capítulo 15

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No acampamento, o treinamento era pesado. Principalmente para mim que fez um exercício há três anos atrás. Eu odeio a violência, mas nesse caso era preciso lutar ou todos teriam um fim trágico, os Blacks são muito violentos e cruéis. Torturam as pessoas sem piedade, é até estranho ouvir essa frase em pleno século 24. Onde as tecnologias evoluíram muito, os conflitos também aumentaram com o tempo.

A monarquia voltou a reinar, antes parecia uma idéia macabra, todos lembram do que aconteceu nos tempos anteriores onde os reis reinavam sem consciência do que fazia com a população.  Depois veio a ditadura militar, as Repúblicas governamentais e assim por diante. A população se cansaram disso. E a Inglaterra aproveitou a fragilidade de certos países e se apoderou deles. Daí surgiu Cagibél e Nivewis  ( grandes aliados, governados em harmonia um com o outro, com reis e rainha "amigáveis") Onde era a antiga América do Sul. Antes estudávamos esses países, mas foi proibido pelo rei por que achou muito influente, a verdade era que ele temia que o povo se rebelassem contra seu governo. Mas falhou nesse quesito.

Muitos formaram grupos de rebeldes. Uns assassinos, os Blacks, outros moderadores e "justos", os Crescent Moon. Eles têm  seus defeitos, mas nem por isso deixam de querer a liberdade de escolha. O rei estava querendo trazer as castas novamente e também o voto de cabresto.

- Stella, tente socar mais em cima
- disse jojo me tirando de meus devaneio.

- Tá bom.

- Está tudo bem?- perguntou preocupado.

- Porque se importa? - falo concentrada em socar um saco de pancadas.

- Verdade. Não me importo. Só tente se concentrar mais com seu treinamento.  Daqui a três meses terá uma prova e se não passar...

- Se eu não passar? - parei de lutar e fiquei encarando. Alguém o chama e ele não me responde.

Fui descansar um pouco. Sentada  em um tronco debaixo da figueira observei meus dedos machucados e sangrando. E se eu não passasse nessa prova? Eu seria morta?

- O que está pensando? - perguntou Maia sentando perto de mim.

- Olá, como você está? - perguntei de volta.

- Estou apaixonada... - seu suspiro não negava.

- Quem é o sortudo? - ela ficou vermelha por perceber que havia contando um segredo aparentemente já conhecido por todos.

- Hã... ninguém,  deixa pra lá.  Afinal ele deve gostar da Ashly  mesmo. Ela é é incrível e sabe lutar muito bem. Enquanto eu só sei usar um arco e flecha.

- Então, você gosta do Corah!- digo recordando das provas existentes. Tipo: troca de olhares, sorrisos, o jeito como ele trata ela... finalmente liguei os pontos.

- Está tão evidente assim? - perguntou triste.

- Um pouco. - digo sorrindo.

Depois de nossa conversa fomos para a área de arqueiros, treinar nossa mira. Corah conversava com Jojo do outro lado do campo. Logo que chegamos eles nos encaram. Acho que era por causa de Maia que estava do meu lado, mas Jojo olhava para mim e sorriu de lado. Comprimi meus lábios e peguei um arco e flecha, Maia fez o mesmo. Mirei no círculo que estava há uns dez metros de distância, tentei acertar, mas errei. Tentei umas cinco vezes e nem o círculo eu acertava. todas as flechas passavam direto. Maia por outro lado estava melhor que eu. Acertou três arcos e errou dois.

Corah tentou ajuda-lá, Maia estava seria ou tentando esconder sua alegria por esta perto de seu crush. Embora esse termo Seja antigo, eu gosto de referir as coisas com termos que só eu entenda.

Já estava com raiva de mim mesma por ser incapaz de acertar um simples pedaço de madeira. Josh se aproximou para me observar melhor, odeio te-lo como treinador. Tentei novamente, mas errei. Josh se aproximou mais e mostrou como mirar no alvo.

Daí tentei de novo e acertei. Josh deu um sorriso de lado como que se gabasse internamente. Revirei os olhos e saí.

Vesti meu vestido para poder ir embora para o palácio. Passando pelo campo de mira novamente, dessa vez vazio, pego o arco e flecha, se eu conseguisse sozinha não seria tão inútil como agora.

Mirei no centro do círculo e acertei no terceiro arco bem perto do centro. Grande avanço.

- Se treinar mais um pouco, logo acertará o centro. - disse Philbet assustando-me pois pensei estar sozinha.

Mesmo depois de três semanas, eu ainda não tive contato direto com o príncipe Benjamin. Eu o vira algumas vezes se pegando com algumas das selecionadas, o que é super normal vindo da árvore genealógica dele. Benjamin vem da família de Monarcas, ao que tudo indica, ele pertence a genética de América Singer Schreave. Isso explica muita coisa. Principalmente o gosto para torta de morango.

Não tinha nada a fazer por isso eu andei pelos corredores, eu me sentia segura, não pelo palácio e os guardas,  mas pela minha capa de chapéuzinho vermelho de cor cinza. Era como a capa invisível do Harry Potter ou a capa do super choque, não sei explicar meu amor por capas e capus. As vezes me assusto por lembrar de filmes, músicas e desenhos tão antigos e quando eu fazia uma prova não lembrava do assunto.

Senti um impacto contra meu corpo. Afastei dois passos e levantei o meu capus.
- Desculpe eu estava distraída...

- Tudo bem, Stella. Você tá bem?- perguntou Benjamin.

- Sim. Por que não estaria? - eu falei.

- Porque ultimamente tenho visto você ao longe distraindo com qualquer coisa. Pensei que estivesse doente ou algo assim. - ele me encarou com as mãos no bolso.- Desculpe por não falar mais com você, como a senhorita não quer ser uma opção para mim, decidi dar atenção às que realmente querem ser rainha um dia.

Aquilo doeu. A última frase perfurou meu coração. Ele havia me excluído da seleção, por isso não sentiam minha falta. De qualquer forma, eu não sinto nada por ele e nunca vou sentir. Por ninguém.

Apenas o encarei sem reação e sai dali sem dizer uma palavra.

No jardim, admite que meu orgulho e medo criaram uma muralha, grande e forte, para tentar me proteger das pessoas em volta. Pego uma rosa vermelha e brinco com seus espinhos, acabo me machucando quando um espinho penetrou a pele do meu dedo indicador, fazendo-o sangrar um pouco.

[...]

A filha da rainha (HIATOS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora