{3} ORIGENS

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    — Eu acho que não entendi bem – Lia falou, temendo ter escutado errado. – Você está me dizendo que os Espectros têm um lugar no conselho que comanda essa dimensão?

    Sauly respirou fundo. Teria que ser paciente com Lia e fazê-la entender. Embora ela tenha sido contra algumas atitudes de Nayrú, enquanto estava em Yvrim, ainda tinha o pensamento errado que os portadores da aura negra eram seres ruins, resultados da corrupção da energia pura do Véu.

    — Não os chamamos de Espectros aqui, Lia – ela prontificou-se a explicar em um tom brando. – Sei que cresceu ouvindo coisas horríveis sobre os portadores da aura negra, mas aqui em Shinê, muitos são diferentes, pacíficos e vivem em harmonia entre humanos e Áureos. Eles têm o próprio país ao norte.

    Lia abriu a boca para dizer como aquilo era absurdo, mas não pôde continuar. Lembrou-se do que Kraj lhe dissera sobre os segredos que Nayrú vinha mantendo sobre os Espectros e os yomei, de como eles eram impelidos à violência para sobreviver. Uma sociedade onde os portadores da aura negra eram aceitos como iguais era assim tão absurdo quanto ela pensava? Que problema ela teria com um Espectro, ou Elenus como Sauly os chamava, que não lhe fosse uma ameaça? Ela o atacaria simplesmente por ter nascido com a aura negra? Não soube responder. Resolveu deixar esse assunto de lado, por hora, e se concentrar no que a Arcana lhe prometera explicar: sobre os Aceta.

    Ela virou o rosto para a janela, fitando algumas nuvens baixas cruzando o caminho do seleni.

    — Pensei que falaria dessa aura que aquelas pessoas de cabelos brancos carregam – contestou a Niffj.

    — Os Aceta? Claro. Eles são considerados Áureos pelo conselho, no entanto, ainda não têm um representante oficial, são minoria. Porém, como eu havia dito, eles possuem habilidades tão incríveis quanto qualquer outro guardião. Os Aceta, Liana, são os portadores da aura azul.

    Lia teve que encarar os olhos claros da Arcana para ter certeza de que ela falava sério. É claro que falava, não faria piadas com isso. Uma nova aura surgira apenas em Shinê? Como?

    — Como sabe, Lia – a Arcana continuou –, para proteger minha dimensão da loucura e da ganância dos meus irmãos, tive que isolar toda Shinê de qualquer acesso deles. Era isso ou enfrentar uma guerra sangrenta que a divergência de nossas ideias causaria. Nayrú e Dim queriam o extermínio dos Elenus mesmo depois da Grande Separação...

    — O que é isso? – Barton indagou, também curioso sobre a aurora do Véu. Agora ele era um Áureo (ou algo parecido) e precisava estar a par desses assuntos.

    — A Grande Separação foi o evento que dividiu o Véu em três dimensões. Quando os primeiros Áureos nasceram, e ajudaram nós Arcanos a vencer as criaturas abissais que atormentavam os humanos, o Véu julgou por bem separar todo aquele poder em diferentes pontos do cosmo; como medida de proteção à integridade do universo. É por esse motivo também que Arcanos não podem atravessar uma fenda. Seria desastroso.

    Barton conseguiu imaginar duas entidades tão poderosas habitando a mesma dimensão e se digladiando, rasgando o universo como um tecido velho. Aquela mulher sentada a seu lado, guardava tanto poder assim?

    — Enfim – ela continuou. – Eu acreditava que os Elenus necessitavam ser guiados em um caminho de serenidade, pois eram tão corruptíveis quanto qualquer um de nós. Acreditem, um Áureo pode cometer as mesmas atrocidades que um Espectro. Então por que o inverso seria impossível? Um Elenus não poderia ser tão virtuoso quanto um guardião?

