cap 7

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Eu nunca vou te deixar perto de mim
Mesmo que você signifique tudo para mim
Porque toda vez que eu me abro, dói
Então, eu nunca vou ficar muito perto de você
Mesmo que eu signifique tudo para você
Caso você vá embora e me deixe na lama

Mas quanto mais você me machuca, menos eu choro
E a cada vez que você me deixa, mais rápido estas lágrimas secam
E a cada vez que você vai embora, menos eu te amo
Meu bem, não temos chance, é triste, mas é verdade

Sam Smith/ Too good at goodbyes

Sara


Como eu iria imaginar que o patrão de dona Esme é o juiz Noah, nem em mil anos eu saberia disso. Eu estou totalmente sem ação, estou nervosa, lapsos da noite anterior invade a minha mente, estou em uma mistura de emoções, ao mesmo tempo que eu quero correr dessa casa, porque tudo isso está gritando PROBLEMA, eu quero ficar… algo que eu ainda não sei, me faz querer fica. Eu disse a ele que iria embora, mas ele negou, alegando não estragar a noite de dona Esme, das filhas dele… mas e a dele? Eu sinto que ele não está totalmente a vontade, da mesma forma que eu, porém eu disfarço muito bem, eu aprendi isso, eu passei a minha infância toda, e a adolescência disfarçando situações, fingido algo que nunca existiu, camuflando meus medos, fingindo emoções, ou seja eu sou mestra nisso. Tudo isso indica, que é hora de eu acabar logo com isso, para eu poder ir pra minha casa, e esquecer que um dia esse momento foi vivido, isso foi apenas algumas linhas da minha vida que foram escritas a lápis, e eu irei apagá-la, como fogo quando queima o papel e ele apenas vira pó. Exatamente, da forma que fiz com meu passado. Embora muitas vezes às cinzas ainda me queime.

-Porque está tão pensativa Sarinha ? -tomo um belo susto com Charles.

-Estou pensando que devo acabar logo com essa palhaçada. -digo séria.

-Calma amiga, às crianças estão felizes, até dona Esmeralda ! -ele fala olhando em direção a Maria, dona Esme e as meninas.

-Charles, aqui não é lugar pra mim, ele o dono dessa casa, está totalmente desconfortável com a situação, eu estou me sentindo uma intrusa, invadindo um espaço que não é meu. Entende ? -pergunto

-Claro que eu entendo, vamos acabar logo com isso, vou até a cozinha pegar o bolo, me ajuda com os docinhos ? - eu apenas aceno com a cabeça indo em direção a cozinha.

-Amiga, mas cá entre nós, que tiro foi toda essa coisa que se desenvolveu, me diz ? -Charles com toda sua feminilidade do mundo pergunta, escorado na pia da cozinha, como se ele fosse o dono da casa.

-Olha bicha, sinceramente eu não sei como tudo isso foi se desenvolver, ou melhor eu sei sim, e tudo foi minha culpa, culpa de eu ter sido uma filha da puta e ter beijado aquele homem, culpa de eu ter me deixado levar por duas crianças e uma senhora que bateram na minha porta, quando eu estava na minha casa, apagando lembranças da merda que eu fiz, por favor vamos acabar logo com isso, e irmos embora. -desabafo

-Você não teve culpa alguma amiga, as coisas simplesmente acontece da forma que tem que ser, ponto. Não teve certo ou errado ! -ele me abraça

-Atrapalho algo? -uma voz muito conhecida, que me faz arrepiar dos pés a cabeça ecoa pela cozinha.

-Magina Dr. Noah, é que Sara costuma ficar muito emotiva nessas datas comemorativas. -lanço um olhar mortal para Charles, bicha desgraçada, agora ele vai querer saber motivos pra eu ficar assim.

CAÍDA AOS PÉS DO JUIZ Where stories live. Discover now