capítulo 17

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A barraca estava muito linda. Havia rosas coloridas nas laterais, tecidos com lantejoulas que davam um toque de luxo. O cardápio estava pronto, só faltava os vestidos.

-  Laurie, Mackenzie e Djess cadê os vestidos? - pergunta Mirian.

- Estão ali, atrás da barraca. - Apontou Djess.

Passou uns segundos e ouvimos o grito de Mirian. Fomos ver o que aconteceu e vimos o rosto de Mirian pálido, os vestidos brancos estavam vermelhos de sangue e completamente rasgados.

- O que vamos fazer agora?

Ouço as garotas murmurando tenebrosas. Aonde vamos achar vestidos brancos perolados até amanhã?  Acho que nenhuma costureira boa o bastante conseguiria fazer doze vestidos em uma única noite.

- Esta tudo acabado! - disse Mirian aos plantos.

Pensei um pouco, procurando uma solução boa o suficiente para essa situação.
- E se cada empregada fizer o vestido de boas vindas?  Cada uma pode fazer o seu próprio vestido. Damos o modelo e cada uma pode costumisar do jeito que quiser. Ficaria até melhor e mais rápido. - digo.

- Boa idéia. Vamos meninas, temos que ser rápidas. - Mirian se recupera e volta a arrumar a barraca. As empregadas limparam aquela bagunça, mas o medo tomou uma parte de cada uma ali. Quem haveria de fazer aquilo?

-Sério? Nossa, que coisa horrível. - disse Ashly quando terminei de contar o que havia acontecido mais cedo.

- Alguma pista de quem tenha feito isso? - perguntou Emma.

- Ainda não. Mas vou descobrir e isso não vai ficar barato. - Falou com um tom vingativo. Até me assustei comigo mesma.

As meninas saíram e eu fui tomar banho. Deitei na cama, mas hoje eu estava elétrica, vesti meu capuz de cor azul e saí pelos corredores analisando as paredes de cores amareladas creme. Esbarrei em algo, olhei pra frente e vi Benjamin, fitando meus olhos. Meu corpo estremeceu, talvez fosse medo de levar sermões ou porque seus braços fortes estavam em meus ombros.

- Tudo bem? - pergunta Benjamin.

- Ah... Sim. - responde sem tirar os olhos de sua boca vermelha e carnuda.

- Ainda bem. Acho que essa hora da noite não é apropriado para a senhorita caminhar nos corredores. Melhor voltar para seu quarto. - disse ele docemente com um sorriso.

- Sim, Alteza. Boa noite.- digo ainda no mesmo lugar e sorri.  Mas meu sorriso se desfaz assim que vejo Agatha atrás de Benjamin revirando os olhos. Assim, tomei coragem e saí de lá voltando para meu quarto.

Na manhã seguinte, levantei um pouco esquisita. Olhei para os lados e vi um vestido branco pérolado no cabine.

Depois de um banho de água morna, arrumei-me para o café da manhã. Hoje era o dia da abertura de boas vindas às polinezas.

Ouvi alguém bater à porta, então fui abrir, já que minhas empregadas não estavam no quarto. O que era estranho.

- Príncipe Benjamin... - falo e faço uma curta reverência.

- Posso entrar? - ele perguntou.
Então, dou espaço para ele passar e tranco a porta. Convido-o para sentar.

- Algum problema? - percebi seus olhos aflitos.

- Sim. Recebi queixas ontem de seu grupo, elas falaram que os vestidos foram totalmente destruídos e que havia resíduos de sangue. - Ele respirou fundo e continuo - Encontramos o responsável por essa proeza. Era uma das selecionadas. Se chamara Elly Franz, de Napo. Ela está envolvida com um grupo de rebeldes, os Black se,  e recebeu ordens de fazer isso com o seu grupo. Por motivos desconhecidos ainda.

- Calma... deixa eu processar isso tudo. Quer dizer que foi uma rebelde que fez isso para pôr medo na gente?

- Talvez. Não sabemos o motivo. Mas ela será punida e... Eu terei que decidir a pena até amanhã. E sinceramente, eu não posso e nem consigo dar pena de morte para alguém como ela. - Ben desabafou.- meu pai quer tomar a decisão por mim. Mas ... Eu serei o futuro rei, e tenho que ser firme.

Naquele momento pensei que Ben iria chorar. Então, abracei-o. Ele de inicio recuou mas logo me abraça de volta.

- Vai ficar tudo bem. Você será um ótimo rei um dia e tenho certeza que tomará decisões sábias. - tentei consola-lo.

Ele deixou algumas lágrimas rolarem sobre meus ombros. Afasto um pouco e encaro seus olhos verdes. Ele faz o mesmo, logo diminui o espaço entre nós e pouco a pouco um beijo ia desenrolando entre nossos lábios.

Pouco tempo depois terminamos o beijo com um selinho. Fiquei um pouco impressionada por ter feito isso. Não era pra acontecer. Não era!.

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Na mesa de jantar, todas estavam em silêncio, cada vez mais cadeiras ficavam preenchidas com o vácuo. Cada vez mais garotas voltavam pra casa com coração partido. Eu seria a próxima. Estou torcendo para isso acontecer.

Do outro lado, na mesa real, Ben me encarava com um sorriso de deboche. Tentei desviar algumas vezes, mas era que impossível ignorar esses olhos verdes lindos.

Ele escrevia algo em um bilhete, logo uma empregada veio me entregar um papel e nele estava escrito;

Encontre-me no jardim daqui a meia hora...

- Ben.

Deixei escapar um sorriso. Logo guardo o bilhete e me concentro na comida. Lembrei que teria que ajudar as meninas com a barraca. Tentei falar com Miria depois do café e ela falou que não devíamos nos preocupar com nada pois estava tudo sob controle. Assim, voltei para meu quarto, esperei um tempo e fui para o jardim. Ben, estava lá, debaixo de uma cerejeira sentado na grama observando os pássaros.

- Que dia lindo, não é? - disse ele, assim que eu estava mais perto.

- Sim.- concordo - então, o que devo a honra?

- Queria sua companhia, hoje. Se não se importar. - falou quando eu, por fim, consegui me sentar perto dele.

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Desculpem a demora pra postar. Aconteceu uns contra- tempos como escola, família e vida amorosa.  Mas agora voltarei a postar normalmente, toda semana.

A filha da rainha (HIATOS)Where stories live. Discover now