    “Mas meus irmãos não concordavam. Queriam exterminá-los. E esse desejo ganhou ainda mais afinco quando descobriram que a rara mistura do sangue humano com o essência do Véu dava origem a seres ainda mais extraordinários. Que poderiam ser equiparados a um Arcano, com o tempo.” – Ela olhou para Barton. – “Os yomei. Então eu soube que a guerra viria se não fizesse algo.”

    — Então – Lia a interrompeu, com certo tom de desafio na voz – o que você fez foi se exilar?

    — O que eu fiz foi evitar um confronto que mergulharia as três dimensões em uma era de caos e que, com certeza, destruiria algumas delas. Expandi minha aura como um escudo que impediria que qualquer fenda fosse aberta em Shinê a menos que eu permitisse. Esse processo movimentou energias ocultas no Véu que, eu presumo, tenha dado origem ao nascimento de crianças com uma aura diferente. Algo novo e esplêndido.

    — E qual é o dom deles? – Lia foi direto ao ponto.

    — A aura azul dos Aceta é toda concentrada no cérebro, isso faz deles pessoas de inteligência sem igual. Com afinidade natural para as ciências. Memória e velocidade de raciocínio inigualáveis. Ao longo dos séculos, os Acetas foram responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico de Shinê que nenhuma outra dimensão teve.

    — Supercérebros – Barton comentou, impressionado. – Legal, não é, Lia?

    — Legal – ela repetiu em tom baixo. Ainda absorvia aquela descoberta.

    — Alguns poucos nascem com algo a mais como telecinesia e precognição, mas são casos raríssimos – a Arcana completou.

    — Chegamos em cinco minutos – Ramon informou da cabine.
   
    — Sei que isso é informação demais para você, Lia, mas preciso que fique ciente de que as coisas se desenrolaram de forma diferente aqui em Shinê. Não quero que continue pensando como antes e também não quero que o oceano de mentiras de Nayrú continue a se estender.

    A Niffj balançou a cabeça, sem muito o que dizer. Eram, de fato, muitos fatos. Muitas facetas de diferentes mundos. O que Kraj lhe dissera não era assim tão absurdo afinal. Nayrú era mesmo o grande mentiroso da história. Naquele momento seus objetivos, tão claros antes, começaram a ficar nebulosos e fora de foco. Julgou ser algum outro efeito da perda parcial de memória.

    — Muito bem, continuaremos essa densa conversa depois. – Sauly inclinou-se para a janela ao seu lado e apontou para um complexo de edifícios ovais que ficava maior à medida que se aproximavam. – Agora quero que relaxem e aproveitem a estadia. São meus convidados, afinal, eu os trouxe até aqui, não é mesmo?

    O seleni pousou ao lado de outras duas naves, em um grande círculo amarelo no terraço de um estonteante edifício cilíndrico. O Nahin abriu a porta da nave com o apertar de um botão, não se levantou do seu lugar e não desligou os motores.

    — Fim da linha – anunciou ele. – Foi um prazer conhecer vocês dois. Espero vê-los de novo.

    — O prazer foi nosso, Ramon. Quem sabe possa me ensinar a pilotar um desses qualquer dia – Barton brincou, mas aquele desejo tinha uma ponta de realidade.

    — Claro. É só perder esse medo de altura – ele fez um muxoxo. – Onde já se viu, um Nahin do ar com medo de altura!

    Ramon sabia que Barton era bem mais que um Nahin, no entanto, para ele, qualquer um que capaz de controlar os ventos não pode ficar preso à terra como um Áureo qualquer. Eles pertenciam ao céus.

    Lia também se despediu, pensativa e com o olhar distante. Desembarcaram e novamente foram recebidos pelo vento gelado. Um pequeno grupo de Áureos, mais preparado para o frio com sobretudos em cores escuras, os esperava ao lado da entrada do prédio, duas mulheres e dois homens.

    — Sejam bem vindos – uma das Áureas falou, aumentando a voz para ser ouvida sobre o barulho dos motores do seleni que voava de volta para o hospital. – Você deve ser Bartolomeu Aton, certo?

