― A vista aqui de cima é linda, né? ― Ravi me perguntou encostando na mureta de pedras. Ambos estávamos admirando o Cristo. 8 metros de pedestal acrescentados aos 30 metros de altura da estátua e 28 metros de largura contando de mão a mão. ― O escultor franco-polonês Paul Landwski fez a estátua em Paris em blocos de argila e depois foi trazido ao Brasil para fazer um molde de concreto. Ele pesa 1.145 toneladas.
Apesar de termos a opção da subida pelo elevador, fiz questão se subir os duzentos e vinte degraus. Agora, obviamente, estava meio morto. Alice tentou me avisar que era uma ideia ruim, mas Ravi e Poncho juraram que era moleza. Fico me perguntando como vamos sobreviver á descida.
Olhei para a o elevador que acaba de abrir. Pessoas saindo, pessoas entrando.
― Uma das sete maravilhas do mundo moderno ― Poncho se aproximou entregando uma garrafinha de água para cada.
A vista do alto é uma das mais bonitas que já vi na vida. De lá, os rapazes me mostraram o Leblon, Ipanema, a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Pedra da Gávea e o Pão de Açúcar.
O vento era muito forte aqui de cima.
A vista, completamente apaixonante.
― Vem tio Raji ― Alana chamou abrindo e fechando os dedinhos me chamando ― vamos tirar uma foto comigo.
Estava uma mocinha de short jeans e camiseta amarela. Um lacinho branco na cabeça e o sorriso leve como o da mãe no rosto.
― Vai se arrastando, amigo ― Poncho colocou a mão em meu ombro ― minha filha, aquele docinho que você conhece, é capaz de vir aqui te puxar pelos cabelos.
Olhei mais uma vez para o elevador. Mais pessoas saindo, mais pessoas entrando.
Fui.
Literalmente me arrastando. Minhas pernas quase não respondiam aos meus comandos.
Coloquei Alana sentada em meu pescoço e ela estendeu os braços como se fosse brincar de roda com o Cristo. Tinha que admitir que Sam era bastante criativa. Antes de ter o meu momento de descanso após subir os mil degraus, fui obrigado a tirar muitas, muitas fotos.
Alana me arrastou de um lado a outro repetindo mil vezes como aquele lugar era lindo e como o Rio era uma cidade ainda mais. Maigdinifica como ela ouviu sua mãe dizer.
Alice estava tomando conta das crianças no carrinho enquanto a amiga era a fotógrafa da vez. Sam amava isso. Ainda não estávamos nos melhores termos, mas parecia mais leve quando fotografava e com certeza queria que eu voltasse com a maior quantidade de memórias – desde que não envolvessem mulheres – possíveis.
― Acho que já podemos ir ― anunciou colocando a mão aberta em cima dos olhos fazendo sombra.
― Eu gostaria de ficar um pouco mais ― respondi me aproximando dela que pegou a sobrinha me passando a câmera para que eu pudesse ver as fotos ― gostei da vista.
Sam assentiu indo para o lado dos rapazes. Alana pediu para ficar comigo, depois insistiu que eu a ensinasse a tirar fotos. Mostrei a ela os melhores ângulos para uma boa fotografia, ensinei a enquadrar e depois quando aprendeu direitinho a esquandrar pediu para que eu fosse seu modelo.
Alana sabia que era impossível dizer não a ela e se aproveitava bastante disso. Já havia notado. Foi á impossibilidade de dizer não para aquele sorrisinho que me fez ficar de pé, com minhas pernas doloridas e sorriso congelado, para que Alana me usasse como cobaia.
― Raji ― uma das vozes que eu estava esperando ouvir finalmente me chamou. Bia não confirmou nem negou. Disse que talvez viesse. Olhei para trás a tempo de ver Mateus acenando e correndo em minha direção. Sua mãe, um pouco mais atrás, parou para cumprimentar Alice colocando o óculos de sol preso na blusa.
DU LIEST GERADE
Tradicional Essência [Degustação]
RomantikRaji, um talentoso perfumista, descobriu que não nasceu para o amor. Depois de duas decepções amorosas, sendo obrigado a assistir a vida de todas as pessoas que amava seguindo em frente, decidiu que a única coisa que precisava era arrumar um casame...