Borboleta de asas quebradas

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    Eu tinha sete anos quando fui vendida por minha mãe a condessa de sangue.

foi cativa por treze anos.

A minha primeira tentativa de fulga foi aos dez anos.

Vi todos os meus amigos também cativos

Terem suas vidas, apagadas.

Fui prisioneira, torturada, dessangrada.

Passei frio e fome.

Quase morri várias vezes.

E lutei muito com a minha própria mente

tantas outras vezes,

para não enlouquecer.

Vi muitas coisas nessa vida.

Embora eu ainda seja bem jovem.

Me parece que sou muita velha.

Que vivi muitos séculos.

E que morri de várias mortes

E revivi, tantas outras vezes.

tenho visto muitas coisas

ao longo desses anos.

Mas de todas as coisas,

A mais difícil

foi ver gente morrendo

sem poder fazer nada.

Morrer não é simples.

Eles não morreram quando seu corpo encontrou

o chão depois de pularem do penhasco.

Ou quando teve a cabeça decapitada.

Não!

Na verdade, desde o momento em acordaram

naquelas selas,

presos detrás das grades

frias e duras.

começaram a morrer,

um pouco mais

a cada dia.

uma morte dolorosa, e demorada.

todo dia, lhes eram arrancados algum pedaço.

E toda vez em que acordavam com a esperança em

seu coração de que nada daquilo fosse real,

e se separassem novamente

com as grades frias e duras.

Com os gritos e as torturas.

morriam um pouco mais.

Todos os dias lutavam contra

essa morte.

uma chama ardente e quente

que tentava engoli-los a todo instante.

Até que finalmente

conseguisse por fim

extingui-los.

Não foi rápido, e não foi fácil.

Morrer e viver, são duas coisas muito difíceis.

E preciso muita força para separar um corpo de uma cabeça.

Não é fácil dominar a vítima, não é fácil escutar os gritos altos e agudos do moribundo,

até finalmente

Exílio de uma borboleta negraWhere stories live. Discover now