    Ela dirigiu-se diretamente para o rapaz, estendendo-lhe a mão enluvada. Tinha a pele morena cor de ébano. O cabelo cacheado, tão escuro quanto os olhos concentrados, derramavam-se em volumosas ondas sobre um dos ombros. A nave se afastou e o terraço ficou silencioso, permitindo a moça falar mais baixo:

    — Queria realmente conhecer você. – Ela deu um passo mais perto e Barton apertou a mão que lhe era oferecida com um sorriso caloroso.

    A proximidade permitiu que Lia sentisse a aura que ela carregava. Barton, ainda inexperiente na captação de energia não soube que estava diante de uma portadora da aura negra.

    A reação da Niffj foi puro instinto. Ela não pensou, apenas agiu. Pegou a morena pelo braço e lançou-a contra a parede, pressionando o espescoço com toda a força que seu corpo enfraquecido permitia – o que não era lá muita coisa.

    Todos ficaram surpresos com o ataque inesperado de Lia e não souberam como reagir, exceto Sauly, que imaginou que algo assim fosse acontecer.

    — Lia solte-a – falou a Arcana colocando a mão suavemente sobre o ombro da loira.

    — Ela é um Espectro! – esbravejou.

    A jovem presa conseguiu sorrir com aquelas palavras. Poderia escapar do golpe e dominar a Áurea que achava que a tinha sobre controle, mas preferiu deixar que a Arcana contornasse a situação.

     — Não, Lia, ela é uma Elenus.

     — Lia... – Barton a chamou para que voltasse a si. Não sentia a aura negra da jovem, no entanto, algo nele fez com que desse um passo para trás. Talvez fosse o medo de Espectros resultado dos anos de dominação.

     Aos poucos a loira afrouxou o aperto. Acalmou-se para analisar a aura daquela jovem e percebeu que era diferente de qualquer outro Espectro que já vira. Não era o caos pulsante que sentia nas criaturas monstruosas que conhecia tão bem em Yvrim. Não. A energia que preenchia a moça era vibrante, mas não negativa. Poderosa, mas controlada.

    Ela soltou o braço que apertava e afastou-se.

    — Desculpa – falou olhando nos olhos da Elenus. – E-Eu... Foi um impulso.

    A outra recolocou os cachos de volta sobre o ombro esquerdo e sorriu, dessa vez calorosamente. Ergueu a mão para a Niffj em um gesto conciliador e disse:

    — Tudo bem, eu também tenho sou muito impulsiva ás vezes. Meu nome é Yeji Samus.

    — Liana Elenor – respondeu, apertando a mão forte à sua frente.

    — Seja bem vinda, Liana. Só peço que não me chame de Espectro de novo. – Os olhares das duas se cruzaram, atritando-se por um instante.

    — O que fazem aqui? – indagou Sauly ao um dos Áureos, querendo dissipar o clima estranho no ar.

    — Temos alguns protestos acontecendo no centro da cidade, Arcana. Achamos por bem vir informá-la da situação.

    — Quem está protestando? – Barton indagou.

    — Humanos – Sauly respondeu. – Souberam da chegada de vocês e acreditam que isso possa significar que eu desfiz o isolamento de Shinê. Temem que algo pior possa chegar aqui como vocês chegaram.

    — Mas não somos ameaça – ele quis se justificar.

    — É muito mais complicado que isso, Barton. Vamos entrar.

    O grupo entrou em uma sala muito parecida com a de antes, onde encontraram Ramon, porém, a parede vidro estava escurecida e era iluminada apenas pelas luzes no teto.

    Dentro do elevador, Lia estudou os outros três Áureos que os receberam no terraço: uma Nahin do fogo e dois Niffjs. Na manga direita de seus longos casacos, símbolos circulares representavam suas respectivas classes áureas: um triângulo escarlate para os Niffj e uma chama verde para a Nahin. Eles se portavam como verdadeiros militares, com as mãos cruzadas nas costas e sempre olhando para frente. Lia se perguntava se o comportamento deles era sempre assim ou só na presença da Arcana.

