Querido diário...

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Olá!!! 


Apesar de ser um diário, eu não quis escrever em primeira pessoa. A narração vai me dar mais liberdade para falar sobre os outros personagens. Enfim! 

Boa leitura. 

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Querido diário, meu nome é Kori Ayanna Bennett, acabei de completar 15 anos, e meu maior desejo é conhecer meu pai. Mamãe nunca fala dele, sei poucas coisas, como por exemplo, sei que ele era um lobo, e sei também que ela o ama. Pois é, de um jeito estranho, porque na maior parte do tempo ela tem muita raiva dele, mas quando raramente me conta alguma história eu sinto como ela o aprecia e me atrevo a dizer, que sente falta dele.
Bem, a minha história começa aqui, no dia seguinte ao meu aniversário de 15 anos, minha mãe e eu tivemos uma noite comum e nos deitamos para dormir. Eu tive um pesadelo e acordei com ela me chamando, tudo a nossa volta era um caos.

Então... foi assim que começou a minha história.

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"Kori, acorde!" Ela gritou desesperada.

"Ele se foi! Mamãe, ele se foi para sempre!" A garota berrou ainda entorpecida e confusa entre o sonho e a realidade.

Ela viu Bonnie correr até a janela e a fechar, chovia para dentro do quarto enquanto as cortinas balançavam com a força do vento, raios cortavam o céu denso causando clarões que quase cegavam.

"O que aconteceu?" Kori perguntou, finalmente despertando.

"Acordei com um aperto no peito, então vi a tempestade, senti a magia no ar, percebi que era você minha querida, você causou a tempestade." Bonnie disse acariciando os cabelos da filha enquanto ela se acalmava aos poucos.

"Eu sonhei com meu pai..." falou buscando os olhos sempre sábios da mãe. "Não sei explicar mãe, mas eu não o sinto mais, parece que ele se foi." Disse voltando a chorar.

"Querida, acalme-se." Ela pediu consolando-a.

"Mãe, você não entende?" Kori lamentou. "Eu mereço saber quem ele era... quem ele é." Implorou mais uma vez. Bonnie sempre teve medo de que o pai de Kori a levasse embora, ela dizia apenas que ele era um homem poderoso. A garota sentia o corpo todo doer e não conseguia parar a tempestade, era como se estivesse lá fora, na chuva, molhada e com frio. Ela nem mesmo entendia de onde vinha à escuridão que dominava seu coração, só sabia reconhecer o medo e o vazio em seu peito.

"Feche os olhos, eu vou te ajudar." Disse Bonnie segurando as duas mãos da menina. Após respirar profundamente algumas vezes Kori sentia a magia poderosa lhe rodeando como um abraço bom, em seguida a sensação de frio e abandono diminuíram, aos poucos o som da chuva foi diminuindo, se tornando apenas uma garoa em uma noite normal.

"Obrigada." Kori disse a abraçando forte. "Mas mãe, mesmo assim, eu ainda quero saber; onde está meu pai? Preciso saber se aconteceu algo com ele." A jovem insistiu sentindo a aflição no coração.

Bonnie suspirou compreensiva, estudou a expressão da menina, triste e confusa. Ela escondeu a identidade do pai de Kori apenas para manter a filha a salvo, mas isso estava trazendo ainda mais sofrimento à garota, e para ela mesma, sentiu um vazio enorme em seu peito pouco antes de se levantar e ir verificar a filha. Algo estava errado e ela também podia sentir.

"Eu vou fazer umas ligações, e amanhã, com mais calma conversaremos." Bonnie sorriu para a filha que se jogou nos braços da mãe agradecendo por finalmente ter conseguido o que tanto queria saber.

O Diário de Kori - KlonnieOnde histórias criam vida. Descubra agora