Elizabethe foi condenada à prisão perpétua,
em solitária.
Foi encarcerada em um aposento
do castelo de Čachtice, sem portas ou janelas.
A única interação com o mundo exterior,
era uma pequena portinhola ao qual só passava
as comidas e as bebidas ao qual lhe era servidas.
Houve um instante de silencio
após declarada a sentença,
seguido de uma revolta
dos que estavam presentes no tribunal.
Bathory havia matado os filhos e filhas
de inúmeras pessoas daquela cidade,
650 para ser mais exata.
E mesmo assim foi condenada
a ficar calmamente em sua casa.
O que para mim não significava nada.
Isso nem de longe era justiça por seus crimes.
Eu me juntei a revolta popular,
porém já era algo que eu esperasse.
Não foi nada de que me surpreendesse.
Mesmo assim, fiz minha parte,
Para que houvesse justiça.
Com raiva dirigi-me a saída tribunal.
Nicolau veio ao meu encalço.
— Quenney, eu fiz que tudo que podia para condena-la!
Olhei-o profundamente.
— Não foi o bastante. Não por você...mas pelos outros. O mundo e ruim, e as pessoas são ruins. Essa e a verdade! E você só fez alguma coisa, por que sua filha foi vítima. Caso contrário, não teria feito nada. E essa história toda ainda teria enterrada!
— Por favor fique na estalagem, posso não ter conseguido ter feito nada pela filha, mas talvez possa fazer por você.
Respondeu-me.
—Tarde demais para alguém sentir pena de mim. Já sofri tudo o que tinha que sofrer. Me salvei sozinha, não e agora que vou esperar alguém me salvar.
— Para onde você vai?
— Para um lugar onde eu não tenha que ver nenhuma dessas pessoas, não preciso de nenhum de vocês, conviver com essas pessoas não me faz bem, na verdade só me faz mal. Agora se me der licença.
Fui residir na antiga cabana de meu avô.
Afastada da cidade.
Onde eu me sentia razoavelmente segura.
As pessoas me davam ânsia de vomito.
Eu conhecia a maldade de que elas eram capazes.
E por isso decidi que o melhor
era viver recolhida.
Todos os dias colhia frutas e legumes.
Além de cuidar das que eu havia plantado na cabana.
Pegava agua no riacho.
E sentia o prazer de sentir a vegetação debaixo dos meus pés.
Ouvia o canto dos pássaros o mexer das folhas das arvores.
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Exílio de uma borboleta negra
PoetryTodos os dias vinha o carrasco e dizia: Curve-se ou terá as pernas e os braços, Quebrados. Os que não se curvavam tinham os braços e as pernas quebrados. Todos os dias eu escutava. Os gritos dos que tinham ou não, se curvado. Os que não se cu...