Capítulo 25 - Bônus

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QUE PALHAÇADA É ESSA?

Quem a Bia está pensando que é? Como ela acha que tem direito de levar meu filho pra sair pra passear com os casinhos dela?

E o pior! SOZINHO!!

Pra eu conseguir o direito de sair sozinho com o Mateus, MEU FILHO, foi uma palhaçada! Aquele pai dela achava que tinha mais direito sobre o moleque que eu, aí agora vem um gringo e já tá podendo sair com meu filho assim?

NÃO MESMO!

A Bia vive por aí dizendo que eu não sou um bom pai para o Mateus, que não me importo com ele, mas eu jamais deixei o meu filho sozinho com uma mulher que não fosse a minha mãe.

E eu que sou o irresponsável.

A verdade é que eu nunca quis ser pai. Caraca ser pai é uma parada pra vida toda, tá ligado? Não é tipo uma profissão que você entra na faculdade e se não gostar tranca a porcaria do curso e descobre o que quer da vida.

NÃO DÁ PRA TRANCAR ESSA PARADA DE SER PAI!

Pensar nisso me assustava pra caramba! E pra ser bem sincero, ainda assusta mesmo que o moleque já tenha 10 anos.

O pior de tudo é que eu escolhi uma mulher complicada como a zorra pra ser mãe do meu filho. Duplamente burro!

Eu nem gostava da Bia na verdade quando propus a ela passar a melhor noite de sua vida, mas a menina tava lá toda se achando melhor que todo mundo só porque tirava boas notas, ficava suspirando o tempo todo pelos caras dos livros e dispensava todos os babacas que chegavam nela.

Aquilo despertou meu interesse.

Eu ia mostrar que ela não era especial como achava, ia provar que ela era tão comum como todas as garotas.

Ana Beatriz, como toda mulher, precisava mesmo de algumas palavras certas e um pouco de atenção para ceder e me dar exatamente o que eu queria.

― Desculpa ― pedi com o meu sorriso mais canalha depois de esbarrar na garota que estava sentada na escada sendo mais um desses romances bobos.

― Não foi nada ― respondeu desviando os olhos de mim e voltando ao livro.

― Que livro você tá lendo dessa vez? ― perguntei já virando um pouco a capa. ― Razão e Sensibilidade... Jane Austen, né? ― questionei.

― Você conhece a Jane? ― Bia parecia encantada por eu saber da existência da falecida escritora de romances britânica.

― Minha mãe é uma grande admiradora dos livros dessa mulher ― Sentei ao lado da Bia, e depois de introduzir um assunto sobre o qual ela gosta de falar, e havia conseguido o que queria. Sua atenção.

― Sabe ― falou depois de algum tempo de conversa. O sinal tocou e fui acompanha-la até sua sala como fariam os cavalheiros dos séculos passados. ― Você não é tão ruim quanto dizem.

Bia sorriu antes de entrar na sala e eu soube que aquela seria mais uma garota que facilmente eu ganharia.

Como eu disse, tão fácil quanto qualquer outra, um mês depois de muitos beijos que se tornavam cada vez mais quentes consegui convencer Bia que aquele era o momento exato para sua noite e que eu seria o cara certo para isso. Levei-a até a casa de um amigo e lá tivemos nossa primeira e única noite juntos.

Já no dia seguinte, quando notou meu súbito desinteresse, Bia não fez como as outras meninas que fazem drama, querem chamar a atenção, choramingar, fazer charminho ou algo do tipo. Ela seguiu a vida, e sinceramente achei bem maduro da parte dela.

Tradicional Essência [Degustação]Where stories live. Discover now