"Eu não tenho mais honra"

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O ódio é um bicho ruim. Começa com algo simples, mas a partir do momento que você o alimenta, ele se transforma, ele evolui, ele machuca, mas ele faz o sentimento de vingança florescer como uma flor. Esse sentimento é a razão da sua existência a partir daquele momento. E se essa sede de vingança não for exilada, pode ter certeza que tudo ao seu redor vai quebrar.

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Helena não prestou atenção em Voldemort. Se ficasse ali, morreria. E morrer não estava em seus planos. Agarrou o canivete com mais firmeza e voltou a cortar as cordas que a prendiam.

Voldemort parou de observar Harry e começou a analisar o próprio corpo. Harry o acompanhou, completamente absorto ao mundo ao redor. Suas mãos eram grandes e extremamente pálidas, quase um verde água. Os dedos longos e finos acariciaram o proprio peito, braços e rosto, todos eles muito brancos. Os olhos vermelhos, onde as retinas pareciam fendas, eram sutis e aterrorizantes como os de uma cobra. Eles brilhavam ainda mais no escuro. Ele ergeu as mãos até os olhos e flexionou os dedos, uma expressão de prazer tomou conta de seu rosto e ele agarrou algo de dentro das vestes pretas e esvoaçantes. A varinha dele. A admirou por uns instantes antes de a direcionar até a figura patética de Rabicho no chão.

O homem foi arremessado para perto de Harry e Helena. Ele permaneceu encolhido e chorando. Voldemort fitou Harry e Helena com seus olhos vermelhos e riu. Uma risada aguda, alta, fria e sem alegria.

-Levante-se. - ordenou Voldemort. Algumas gotas de sangue caíram no chão quando Rabicho se levantou, uma capa preta enrolando o toco de seu braço. A capa estava empapada de sangue negro. Rabicho se levantou, tentava ao máximo segurar o choro, sem sucesso.

-Milorde... Você... -A voz de Rabicho se encontrava embargada.-O senhor... você prometeu... prometeu!

-Estique o braço.- mandou Voldemort arrogantemente. Uma expressão de prazer tomou o rosto de Rabicho e ele esticou o braço que faltava uma mão. Helena fechou os olhos. Suas mãos tremeram, seu pulso latejou e o sangue deslizou pela sua mão em direção ao chão. Estava perdendo o movimento das mãos lentamente. Os cortes em seu pulso estavam cada vez piores. Pelo menos havia desfeito um nó, mais um e estava livre.

-Ah, meu amo, muito obrigada meu amo...- Voldemort apena riu.

- O outro braço, Rabicho.

- Meu Amo, por favor, por favor...

Entretanto, o bruxo das Trevas não quis ouvir. Agarrou o braço esquerdo de Rabicho- o braço inteiro- e subiu a manga preta até o ante-braço do homem. Harry não soube dizer o que sentiu quando viu o braço de Rabicho com um vermelho-vivo em forma de Tatuagem- Um crânio com uma cobra saindo de sua boca, se enrolando em forma de um oito e indo com as presas em direção ao pulso. Era a Marca Negra. Voldemort a encarava com demora, totalmente indiferente com o choro descontrolado de Rabicho.

-Reapareceu- comentou ele baixinho-, todos devem ter notado... e agora, veremos... agora saberemos.-Posicionou o dedo branco e longo sobre a Marca Negra e a comprimiu contra o braço de Rabicho.

As testas de Harry e Helena explodiram em uma dor aguda. Rabicho deixou escapar um uivo agoniado enquanto Helena ofegava e fechava a mão em punho para o canivete não cair. Quando Voldemort afastou sua mão do braço de Rabicho, ele percebeu que a Marca estava mais nítida agora. Helena tinha os olhos fechados e respirava pesadamente. Estava perdendo muito sangue.

-Quantos terão suficiente coragem para voltar quando sentirem isso? E quantos seram tolos o suficiente para ignorar meu chamado?- Voldemort sussurrou para as estrelas, um brilho cruel e maligno dançando em sua face. Então, subitamente, fixou seu olhar em Harry.

As Aᴠᴇɴᴛᴜʀᴀs ᴅᴇ ᴜᴍᴀ ʀᴜɪᴠᴀ ~~~>; 𝘢 𝘏𝘢𝘳𝘳𝘺 𝘗𝘰𝘵𝘵𝘦𝘳 𝘧𝘢𝘯𝘧𝘪𝘤Where stories live. Discover now