    Yeji, entretanto, parecia bem à vontade, assim como Ramon. Estava causalmente encostada em uma canto, com os braços cruzados sobre os seios fartos.

    O elevador parou e uma voz nos alto falantes anunciou que estavam no andar 57 dos dormitórios. As portas se abriram e primeira coisa que Lia e Barton viram quando saíram foi uma placa em vermelho berrante com dizeres em letras quadradas:

ÁREA DE RESTRIÇÃO

    — O que é uma área de restrição? – Barton perguntou, confuso. Já tinha visto o mesmo aviso em alguns setores do centro médico, mas nunca teve a chance de perguntar o que significavam.

    — Quer dizer que não podem brincar aqui – Yeji respondeu, balançando o dedo indicador no ar, enquanto as portas do elevador se fechavam vagarosamente. – Nada de poderes.

    Lia ficou feliz quando a Elenus sumiu, seguindo viajem para outro andar daquela torre gigante.

    — Essas placas indicam áreas em que é proibido o uso de habilidades áureas – Sauly explicou melhor. – Convivemos com o humanos por aqui, por motivos de segurança e até de respeito, o conselho optou por criar essas limitações.

    É claro, humanos junto com Áureos. É de se esperar que houvesse leis que os coloquem no mesmo patamar, Lia pensou. Em Yvrim o convívio entre Áureos e humanos é estritamente proibido e punido severamente. As coisas em Shinê eram tão diferentes...

    Mas tinha algo que era familiar ali. Aqueles corredores, os Áureos com que cruzava no caminho e até os uniformes. Tudo lembrava os anos que passou no Palácio da Luz durante seu treinamento. O centro de treinamento de Shinê chegava a ser nostálgico, não de maneira tão boa quanto gostaria.

    — Mandei prepararem um quarto para vocês dois – disse Sauly ao chegarem em outro amplo corredor, que mais parecia um rua de tão movimentada. – Espero que não se importem de ficarem juntos.

    — Não tem problema – respondeu Lia, sem dar muita bola para o que foi dito. Estava deslumbrada com a beleza do lugar. Com amplas áreas entres as portas do quartos, ornadas por minúsculas árvores coloridas e perfumadas, claramente obra de Nahins da terra.

    Chegaram em frente a uma dessas portas e madeira polida e maçaneta cristalizada.

    — É esse – indicou Sauly. – Tem roupas melhores para você no armário, Lia. Descansem bem. Amanhã eu me reunirei com o conselho para colocá-los a par da situação.

    — Quanto tempo vai demorar? – Liana indagou, apreensiva.

    — Não vamos nos precipitar, menina. Kraj não fará nada em Híon nesse período. Temos que planejar cada detalhe daqui pra frente. Não será tão fácil mobilizar um exército inteiro para outra dimensão.

    Lia concordou. Não queria apressar as coisas, seu lado impulsivo já a tinha causado muitos problemas. Pensar antes de agir, era isso que precisava aprender a fazer.

    — Certo. Obrigada – falou ela.

    Sauly despediu-se dos dois com uma expressão preocupada. A notícia que Yeji deu sobre os protestos era bem mais séria do que Lia pensava. Barton abriu a porta com a chave que a Arcana lhe dera e ficou deslumbrado com o que viu.

    Assim que entraram, as seis largas janelas subiram as persianas automáticas, respeitando algum tipo de configuração pré-estabelecida. A vista de Alva era de tirar o fôlego.  O sofá branco ia de um canto a outro da parede e ficava de frente para uma mesa baixa que servia de apoio para uma esfera perolada maior que uma cabeça humana. O chão brilhante, os móveis de madeira rústica, tudo ali era bem mais do que Lia esperava. Nem parecia o alojamento de soldados em treinamento.

