capitulo 28

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Como reagir a algo tão inesperado como aquilo? Só consegui sorrir diante a sua declaração, mas nossos sorrisos se desfizeram depois de ouvirmos vozes. As aves voaram de dentro da mata e logo em seguida uma flecha acerta a arvore. Josh levantou rápido, vestiu sua camisa e me puxou pela cintura.

— Você tem que fugir. Eu já temia que viessem atrás de você, mas não posso deixar eles te levarem.

— De quem esta falando, Josh?

— Não dá tempo explicar...

Ele me beijou e logo me ajuda a subir nas costas da Luna, logo bate forte em seu traseiro para que ela se assustasse e corresse. Olhei para trás e vi quando eles chegaram e acertaram varias flechas em Josh enquanto ele caia sem poder se defender. Senti meu peito arder e acabei gritando.

Eles me viram e miraram em mim uma chuva de flechas, mas por sorte, apenas uma acertou em meu braço.

Chorei até não ter mais lagrimas, pois Josh provavelmente está morto e eu vi ele morrer e não fiz nada.

Luna parou perto de um lago para beber água, aproveitei para cessar minha raiva socando as arvores na minha frente. Depois de quase não conseguir abrir as mãos todas ensangüentadas fui lavá-las no lago, Luna olhava para mim enquanto eu limpava com cuidado minhas mãos feridas.

A dor era tão grande que mal pude lembrar-me da flecha que havia me acertado. Pelo menos o curte não era tão grande e nem havia sangrado tanto. Rasguei uma parte da minha blusa e enfaixei o braço.

— O que eu faço agora, Luna?

Ri de mim mesma achando que Luna me entenderia.

— Se você soubesse da resposta certamente não estaríamos aqui, certo?

Ela relinchou. Batendo seus cascos no chão, ela me olhava de um jeito estranho, como se quisesse me dizer algo, mas ela não fala, muito menos entender-me.

Meses depois...

Eu estava enjoada de tudo isso. Queria morrer a cada segundo que se passava, não conseguia comer direito e nem fazer algumas atividades como antes. Gastava meu tempo dentro do quarto lendo um livro ou ia para a floresta perto do palácio para esmurrar os troncos secos que via pela frente.

A vida no palácio pós-ataque ficou tão sem graça que varias participantes da seleção saíram. Mas eu não posso sair, nem que eu quisesse.

—Tem certeza que não quer conversar? Sabemos como foi difícil para você ser mantida como refém pelos Blacks. — disse Ashly, com uma tristeza no olhar tão grande e até pude ouvir seu coração gritar por vingança para seu irmão, assim como o meu.

— Já falei que não falar sobre isso.

—Vamos Ashly, deixe-a em paz. — disse uma garota ruiva de olhos azuis, alta e magra.

— Okay, se precisar conversar me avise.

— Okay.

— Tome ao menos um pouco de vinho, hm!

Ela ergueu sua taça cheia de vinho. Revirei os olhos e bebi um pouco. Tudo isso esta sendo difícil para mim. Queria fazer algo que tirasse esse sentimento de culpa, algo que me libertasse e que fizesse esse nó na garganta se desatar.

Semanas atrás depois da morte de Josh, eu voltei no lugar onde ele havia sido assassinado, mas não achei nenhum resquício seu. Quando estava lá ouvi um barulho de treinamento e fui ver o que era, mas acabei achando o acampamento dos Blacks, eles me pegaram e só me soltaram depois de me fazer aceitar um acordo estúpido.

A filha da rainha (HIATOS)Where stories live. Discover now