É claro que antes de ser cativa
tive dias de liberdade.
Antes de ir para o meu exilio.
E meu primeiro nome e tão desimportante quanto o segundo nome.
Já que a muito tempo ninguém mais escuta esse nome.
Ou ao menos lembra de quem eu fui um dia.
Ah tanto que estou nesse perecer.
Um dia, é claro
eu fui criança feliz e saudável,
como tantas outras.
Mas faz tanto tempo
e está tão distante
que nem mais sou capaz de lembrar.
Apenas de alguns pedaços
fragmentos esparsos
de memória.
Eu morava no campo
Não tinha luxos
porém tinha
algum conforto.
Bebia leite fresco todos dias.
E brincava no campo entre
as plantas e as flores.
De tarde ajudava a minha mãe a tecer toalhas e colchas no tear.
Os dias eram calmos, e leves,
Ate...
Uma noite e tive um mal pressagio
Sonhei com uma muito moça muito bonita, toda vestida de preto.
Apenas a sua aparência e que agradava.
Havia meio que uma luz espectral obscura em sua volta.
Que mostrava que ela, não era uma boa Áurea.
Seus olhos eram tão secos e duros.
Totalmente escuros.
E quando ela se aproximou de mim eu acordei.
Contei para minha mãe sobre o meu sonho na manhã seguinte.
Ela me disse
Que aquilo tudo era penas tolice.
Que eu não deveria me preocupar com nada daquilo.
Não lembro que idade tinha naquela época.
Mas sei que era bem pequena
e fiquei muito assustada.
Algumas semanas após aquele incidente.
Comecei a me sentir mal.
Sempre com bastante febre.
E cansaço.
Começou a se formar uma ferida no meu pescoço.
Como se algo formasse aquela ferida dentro de mim.
Minha mãe ao percebeu que eu não estava bem, ficou histérica.
Achando que eu tinha sido vítima de alguma maldição ou feitiço das bruxas.
Minha família puritana, e as pessoas antiquadas daquela época achavam que toda e qualquer doença era castigo divino.
advindo dos pecados cometidos.
Ou das maldições das bruxas.
Hora que pecado
uma criança teria cometido?
" (...) Primeiro o homem deve se afastar do mal e inclinar-se ao bem
e que homem primeiramente há de confessar seus pecados humildemente.
Por isso, em tempo de pestilência, o grande remédio é a santa penitência e a confissão.
Que precedem e são muito melhores que todas as mezinhas."
Eram o que repetiam a respeito da cura da peste e outras doenças.
Eu não estava com a peste,
ou com uma maldição
eu estava doente de escrófula.
Doença que naquele tempo,
acometia muitas crianças.
Minha mãe tomada por suas crendices e superstições.
que eram as únicas coisas na qual ela acreditava.
Me levou para receber o toque real
que segundo ela, iria me curar e abençoar.
As pessoas daquele tempo achavam que o rei era uma criatura divina, capaz até de me curar.
E embora eu não acreditasse em nenhuma daquelas convicções
de minha mãe.
Fui.
Fomos a igreja
onde havia
muitas pessoas doentes a procura de receber
o toque do rei.
esperamos bastante tempo até que conseguíssemos nos aproximar do rei.
"Eu te toco, Deus te cura"
Disse o rei ao empunhar a mãos sobre e mim, e me tocar.
E sim eu achei aquilo tudo asneira.
Porem alguns dias depois,
comecei a melhorar.
E a ferida no pescoço
Também rescindiu.
Eu estranhamente me curei.
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Exílio de uma borboleta negra
PoesiaTodos os dias vinha o carrasco e dizia: Curve-se ou terá as pernas e os braços, Quebrados. Os que não se curvavam tinham os braços e as pernas quebrados. Todos os dias eu escutava. Os gritos dos que tinham ou não, se curvado. Os que não se cu...