sucessão da empresa da família, antes disso tudo você é incrível, é educado, e muitas outras coisas, e não sou somente eu que vejo isso, todos veêm o exemplo que você é com tão pouca idade.

- Mãe ela tem um relacionamento... Mesmo que eu quisesse não seria possível. Eu já amava ela antes mesmo de reencontra-la no dia que fiz minha matricula... - a galera vem com esse papo que homem não chora, claro que choramos, só não gostam de admitir isso por puro machismo, algumas poucas lagrimas rolaram do pesar que tive de não ter sido forte o suficiente para puxar assunto com ela aquela época.

- Então é a mesma garota de quando eu te coloquei naquela escola estadual, antes de você ir morar com sua tia? - apenas assenti com a cabeça e deitei. Não sabia mais o que conversar com minha mãe, é complicado falar de sentimentos, é dificil para mim. 

- Filho por quê você não se torna amigo dela? Assim você pode conhece-la melhor, e ver se realmente esse sentimento é real, porque se realmente for, o destino não os colocou juntos por acaso novamente. - como eu amo a minha mãe, ela é um doce de pessoa, e tem bons conselhos.

- Farei isso... - virei pro canto e adormeci pensando como seria esconder meus sentimentos pela Júlia, sendo seu amigo...


PRIMEIRO DIA DE AULA

Por fim começaram as aulas, a minha turma era cheia, diferentes tipos de pessoas e estilos... Isso vai ser interessante(pensei comigo mesmo). De repente vejo alguém chegando atrasada e pedindo licença a professor para entrar na sala, fitando tal e não tinha nenhum lugar sobrando, exceto o do meu lado... Simplesmente não sei o que aconteceu, assim que sentou-se do meu lado achei que meu coração iria sair pela boca, sim ela estava ali sendo da mesma turma que eu, e ainda por cima ocupando a carteira que fazia dupla na minha. Se realmente for o destino(as palavras da minha mãe vieram rapidamente em minha mente). Controlei fisicamente a minha compostura, voltando a atenção para o professor a frente.

Por fim todos os professores explicaram como iria funcionar a distribuição dos pontos, a metodologia dos trabalhos, aquele clichê de sempre das escolas, eu gostava muito de estudar, mas as vezes essas regrinhas me davam um certo nó, e a todo tempo eu estava ali admirando  ela, sempre que os professores explicava aquelas coisas questionava e anotava tudo em sua agenda(ou aquilo era um caderno?),  como ela era fascinante.

Amantes da meia noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora