AFTER (Tradução Português/BR)

83° Capítulo

"Está pronta para se levantar?" o Harry pergunta, pelo menos uma hora depois.

"Eu sei que devia, mas não quero." digo e esfrego a minha bochecha contra o seu peito.

"Não quero te apressar, mas tenho mesmo de mijar." ele me diz e eu riu, saindo de cima dele e da cama.

"Ow." digo antes que possa me parar.

"Está bem?" ele pergunta pela milésima vez. As mãos dele me alcançam para me ajudar a ficar em pé.

"Sim, só dolorida." digo. Me encolho quando olho para os meus lençóis.

"Vou colocar eles lixo." ele tira os lençóis da pequena cama.

"Aqui não, a Steph vai vê-los."

"Ok? Então onde?" Ele se move para baixo e para cima nos calcanhares. Ele deve ter aguentado a bexiga por um bocado.

"Não sei... pode colocar num saco ou assim quando você for embora?"

"Quem disse que eu ia embora? Então, dorme comigo e depois me expulsa?" os olhos dele dançam com divertimento. Ele pega do chão nas suas calças e na sua cueca e veste-os. Pego na t-shirt dele e entrego para ele.

"Vai mijar, leva os lençóis contigo só apenas no caso." não sei porque me importo tanto, mas a última coisa que preciso é da Steph querendo informações sobre perder a minha virgindade.

"Não vou parecer esquisito nem nada, carregando lençóis com sangue para o meu carro à noite." ele diz, franzo as sobrancelhas para ele e ele enrola os lençóis e anda para a porta.

"Eu te amo." ele sorri antes de sair.

Agora que ele saiu do quarto, tenho um pouco de tempo para me recompor. Me pergunto se pareço tão bem como me sinto. Me sinto quente e estranhamente em paz. A memória do Harry em cima de enquanto ele se move dentro e fora de mim faz a minha barriga se apertar. Agora sei porque as pessoas dão tanta importância ao sexo. Tenho estado mesmo a perder, mas eu sei que se a minha primeira vez não tivesse sido com o Harry, não teria sido tão maravilhosa. Quando olho para o espelho, a minha boca se abre com o meu reflexo. As minhas bochechas estão brilhantes, os meus lábios estão inchados. Aperto as minhas bochechas e mexo as minhas mãos em volta, de alguma forma pareço diferente. É a menor mudança, mas não consigo pôr o dedo lá e eu gosto. Levo um segundo para admirar as pequenas marcas vermelhas espalhadas pelo meu peito. Nem me lembro de quando ele as fez. A minha cabeça me leva de novo para ele fazendo amor comigo, a sua boca quente e molhada contra a minha carne. Sou tirada dos meus pensamentos pela porta a se abrir, me fazendo saltar levemente.

"Se admirando?" o Harry se desfaz em sorrisos e tranca a porta.

"Não... eu..." não sei o que dizer. Estou na frente de um espelho completamente nua, fantasiando com os lábios dele na minha pele.

"Está tudo bem bebê, se eu tivesse o teu corpo me olharia no espelho também." ele diz e eu coro. 

"Acho que vou tomar um banho." digo enquanto tento o meu melhor para me tapar com as minhas mãos. Não quero lavar o cheiro dele do meu corpo, mas tenho que lavar todo o resto.

"Também vou tomar um." ele diz, levanto uma sobrancelha para ele e ele sorri. "Não contigo, eu sei. No entanto, se vivessemos juntos, podiamos."

Alguma coisa também mudou nele, consigo ver isso. É a forma de ele sorrir, é um pouco mais profunda e os seus olhos estão mais brilhantes. Eu acho que mais ninguém seria capaz de ver essa mudança nele, eu conheço-o melhor que ninguém, tirando o fato de que ainda há muitos segredos dele que eu planejo descobrir.

"O que foi?" ele vira a cabeça para o lado.

"Nada, eu te amo." digo e as suas bochechas avermelham levemente, e a cara dele se vira num grande sorriso, espelhando o meu.

Ambos parecemos estar tontos e drogados um do outro. Eu amo isto. Quando me mexo para agarrar o meu robe, ele se colcoa à minha frente.

"Pensou ao menos sobre ir morar comigo?" ele pergunta.

"Me perguntou isso ontem, só posso fazer uma alteração de vida por dia." riu.

"Quero assinar a papelada em breve, tenho que sair da porra daquela casa de fraternidade." ele esfrega a sua têmpora. 

"Você podia ficar com ele?" sugiro novamente.

"Quero que seja nosso."

"Porquê?"

"Porque quero passar o máximo de tempo contigo que consiga. Porque é que está tão hesitante? Se for o dinheiro, eu pago tudo claro."