    — Puxa, quanto luxo – Barton exclamou boquiaberto.

    — É verdade.

    — Hum. Você deve estar mais acostumada com isso do que eu. – Ele caminhou até o sofá e desabou sobre as almofadas confortáveis, com um gemido de prazer. – É uma ex princesa, lembra? Aposto que seu quarto em Yvrim era três vezes maior que esse.

    — Isso já faz tempo. Nem lembro mais como era meu quarto.

    Ela sentou-se ao lado do rapaz e suspirou, voltando a exibir aquele olhar de paisagem, como se estivesse pensando em algo muito distante. Barton não se conteve e perguntou:

    — O que você tem? Desde que acordou tem se comportado de forma estranha.

    — É muito estranho acordar em mundo com valores tão diferentes do que eu conheço. E também...

    — O quê?

    — E também tem Kraj. – Ela juntou as sobrancelhas, esforçava-se ara encontrar uma resposta para sua pergunta: – Por que ele me salvou? Por que parou meu ciclo infinito? Eu não entendo!

    Ela não se lembrava de Kraj ter dito que a amava, assim como não se lembrava do que ele estava disposto a fazer para ficarem juntos. Barton nada disse, também não entendia por que um Espectro era tão aficionado por ela depois de tudo o que passaram. O mais inacreditável era o fato de que Kraj ainda pensava que Lia poderia amá-lo também.

    — Você deveria esquecer isso como todo o resto – ele respondeu endireitando-se para olhá-la nos olhos. – Não temos como saber o que se passa na cabeça daquele monstro.

    A expressão de Lia tornou-se furiosa, os olhos ameaçaram brilhar em escarlate, mas sua aura ainda estava fraca demais para isso. Cerrou o punho e disse entredentes:

    — Eu não quero esquecer, quero respostas!

    Então Barton viu que a antiga Lia ainda estava ali, no meio daquele mar confuso de dúvidas. A Áurea que sempre foi movida pela vingança se mostrava novamente, para a tristeza do rapaz. Queria que a garota que amava deixasse de lado aquele sentimento venenoso e imprevisível, que desde que a conheceu, tem turvado seu senso crítico. Então, sem qualquer aviso, ele segurou sua face entre as mãos e beijou-a de forma apaixonada.

    Os olhos cor de mel da Niffj arregalaram-se com a surpresa do ato, mas logo se fecharam e ela deixou-se levar pelo momento. A tensão do corpo se foi, a mão fechada de raiva foi guiada para um abraço caloroso. Ela sorria com os lábios comprimidos contra os de Barton.

    Ele afastou-se sem soltá-la, ficou encarando aquele rosto iluminado. Os fios dourados, sempre em rebeldia, caiam-lhe sobre os olhos que também sorriam.

    — O que foi? – ela perguntou.

    — Nada. É que já faz muito tempo que não te vejo sorrindo.

    Como que para agradá-lo o sorriso ficou ainda maior e as bochechas da garota coraram, ela abriu a boca para retrucar com alguma de suas frase fortes, mas Barton não lhe deu essa chance, voltou a beijá-la com ainda mais vontade.

    — Deveríamos estar... descansando... – Lia insistiu ofegante, entre um beijo e outro.

    — Então agora você quer cumprir ordens? – Barton brincou. – Quer mesmo descansar?

     Ele fez uma pausa para que ela pudesse responder ao seu desafio. Lia olhou estreitou os olhos e deu de ombros.

    — Que se dane. Eu dormir durante o último mês inteiro.

    — Vinte e nove di... – Dessa vez foi Lia quem não deixou que ele falasse. Puxou para outro beijo ardente. Enquanto o sol se despedia de Alva, lançando raios dourados que refletiam sobre os prédios brilhantes da grande cidade.

𝑨́𝒖𝒓𝒆𝒐𝒔 - 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂Where stories live. Discover now