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No mundo prisão

"Eu posso analisar vocês, para ver se encontro algum traço de magia negra." Kori falou assim que eles se abrigaram da chuva na cabana.

"Muita inocência sua achar que vai ler minha mente, querida." Klaus falou com ironia. 

"Pai, é a maneira mais segura de saber se The Hollow não irá nos seguir. Assim podemos voltar juntos." Hope argumentou.

"Desculpe-me, mas você não parece ter mais do que a idade da Hope, como pode estar mantendo um feitiço tão poderoso como esse, mesmo depois de nos trazer do completo vácuo?" Elijah se aproximou, ele ficava cada vez mais intrigado com a garota, ela lhe parecia tão familiar.

"Ela é de uma linhagem poderosíssima! Não é, Kori?" Hope disse animada, ela queria logo contar, mas também queria que Kori o fizesse. Entretanto, sua irmã havia perdido a coragem, e Klaus não ajudava em nada, ele a tratava com desconfiança e frieza.

"Kori, e você tem um sobrenome?" O híbrido perguntou com os olhos em fenda. Klaus não sabia explicar o que lhe mantinha tão alerta sobre a garota, não era como se ela fosse uma ameaça para um hibrido de mil anos, mas ele não conseguia entender como uma bruxa podia alterar tanto seu instinto lupino.

Antes que a Bennett pudesse falar, o vento agitou o lugar, a chuva ganhou nova densidade e o ar pareceu ainda mais quente e úmido. Os sentidos de todos se alertaram.

"Kori! Hope!" A voz de Bonnie soou pela cabana.

"Mãe?" Kori disse completamente surpresa por ouvi-la. As meninas se adiantaram para a porta enquanto os originais se mantiveram afastados. Klaus prendeu a respiração ao reconhecer o som adorável da sua bruxa, mas travou ao instinto de correr até ela, talvez fosse apenas uma peça que sua mente instável estava pregando.

"Filha!" Bonnie, intacta pela chuva, disse passando pela porta, sua voz transmitindo o alívio imediato de abraçar sua cria. "Céus, eu tive tanto medo." Bonnie falou puxando Hope para abraçar também. Ela inspecionou as meninas, a adrenalina diminuindo aos poucos.

"Bonnie!" A voz de Klaus soou rouca e a fez olhar para dentro da cabana. O coração da bruxa saltou no peito. Nada daquilo fazia sentido. Os olhos azuis-esverdeados do hibrido cruzaram os olhos verdes da bruxa em um sinal claro de reconhecimento. A surpresa, o medo, a alegria, até mesmo a raiva estava presente naquele primeiro contato após tantos anos sem se verem.

"O que vocês fizeram?" A bruxa murmurou confusa. Seu coração era um traidor, pois bombeava sangue como se batesse pela primeira vez, saltitante em reconhecer seu amor, seu maior amor.

"Mãe, como veio parar aqui?" Kori perguntou um tanto alheia ao que acontecia entre seus pais.

"Isso começa a fazer algum sentido." Elijah disse sorrindo. Ver Kori e Bonnie lado a lado simplesmente ligou os pontos que faltava, ele nunca duvidou que o destino reservasse grandes surpresas sobre o maior drama de amor que seu irmão viveu.

Klaus encarava a cena com perplexidade. Ele sabia que Bonnie teve uma filha, mas nunca viu a garota, a paranoia o mantinha na defensiva, ele julgou que a menina fosse fruto do romance io-io que a bruxa mantinha com o jovem Gilbert, ou qualquer outro namoradinho da faculdade. Além do mais, ele afastava qualquer possibilidade de vê-la em um relacionamento amoroso, era cruel demais imaginar sua Bonnie nos braços de outro, e assim, por quinze anos, Klaus só soube do que acabou sendo involuntariamente dito a ele.

Mas agora, de frente para Kori, vendo as semelhanças, a garganta de Klaus travou. Sua mente até então turva, tornou-se cristalina, seus sentidos se alinharam, ele voltou a funcionar como a máquina que era autoconsciente e totalmente alerta, ainda que a surpresa lhe fizesse parecer ligeiramente mais lento.

O Diário de Kori - KlonnieWhere stories live. Discover now