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O despertador pareceu incrivelmente silencioso em comparação aos últimos dias, a sensação de ensurdecer tinha passado.

Kori levantou e se arrumou com animação. Sua mente parecia no lugar como a muitos dias ela não sentia.

Infelizmente para ela, da porta de seu dormitório para fora, não havia nada diferente.

As fofocas e cochichos seguiram seu curso em entristecer e constranger a garota. Para piorar tudo, seu único amigo, Dylan tinha o dia cheio de atividades extras e eles mal se veriam.

Josie Saltzman tentou se aproximar em um momento mas Lizzie a distraiu com uma desculpa.

Elizabeth Parker-Saltzman tinha verdadeira adoração por Hope, mas a Mikaelson sempre fora muito fechada em suas interações e parecia não ter amigos até a chegada de Kori. Porém as divergências entre as irmãs causou o afastamento delas e Lizzie viu sua chance. Hope estava vulnerável com a fama da irmã, todo o mistério que permeou a vida da tríbrida até então fora direcionado para a bruxinha Bennett Mikaelson.

As histórias sobre Klaus e Bonnie tinham sido transcritas por Alaric em livros didáticos e a comoção sobre Kori ganhava mais um tempero.

Ela era fruto do relacionamento (secreto) de dois inimigos mortais.

O heroísmo de Bonnie por todos os seus feitos era um orgulho para a comunidade acadêmica de bruxas na mesma medida que Klaus era um ponto único, herói para alguns, violão para outros, o híbrido original, o primeiro e mais letal.

Hope se viu fora dos holofotes e não soube lidar com a perda do foco de seus colegas, tanto quanto de seu pai e seus tios.

Kori era uma novidade para todos, e surpreendia por ter traços tão semelhantes a família com a qual ela não conviveu. A honradez de Elijah, a aparência e eloquência de Klaus, o carisma de Rebekah, o talento de Finn, o senso de humor de Kol, e a inteligência de Freya. E o que mais causava incomodo em Hope neste momento, o poder de duas das maiores linhagens sobrenaturais.

Todos se reconheciam na menina e ela era facilmente amada. Hope sentia como se tivesse conquistado o amor e o lugar no coração de todos eles, mas para ela, Kori tinha recebido tudo sem mérito, sem esforço nenhum.

✨✨✨✨✨✨

Na hora do almoço Kori pegou seu lanche e voltou para o banco no jardim, ela queria finalizar seu desenho e aproveitar a tranquilidade que seu corpo ainda desfrutava.

Aos poucos os sons ganharam nova intensidade, e ela percebeu que os efeitos do remédio passavam. Os olhos voltaram a perder o foco, ela sentiu tontura por olhar muito longe, e às vezes incrivelmente perto, detalhes que passariam despercebidos por qualquer criatura estavam visíveis para ela. A dor de cabeça se intensificou e ela sentia a magia iniciar um vento mais forte do que o comum.

Respirou fundo buscando por algum controle e desejou que seus pais estivessem  ali.

"Hey Hope, soube que o Dylan prefere sua irmã lésbica do que você." Um garoto falou com deboche. Kori olhou em volta e percebeu que o som vinha de muito longe, pois ela não via ninguém ao seu redor, estavam todos no salão principal almoçando.

"Já se perguntou se o Salvatore não está sob o efeito de um feitiço do amor, babaca? Kori é boa em magia negra." Lizzie falou com veneno na voz.

Os olhos de Kori se arregalaram para o que ela ouvia e esperou que sua irmã a defendesse, mas Hope nada disse.

Então era assim que os boatos estavam se espalhando.

"Porque disse aquilo?" Hope perguntou irritada para a amiga. Ela não gostava de disseminar mentiras, e sabia que Dylan poderia se afastar ainda mais dela se soubesse que os boatos estavam sendo espalhados por Lizzie.

O Diário de Kori - KlonnieOnde histórias criam vida. Descubra agora