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Marcel fazia todas as vontade de Rebekah, a ex-vampira era bastante exigente sobre tudo e ele se divertia com essa versão humana e um pouco mais delicada da Mikaelson.

Desde que tomou a cura ela decidiu que queria filhos, e assim o fez, estava realizando seu maior sonho, o de ter uma família.

Ele desceu até a sala e encontrou Hope passando pelos canais de TV sem focar em nenhum.

O radar de irmão mais velho disparou e ele se sentou ao lado dela.

"O que há de errado?" Ele quis saber.

Hope bufou cruzando os braços e hesitou antes de dizer.

"Estou pensando no que papai e Kori estão fazendo." Ela admitiu sentindo a vergonha amargar sua língua.

"Porque está aqui imaginando se teve a chance de estar junto com eles?" Marcel perguntou pensativo.

"Você não entenderia." Ela resmungou encerrado o assunto.

"Quer tentar?" Ele ofereceu com tom compreensivo.

"Kori despertou em vocês uma espécie de adoração cega, vocês mal a conhecem." Hope disse se levantando. "Quer dizer, ela é legal e tudo, mas todos a tratam como uma superstar e eu não consigo entender isso." Ela gesticulava com as mãos e suas palavras eram rápidas.

"Se bem me lembro, você foi tratada como um bebê milagroso desde a barriga da sua mãe. O que torna a fama da Kori tão incômoda?" O tom de Marcel era calmo e a garota ficou sem palavras.

Hope não podia argumentar sobre isso, de fato, ela ganhou status de poder muito antes de nascer, e quando nasceu isso só se ampliou.

Embora seu comportamento na escola fosse sempre mais reservado, até tímido, ela sempre foi muito popular, a única tríbrida de que se tinha conhecimento até então, ela era única.

Como se uma luz se acendesse em sua cabeça ela entendeu.

"Eu era única." Ela sussurrou sentindo vergonha em seu sentimento egotista.

Não é como se ela não tivesse conhecido bruxas muito poderosas ou lobas fortes, ou até mesmo vampiras com total domínio de suas habilidades, mas mesmo assim, nenhuma delas eram iguais a ela. No fim do dia, Hope era a única tríbrida.

Marcel a olhou com certo divertimento, ele achou por um segundo que precisaria cavar mais fundo até que a irmã entendesse tudo o que ela estava sentindo, mas Hope era uma garota bastante esperta.

"Você está com ciúmes da Kori e isso é normal. Eu tive ciúmes de você." Ele disse com um sorriso que fez Hope arregalar os olhos.

"De mim?" Ela perguntou.

"Pois é. Você era filha biológica, seria poderosa como ele, parecida com ele, eu não pude evitar a sensação de que eu passaria a ser "menos filho", entende." Ele fala com total consciência.

Hope volta a se sentar de frente para Marcel, querendo entender mais sobre aquilo.

"E como foi que você superou isso?" Ela quis saber.

"Bem, eu te peguei no colo a primeira vez, você tinha acabado de nascer, estava em perigo, e de repente eu entendi que daria minha vida por você, para te proteger. Como eu poderia querer que Klaus ou qualquer outro não sentisse a mesma coisa que eu sentia naquele momento?" Ele desabafou com a lembrança.

Os dois fizeram silêncio por um instante. Hope deitou a cabeça sobre a perna do irmão, ele riu e acariciou os cabelos castanhos da mais nova, a bebê que um dia coube em um único braço seu, agora era uma jovem mulher, que estava desvendando a vida e seus misteriosos sentimentos conflitantes.

O Diário de Kori - KlonnieTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon