76° Capítulo

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O Harry bate com a porta do seu quarto quando alcanço o topo das escadas. Viro a maçaneta, meio esperando que esteja trancada, mas abre.

"Harry, está bem?" pergunto, insegura do que dizer. Ele me responde agarrando o abajur da mesa de cabeceira e o atirando contra a parede. A base de vidro se quebra contra parede. Salto para trás e um pequeno guincho saí contra a minha vontade.

Ele vai até à secretária, pega no pequeno teclado e arranca do computador, atirando-o para trás dele.

"Harry, para por favor!" grito. Ele não olha para mim.

"Porquê? Porquê Tessa? Não é como se ele não pudesse comprar a porra de um computador novo!" ele grita e bate com o ecrã no chão.

"Tem razão." digo e piso em cima do teclado, esmagando-o mais.

"O quê? Que está fazendo?" ele pergunta enquanto pego nele e atiro-o novamente para o chão. Não tenho certeza do que estou fazendo, mas o teclado já está quebrado, e parece a melhor ideia neste momento.

"Estou te ajudando." digo, confusão aparece nos seus olhos zangados antes do humor tomar conta. Pego no monitor e o atiro contra o chão. Ele se aproxima com um pequeno sorriso nos lábios enquanto pego novamente, mas mãos dele param as minhas e ele tira o monitor das minhas mãos e pousa na mesa.

"Não está zangada comigo por gritar com o meu pai daquela maneira?" ele pergunta e cobre as minhas bochechas, os seus polegares acarinham gentilmente as minhas bochechas enquanto os olhos verdes dele furam os meus.

"Não, tem todo o direito de se expressar. Nunca ficaria chateada por isso." ele acabou de brigar com o seu pai mas está preocupado que eu esteja chateada com ele? "A menos que, claro, esteja sendo mau por razão nenhuma, o que neste caso, não está."

"Wow." ele diz. O pequeno intervalo entre os nossos lábios é tentador demais. Me inclino e pressiono os meus lábios contra os dele, ele imediatamente abre a sua boca, aprofundando o beijo. Os meus dedos se enrolam no cabelo dele e ele geme enquanto meto mais força nisso. A raiva rola para fora dele como um maremoto. Empurro ele um pouco para trás e ele nos vira, por isso o fim das minhas costas bate na mesa. As mãos dele se juntam ao meu quadril e ele me levanta para cima da secretária. Sou a distração dele. A ideia de ser aquilo que o Harry precisa faz o meu estomago palpitar e a minha cabeça se inclina para trás enquanto ele continua movendo a sua lingua contra a minha, mantendo-se entre as minhas pernas enquanto me sento na mesa.

"Mais perto." ele geme na minha boca, as mãos dele agarram a parte de trás dos meus joelhos e ele me puxa para a ponta. As minhas mãos puxam as calças dele e ele afasta a sua boca da minha.

"O quê...?" ele levanta a sobrancelha. Ele deve pensar que sou maluca, vir aqui ajudá-lo a quebrar coisas, e agora estou tentando despi-lo. Talvez eu seja maluca? Não quero saber agora. Só quero saber como a curva da clavicula do Harry está sombreada pela luz da luz que vem da janela, a forma como uma das mãos dele está segurando o meu rosto como se eu fosse frágil, mesmo que ele tenha tentado quebrar tudo no quarto à minutos atrás.

Respondo sem falar, por entrelaçar as minhas pernas em volta dele e puxá-lo para mim.

"Pensei mesmo que ia invadir o quarto e gritar comigo." ele sorri e pressiona a sua testa contra a minha.

"Pensou errado." relembro-o com um sorriso presunçoso.

"Muito. Não quero voltar lá para baixo hoje." ele diz, os olhos dele procurando os meus.

"Está bem. Não tem que ir." ele relaxa e move a sua cabeça para a curva do meu pescoço. Estou surpreendida pela facilidade disto entre nós. Estava à espera que ele atirasse tudo para cima de mim, talvez até mesmo tentar me fazer sair daqui, mas aqui está ele deitando em mim. Posso dizer que ele está mesmo tentando conduzir esta relação o melhor que ele consegue, tirando o fato que ele tem uma mudança de humor gigante.

"Eu te amo." digo e sinto o seu piercing do lábio contra o meu pescoço quando ele sorri.

"Eu te amo." ele retribui.

"Quer falar sobre isso?" pergunto e ele abana a cabeça, ainda enterrada no meu pescoço.

"Ok, quer ver um filme? Algo engraçado talvez?" sugiro.

Depois de uma longa pausa, ele olha para a cama. "Trouxe o teu computador?" quando assinto com a cabeça, ele continua, "Vamos ver o The Vow outra vez." ele sugere e eu riu.

"Quer dizer o filme que supostamente você despreza"

"Sim... bem, desprezar é um pouco duro. Só acho que é uma história de amor sem experiência e medíocre." ele defende.

