Todos os dias vinha o carrasco e dizia: Curve-se ou terá as pernas e os braços, Quebrados. Os que não se curvavam tinham os braços e as pernas quebrados. Todos os dias eu escutava. Os gritos dos que tinham ou não, se curvado. Os que não se curvavam tinham as pernas e os braços quebrados. Mas os que se curvavam tinham a cabeça decepada. Ou recebiam o golpe para acabar o sofrimento. Ou recebiam golpes para continuarem ainda mais sofrendo. Mesmo que o sangue ainda percorra minha face e corpo. Mesmo que o carrasco ainda me castigue dia após dia. E ainda com a minha dor se delícia, e ri de escárnio. Ainda que pra sempre escureça, e para mim nunca mais amanheça. E que eu nunca mais vejo o brilho do alvorecer. Eu não me renderei nem jamais desistirei de sair do meu exílio.