"Não pagava nada." engulo. "Se eu concordasse com isto eu ia contribuir, não estou à procura de um lugar de graça." não acredito que estamos mesmo discutindo isto.

"Então o que é?"

"Não sei... não nos conhecemos à muito tempo. Sempre pensei que não iria morar com ninguém até estar casada." explico. Essa não é a única razão, a minha mãe é uma grande razão, juntamente com o medo de ter que depender de alguém. Até mesmo do Harry.

"Casada? Essa é uma ideia antiga que tem ai Tessa." ele ri e senta na cadeira.

"O que há de errado com o casamento?" pergunto. "Não entre nós. Apenas no geral." adiciono.

"Não tenho nada contra isso, só que não é para mim." ele encolhe os ombros.

Esta conversa teve uma reviravolta muito séria. Não quero falar sobre casamento com o Harry, mas me aborrece que ele diga que o casamento não é para ele. Nem pensei em realmente casar com ele, é cedo demais para isso. Anos cedo demais, mas gostaria da opção eventualmente e ele basicamente disse que nunca planeja se casar. Não quero casar até ter pelo menos vinte e cinco anos, e depois ter pelo menos duas crianças. Tenho o meu futuro todo planejado. Tinha. O meu subconsciente me relembra. Eu tinha tudo planejado até que conheci o Harry, e agora os meus planos estão constantemente mudados e incertos.

"Isso te encomoda, não incomoda?" ele pergunta. Estou convencida de que eu e o Harry termos feito amor amarrou uma corda invisivel entre nós, amarrando os nossos corpos e mentes.

"Não." tento esconder a emoção na minha voz, mas ela saí carregada dela. "Nunca ouvi ninguém dizer que não quer se casar. Pensava que era o que todas queriam, é o ponto principal da vida certo?"

"Não exatamente, acho que as pessoas só querem ser felizes. Pensa na Catherine, vê o que o casamento lhe trouxe e ao Heathcliff." adoro a forma como ele fala a mesma lingua narrativa. Não há mais ninguém que falaria comigo desta fora, da forma que eu entendo melhor.

"Eles não se casarem um com o outro foi o problema." riu. Penso novamente no tempo em que haviam tantas comparações entre a minha relação com o Harry e a da Catherine com o Heathcliff.

"Rochester e Jane?" ele sugere. A referência do Harry da Jane Eyre agradavelmente me surpreende.

"Está zuando certo? Ele era frio e retratado. Ele também pediu a Jane em casamento sem lhe contar que ele já estava casado com aquela mulher louca que ele trancou no sotão. Não está fazendo muitos pontos válidos aqui." aponto.

"Eu sei, eu só adoro te ouvir divagando sobre heróis literários." ele tira o cabelo da testa e num momento infantil, coloco a lingua de fora.

"Então está dizendo que quer casar comigo? Te prometo que não tenho nenhuma esposa maluca morcega escondida na minha casa." ele dá um passo até mim. Eu sei que não há esposa, mas são as outras coisas que ele esconde que me preocupam.

"O quê? Não, claro que não. Só estava falando em termos de todos casarem. Não nós, especificamente." o meu coração está batendo para fora do meu peito enquanto ele fecha o intervalo entre nós. Estou nua e falando com o Harry sobre casamento, o que está acontecendo na minha vida?

"Então está dizendo que não casava?"

"Não, não casava. Bem, não sei, porque é que estamos falando disto?" escondo a minha cara no seu peito e sinto-o tremer com o riso.

"Estava só perguntando. Mas agora que me apresentou um argumento válido, talvez tenha que reconsiderar o meu estado de não casar. Podia me fazer um homem honesto." ele parece sério mas não há forma de ele estar. Certo? Quando começo a questionar a sanidade dele, ele ri e beija a minha têmpora. 

"Podemos falar de outra coisa?" resmungo. Perder a minha virgindade e falar sobre casamento é demais para o meu cérebro mole.

"Claro. Mas não vou esquecer a coisa do apartamento, tem até amanhã para me dar uma resposta. Não vou esperar para sempre." ele diz.

"Que fofo." rolo os olhos e ele se levanta para me abraçar.

"Você me conhece, o Sr. Romântico." ele diz e beija a minha testa. "Agora vamos tomar banho. Você aqui na minha frente nua me faz querer me atirar para a cama e te foder outra vez."

Abano a cabeça e saio do seu abraço antes de amarrar o meu robe em volta do meu corpo.

"Vem ou não?" digo e pego a minha bolsa de higiente.

"Adoraria ir, mas acho que um banho vai ter que ser o suficiente por agora." ele pisca o olho e eu bato no seu braço enquanto andamos pelo corredor.