"Então porque é que quer ver?"

"Porque quero ver você, vendo ele" ele responde pensativamente. Me lembro da forma como ele me observou o tempo inteiro quando vimos no meu quarto. Essa noite parece que foi à tanto tempo, não fazia ideia do que estava para vir. Nunca ia imaginar que iamos chegar a isto.

O meu sorriso é a resposta que ele precisa quando ele agarra a minha cintura, "coloque as tuas pernas à minha volta." Ele manda e me carrega até à cama. Em minutos, ele está aconchegado ao meu lado estudando a minha cara enquanto vejo o filme. Meio que começo a sentir os meus olhos a ficarem pesados.

"Estou ficando com sono." bocejo.

"Eles morrem os dois, não está perdendo muito." ele diz e te dou uma cotevelada.

"Você tem problema." brinco com ele.

"É adorável quando está com sono." ele me diz e fecha o meu notebook, e me puxa para o topo da cama com ele.

"E você é atipicamente simpático quando está com sono." riu.

"Não, sou simpático porque eu te amo." ele diz e eu desmaio. "Dorme, linda." ele sussura e me dá um pequeno beijo na testa. Estou cansada demais para dizer mais alguma coisa.


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Na manhã seguinte, a luz está clara, clara demias. Quando me viro para enterrar a cabeça no ombro do Harry, ele suspira durante o sono e me puxa para mais perto. Quando acordo novamente, ele está acordado e olhando para o teto. Os olhos dele estão encapuzados e a expressão dele impossivel de ver.

"Está bem?" pergunto, me aninhando mais a ele.

"Sim, estou." ele responde. Posso dizer que ele está mentindo.

"Harry, se há algo de errado..." começo.

"Não há, estou bem." decido esquecer o assunto. Temos estado bem o fim de semana todo, é um recorde para nós. Não quero arruiná-lo. Levanto a cabeça e planto um beijo no maxilar dele, e os seus braços se envolvem mais apertados em minha volta.

"Tenho que fazer algumas coisas hoje, por isso assim que estiver pronta pode me deixar na minha casa?" ele diz. A minha barriga caí, consigo ouvir a distância na voz dele.

"Claro." murmureo e saio dos seus braços. Ele tenta agarrar o meu pulso mas eu me movo rápido demais. Pego a minha bolsa, vou até o banheiro para me trocar e escovar os dentes. Temos estado na nossa pequena bolha todo o fim de semana e tenho medo que sem a proteção destas paredes, ele não seja o mesmo

Estou aliviada quando não encontro o Liam ou a Danielle no corredor e ainda mais aliviada que o Harry está vestido quando volto. Quero acabar com isto. Ele limpou todo o vidro do chão e o abajur está no lixo, juntamente com o teclado e o monitor.

Digo adeus ao Ken e à Karen, o Harry vai para a rua sem dizer uma palavra a nenhum deles. Asseguro-os que o Harry ainda vai ao casamento, tirando a noite de ontem. Eu digo a eles sobre o computador e o candeeiro mas eles não parecem se importar muito.

"Está chateada ou algo assim?" o Harry pergunta depois de dez minutos de silêncio.

"Não." não é que esteja zangada, estou apenas... nervosa, suponho. Consigo sentir a mundança entre nós e não estava à espera que alguma coisa mudasse de como estávamos todo o fim de semana.

"Parece que está."

"Bem, não estou."

"Tem que me dizer se estás."

"Você está distante e agora vou te deixar em casa e pensei que estava tudo bem entre nós." admito.

"Está chateada porque tenho coisas para fazer hoje?" quando ele diz percebo o quão ridicula e obsessiva pareço. É por isso que estou chateada? Porque ele não vai estar comigo hoje?

"Talvez." riu da minha estupidez. "Só não quero que esteja longe de mim."

"Não estou... não de propósito pelo menos. Me desculpa se te fiz sentir dessa forma." ele levanta a mão e coloca na minha coxa. "Nada vai mudar, Tessa."

As palavras dele me acalmam, mas ainda há uma lasca de incerteza atrás do meu sorriso.

"Quer vir comigo?" ele finalmente pergunta.

"Não, eu estou bem. Tenho que estudar de qualquer maneira." digo.

"Ok. Tem que se lembrar que isto é novo para mim, não estou habituado a ter que considerar outras pessoas quando faço planos." ele murmura.

"Eu sei."

"Posso ir ao teu quarto quando acabar, ou podemos ir jantar ou algo assim." ele sugere.

"Está tudo bem, é sério. Me diz quando acabar e podemos decidir depois."

Quando chegamos na casa dele, ele se inclina e me dá um beijo rápido antes de sair do carro. "Eu mando mensagem." ele diz e sobe as escadas.

AFTER (Tradução Português/BR)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora