Eu sabia que não deveria andar tão próxima de Salém.
Porém a minha saudade daquela estranha cidade não me permitia
mais ficar longe.
Estava entre os limites da cidade próxima de adentra-la.
Porém de fato, nunca chegava a realmente entrar.
Ouvi movimentos pelo mato.
Senti uma presença.
No reflexo saquei a minha espada apontando-a
ao que parecia ser um oficial da lei.
Foi quando ele falou
— Senhorita Quenney, por favor.
E tudo o que eu pensei foi
— Como saberia meu nome?
Disse ao homem que me parecia ser um nobre.
— Você e filha de Clarisse Quenney. Não é?
Perguntou ele.
— Você foi sequestrada quando tinha 7 anos pela condessa Elizabeth Bathory, ela te prendeu em uma sela numa masmorra, te torturou e dessangrou, apenas pelo prazer de ter o seu sangue. Nós sabemos de tudo, e precisamos que testemunhe contra a Bathory.
Ele continuou.
— Errado, eu não fui sequestrada, fui vendida pela minha mãe a condessa Bathory.
Respondi-lhe.
— Vendida...
Repetiu ele absorto.
— Bem eu... nem me apresentei, sou o duque Nicolau. Vim passar um tempo em Salém com a minha filha. Minha esposa tinha acabado de falecer. Minha filha desapareceu a alguns meses, eu fiz tudo o que pude para investigar e descobrir onde ela... foi quando chegamos na Bathory. O nome dela é Nicole, você sabe o que aconteceu com ela?
Perguntou-me com os olhos tristes e cansados.
— Nicole... foi a última a chegar na masmorra. Nos fugimos ela estava entre o que conseguiram fugir...
— O que aconteceu???
Perguntou-me ele atônito.
— Minha face enrubesceu. E ele pode entender o que acontecera antes mesmo de eu dizer.
— Ela morreu...
— Pelo o que investigamos provavelmente só restaria você de sobrevivente.
Ele disse secamente, tentando conter a tristeza.
— Precisamos que você venha conosco testemunhar contra a condessa. E a única prisioneira dela que sobreviveu.
— E inútil.
Respondi-lhe.
— O que?
perguntou-me ele surpreso.
— Pessoas como a Bathory não são presas ou julgadas, muito menos decapitadas.
E inútil, eu sei testemunhar contra ela.
Porque... nada será feito!
Senhor duque, eu já enganei muito a mim mesma fingindo que nada daquilo que vivi no exílio estava realmente acontecendo de verdade.
Para na manhã seguinte acordar e me deparar com aquelas grades na minha cara. Não vou enganar a mim mesma de novo!
O duque então segurou meu braço e disse.
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Exílio de uma borboleta negra
PoetryTodos os dias vinha o carrasco e dizia: Curve-se ou terá as pernas e os braços, Quebrados. Os que não se curvavam tinham os braços e as pernas quebrados. Todos os dias eu escutava. Os gritos dos que tinham ou não, se curvado. Os que não se cu...