{37} O RASGO NO VÉU

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As pessoas em Valindra estavam assustadas. Gigantes de um olhos só, vestidos em armaduras grotescas e portando machados e lanças, haviam tomado a cidade. Shans estava morto, era essa a notícia que corria nas ruas. Um grupo de rebeldes invadira o Castelo da Fúria e assassinara o Imperador. Alguns viram dois corpos caindo da montanha, um deles coberto por correntes.

Agora Valindra não tinha mais Espectros atormentando os moradores. Os poucos soldados negros que sobraram haviam sido presos e arrastados para os calabouços de seu falecido mestre. Valindra agora pertencia aos Áureos. Uma vitória há muito aguardada por aquelas pessoas, mas que agora as assustava. O que seria daquele lugar quando o exército negro retornasse ao saber da morte da morte de seu Imperador? Os guerreiros gigantes que agora guardavam os muros eram ferozes, sem dúvida, mas seriam capazes de deter a sede de vingança dos Espectros?

Mesmo assim a maioria das pessoas comemorava dançando e cantando nas ruas. Crianças corriam entre as casas gritando a plenos pulmões a queda do Mestre das Correntes Negras para os desavisados que ainda não sabiam da notícia.

Os mercadores que chegavam na cidade com suas carroças carregadas de produtos das vilas da região assustavam-se ao ver os sentinelas de pele cinza guardando os portões. Um dos sete Imperadores estava morto, era algo difícil de acreditar.

Os Áureos que haviam conseguido esse feito desceram a montanha na metade da manhã, os feridos sendo carregados no braços dos que ainda conseguiam ficar de pé. Eram poucos. Foram levados para a maior estalagem de Valindra, Cazin, outrora administrada por um espião Áureo. Agora ela havia sido tomada também, e os Coiotes Negros, mercenários humanos que trabalhavam como assassinos para os Espectros foram rendidos e presos. Não havia lugar para traidores em Valindra.

Apesar da alegria que os aldeões sentiam, no fundo eles sabiam que algo maior viria em seguida; era isso que temiam. Os outros Imperadores não ficariam de braços cruzados quando soubessem que os Áureos ousaram desafiar a supremacia da aura negra. A guerra viria muito em breve.

    Denis e Allan olhavam com atenção para Jaf amassando ervas ao lado da cama em que Lara descansava

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Denis e Allan olhavam com atenção para Jaf amassando ervas ao lado da cama em que Lara descansava. Trocaram as roupas rasgadas na batalha e agora vestia roupas comuns que Ilsa, a senhora que cuidava estalagem, lhes emprestara.

- Como ela está, haijin? - perguntou ele ao líder espiritual dos Bromes.

- Algumas fraturas pelo corpo - o velho respondeu, enrolando as ervas amassadas em um pedaço de pano limpo. - Lesões nos braços e pernas. O mais grave foram apenas as torções nos dois pulsos. Mas ela vai ficar bem. É forte.

- Ela caiu do topo de uma montanha e os ferimentos mais graves são torções nos pulsos? - Denis indagou surpreso. - Como ela fez isso?

- Ela se explodiu - Allan explicou com um sorriso no canto da boca, sem tirar os olhos de Lara. - Quer dizer, ela explodiu o chão onde ia cair. Eu vi a cratera fumegante. Era a única maneira de amortecer a queda. As torções nos pulso devem ter sido resultado do impacto do deslocamento do ar quando ela estava com os braços esticados.

𝑨́𝒖𝒓𝒆𝒐𝒔 - 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂Where stories live. Discover now