Capítulo 37

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Pov Lauren

— É a sua mãe de novo? - Perguntei rolando de bruços para que pudesse fitar Camz. Ela se sentou contra a cabeceira da cama, olhando para o celular.

— Está tudo bem. - Não, realmente não estava.

Ela deveria estar com sua família, mas ao invés disso estava aqui gastando suas férias presa neste quarto de hotel comigo e esfregando antibióticos na minha bunda.

Era muito carinhoso, mas não deveria ser assim. Camila tinha que passar tempo com os outros Cabello's, fazer sua mãe feliz e lidar com seu pai.

Deus, eu estava tão... triste...

— Você está chorando de novo? - Camz lançou seu celular de lado, rapidamente se movendo para perto de mim, pegando minha mão.

— Não! - Neguei rapidamente, virando a cabeça e discretamente enxugando os olhos antes de colocar um grande sorriso no rosto. — Eu estou bem.

— Você quer alugar outro filme? - Se deslocou na cama, de modo que ficou deitada de bruços ao meu lado.

— Não. - Balancei a cabeça e me abstendo de lhe dizer para sair. — Eu pensei em ler um livro ou tirar um cochilo. - Decidi que uma soneca provavelmente seria a melhor escolha, pois ler um livro nesta posição não era muito confortável e bem, não havia qualquer outra coisa que eu poderia fazer graças a minha bunda queimada.

— Um livro soa como uma boa ideia. Você quer que eu vá encontrar algo para ler?

— Eu estava pensando realmente em tirar uma soneca. - Mordi o lábio inferior e lhe encarei com um pouco de medo que ela falasse de casamento novamente, mas felizmente, ela não o fez.

— Um cochilo soa bem, também.

— Bem. - Limpei a garganta desconfortavelmente. — Eu estava pensando que enquanto tiro uma soneca, seria um bom momento para você ir passar algum tempo com sua família. - Negou e entrelaçou nossos dedos.

— Eu estou bem, aonde estou. - Falou sorrindo, se inclinou e roçou nossos lábios provocativamente. Quase gemi quando ela se afastou.

Depois de descobrir como realmente era fazer amor com Camila, eu estava de volta a segurar as mãos e aos beijos castos, que duravam menos de um segundo e eu odiava.

Queria beijá-la, me sentar em seu colo, experimentar todas essas posições sexuais que nunca tentei. Eu queria ter relações sexuais na cama, no sofá, no carro, contra a parede, no chuveiro.

Basicamente, eu queria fazer sexo, muito sexo com minha namorada incrivelmente gostosa, mas até minha bunda, costas e braços se curarem das queimaduras, sabia que não aconteceria.

— Você não está cansada. - Suspirei soltando nossas mãos. Ela deu de ombros, pegando minha mão de novo.

— Vamos tirar um cochilo, assistir a um filme, jantar e talvez eu pegue novos livros mais tarde. - Disse com aquele sorriso encantador que eu amava, mas aumentou minha frustração.

— Olha. - Lambi os lábios. — Eu realmente aprecio você ficar comigo pelos últimos dias, mas você não tem que fazer isso. Estamos na Flórida com sua família e você não passou muito tempo com eles, porque ficou presa como minha babá.

— Não sou sua babá. - Disse com um sorriso tranquilizador, que eu não estava comprando de jeito nenhum.

Meus olhos se estreitaram sobre ela, estudando esse sorriso, a maneira preguiçosa que brincava com meus dedos e o que eu vi me fez puxar minha mão. Com um olhar, fiz o que precisava ser feito.

-*-

— Pare de enrolar, você comeu um pouco! - Tomei um gole de refrigerante, simplesmente a empurrei e continuei caminhando. 

Camila lançou um olhar assassino por cima do ombro, mas sabiamente continuou andando. 

Sacudindo a cabeça em desgosto, tomei outro gole de refrigerante, enquanto a observava ir em direção as bilheterias onde seus irmãos estavam esperando por nós.

Eu ainda não conseguia acreditar que ela me usou para escapar dos passeios em família. 

Foi vergonhoso como tentou me chantagear com um bicho de pelúcia, então decidi acabar com suas desculpas.

— Você não deveria estar fora da cama. - Falou por cima do ombro, obviamente fazendo uma última tentativa patética de sair dessa. 

Minha bunda doía com cada passo que eu dava, mas não era nada que não pudesse aguentar.

— Continue andando. - Disse guardando onde o carrinho vendendo o boneco do Bisonho estava, para comprá-lo mais tarde. (N/A: Bisonho do ursinho Pooh)

Pov Camila

— Pequeno demônio! - Liam rosnou alcançando o Bisonho de pelúcia, apenas para retirar a mão por causa de um tapa.

— É meu! - Bruxinha rosnou de volta abraçando o Bisonho que me fez comprar à alguns minutos atrás, quando descobriu que ele era o único que restou em todo o parque.

— Eu espero que você seja atropelada por anões. - Liam grunhiu encarando Bruxinha enquanto sacudia a mão ardendo do tapa.

— Liam Cabello! - Minha mãe suspirou, parecendo absolutamente chocada quando parou ao nosso lado.

— Foi ela quem começou! - Murmurou dando a pelúcia nos braços de Lauren outro olhar e cruzou os braços sobre o peito, se afastando enquanto eu lhe encarava com fúria.

— Pare de chorar, filhinho da mamãe. - Lauren falou com um sorriso sarcástico e imediatamente soltou um grito de surpresa quando Liam voltou de repente, forçando-a a se esconder atrás de mim.

— Filhinho da mamãe? - Rosnou tentando chegar ao seu redor para agarrá-la.

Suspirando, porque esta cena estava ficando cada minuto mais triste, agarrei Lauren pelo braço e a puxei suavemente para minha frente abraçando-a por trás, dando a Liam um olhar de aviso. 

Ele resmungou algo sobre pequenos valentões quando saiu com um biquinho.

— Onde é que vocês gostariam de começar, crianças? - Mama perguntou, ajustando as orelhas do Mickey que fez meu pai comprar.

— Não importa para mim. - Falei enquanto o resto dos meus irmãos debatiam onde deveríamos começar. 

Beijei o topo da cabeça de Lauren e notei o momento exato em que mama percebeu que eu não seria capaz de ir em noventa por cento dos brinquedos.

— Oh, Kaki! - Disse parecendo inconsolável. — Eu sinto muito. Eu não estava pensando quando...

— Está tudo bem, mama. - Falei com uma piscadela, pressionando outro beijo contra o topo da cabeça de Lauren e fingi que não vi o olhar que se passou entre meus irmãos, ou o fato de que meu pai parecia querer bater o punho em uma parede.

— Não, não, não está. - Mama murmurou me dando aquele olhar que eu aprendi a odiar, logo após sair do coma. Ela esfregou as têmporas negando com a cabeça e disse: — Eu deveria ter programado isso melhor. - Ri e afastei meus braços da Bruxinha, segurei sua mão.

— Pare de se preocupar.

— Nós podemos ir para outro lugar. - Diego disse com aquele sorriso zombeteiro, que ia fazê-lo ganhar um soco.

— Nós estamos bem. - Falei firmemente e gesticulei para o mapa guia na mão da minha mãe. — Onde você quer ir primeiro? - Ela abriu a boca para dizer algo, mas meu pai a cortou antes que tivesse a chance.

— Por que não começar com a Splash Mountain?

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Perceberam uma coisa? Pela primeira vez a Lauren lembrou do que fez drogada

Não teve jeito de fugir do passeio Camila. 

E essa briga pela pelúcia... não é possível 

A VizinhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora