O sangue reina

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   Depois da nossa longa caminhada retornamos a nossa prisão na masmorra.

O faisão me colocou na minha sela.

E após isso adentrou a sela de Angelic.

— Não!!!

Eu comecei a gritar histericamente.

O faisão me olhou sorrindo. E disse

— Quer dizer que você contou a ela? O sétimo mandamento do cativeiro.

Angelic apenas ficou impassível e calada.

— Isso vai ser muito bom. Fique olhando garotinha, vai ser glorioso! Há muito tempo que eu queria matar um de vocês. Mas só agora que a condessa me permitiu.

— E para isso que existe a regras, para você e não para nós! Sem isso você não se controlaria e nos torturaria até nos matar! Mas a condessa nos quer vivos. E assim você só pode no torturar mais severamente caso no tentarmos algum tipo de resistência. Na verdade, você teria matado a todos os prisioneiros sem nem hesitar.

Disse-lhe.

— Você e bem esperta garota. Mas se for realmente tão inteligente não tentara mais fugir, não depois do que você vai ver aqui.

— Não olhe Quenney!

Gritou Angelic

— Não!

Eu voltei a gritar e a bater nas grades da minha sela enquanto o faisão ria.

Ele começo a toca-la, primeiro na perna, depois no resto do corpo, enquanto ela imóvel permanecia.

E quando finalmente ele tinha acabado, pegou a lâmina afiada da foice

Olho-a e disse.

— Deveria ter se curvado e ter aceitado, agora terá a cabeça decapitada!

E com um único golpe desferido arrancou a cabeça de Angelic.

Enquanto eu batia as mãos contra a grades da minha sela.

O sangue do seu pescoço esguichou para fora de sua sela. E acertou-me o rosto percorreu a minha face e corpo.

Enquanto uma poça de sangue se formava ao redor do seu pescoço recém separado da cabeça.

Fiquei imóvel em choque por alguns instantes incapaz de dizer alguma palavra.

— Enquanto o faisão admirava com satisfação o sangue de Angelic correndo e se espalhando pelo chão.

Então a condessa apareceu no corredor e disse.

— Acabe logo com este show!

Recolha o corpo e o sangue, e limpe logo a sela para não atrair ratos. Logo essa sela será ocupada por outro canário raro. Vamos logo!

Ao que o faisão obedeceu prontamente.

Mais tarde naquele dia a condessa adentrou a minha sela.

Com seu olhar sádico e risonha.

— Agora chegou a minha vez de ser punida pela tentativa de fulga. Mas eu lhe digo que não a nada mais que você possa fazer comigo, que já não o tenha feito!

Eu disse por fim, quebrando o silencio.

Ela me olhou risonha e sarcástica e disse:

— E mesmo? E isso isso que você acredita?

Eu só achei muito engraçado você usar o seu sangue para fugir daqui! Sim, como você já deve ter pensado, aquele carrasco que trocou o molho de chaves das selas por seu sangue, já foi decapitado! E isso eu garanto, não vai se repetir. O mesmo sangue que você usou para fugir e o mesmo motivo que te fez estar aqui.

— O motivo de sub estar aqui é você ser um louca que sequestra pessoas!

Respondi-lhe.

Ela riu-se.

— E tem razão no quesito de aqui não está aqui apenas por seu sangue.

Olhei-a intrigada.

— Se quer saber sangrenta, sua mãe te vendeu para mim.

Ela disse por fim.

— Você quer que eu acredito nisso? Isso e só mais uma das suas torturas!

— Ah você não acredita... sua mãe Clarice Quenney preferia que você tivesse morrido invés de ter que lidar com a suas esquisitices!

E quando e fiquei sabendo do boato de que uma pequena garota havia se salvado de forma inexplicável, talvez por milagre, talvez pelo toque real, talvez apenas por pura bruxaria. Eu quis, ah como e quis esse canário raro!

E ela nem hesitou em ficar com o dinheiro que eu ofereci em troca da sua própria filha!

E olha que nem era a oferta mais cara que eu estava disposta a dar em troca do meu canário raro.

Sua mãe vendeu a casa que vocês tinham em Salém e comprou uma terra maior e mais nobre.

E até realizou o sonho que ela sempre teve de produzir e vender queijos.

E com o resto também... comprou, bons vinhos.

completou ela, enquanto eu a olhava perplexa.

— Fui convincente o suficiente quanto os detalhes?

Ela perguntou-me ironicamente.

De fato, minha mãe sempre quis uma casa maior, e vender queijos...

— O mais engraçado de tudo isso, foi que o mesmo sangue que você usou par fugir daqui foi o que atraiu os lobos a ti e os outros.

No fim, há uma verdade que você não aprendeu, e que ainda irá aprender, e que o sangue reina.

Para sempre, reina.

No fim apenas, somente ele reina.

E quando ela disse aquilo, vi a loucura e a insanidade, em seus olhos crepitando.

Exílio de uma borboleta negraWhere stories live. Discover now