Olá, senhor Loki...

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Sua crença era que com certeza se Thor estivesse aqui ele não entenderia se aquela garota louca era importante para Loki ou como a sensação de finalmente toca-la o agradava. Não, ninguém entenderia quando ele caminhasse lado a lado da destruição. É, definitivamente nestes tempos quem os procurasse e encontrasse atacaria sem pensar duas vezes, afinal eles não eram exatamente bons amigos dos humanos da Terra.

O deus da trapaça não acreditava que todas aquelas pessoas em Midgard mereciam sua proteção, humanos são tão instáveis... entram em guerra por bobagens, amam e deixam de amar rápido demais, odeiam com facilidade e também se esquecem de coisas importantes como se elas não tivessem nenhum valor.

Ele não entendia como criaturas tão pequenas poderiam ter alguma importância na vida dos asgardianos...

Odin certa vez disse que, quando ele ouvisse um pedido sincero e puro vindo de um deles, as coisas seriam diferentes, Loki entenderia que aquelas criaturas eram sim dignas de sua interferência.

Mas como pode um povo que se esqueceu quase que completamente de quem eles eram e que causou tanta destruição ter algum pingo de pureza?

Talvez tenha sido naquela conversa com seu pai que essa parte da história começou...

Muitos anos antes da história que conhecemos, em um momento qualquer do dia do príncipe, enquanto ele estava sentado embaixo de uma bela árvore do jardim no castelo asgardiano lendo um livro antigo, ele ouviu no fundo de sua alma o sussurro agoniado de uma criança e um pouco assustado olhou ao seu redor procurando pelo pequenino machucado perto de si, não que o deus possuísse a mínima vontade de ajuda-lo, mas o faria mesmo assim.

Entretanto ele não encontrou ninguém.

Quando a voz parou mesmo estando confuso o de olhos verdes decidiu ignorar o que quer que tenha sido aquilo e até teria se esquecido do acontecido irrelevante em pouco tempo se a vozinha frágil não tivesse voltado durante todos os dias de um mês, insistente como qualquer outro tão jovem indivíduo poderia ser. Estranhamente a sensação que o chamado lhe causava era diferente de todas as outras vezes que pessoas tentaram se comunicar com ele com um método parecido estando longe de si.

Cansado da criança intrometida e irritante, porém também um pouco preocupado com sua sanidade mental, Loki engoliu parte do orgulho e foi até o Pai de Todos pedir um conselho, embora obviamente isso não tenha acontecido antes de ter procurado em quase todos os livros que ainda não havia lido algo que parasse com as vozes de sua cabeça, por não encontrar nada pensou que talvez fosse o primeiro com aquele tipo de problema e acabou precisando recorrer a sua última opção.

Odin ficou surpreso quando o filho relatou o que ocorria, tão surpreso que o encarou com certa nostalgia por tempo o suficiente para que o outro ficasse ainda mais inquieto. Foi bom que antes que o mais novo se desesperasse pensando que estava com algum tipo de doença fatal o rei lhe tenha sorrido orgulhoso e falado algo como:

" Relaxe meu filho, você apenas está ouvindo um chamado de Midgard. "

O Pai de Todos parecia tão feliz com aquilo que Loki se sentiu relativamente bem em ser a causa da satisfação emocional do monarca, afinal isso não aconteceu muitas vezes desde suas mais antigas lembranças.

Ao questiona-lo do porquê de tanta comoção sua figura paterna apenas continuou a dizer "Os humanos em sua maioria não acreditam mais em nós, Loki. Houve um tempo em que eles nos idolatravam e rogavam aos céus pedindo por nossa interferência, mas faz tantos séculos desde que deixei de ouvir suas preces que acreditei que nenhum deles pediria a nós novamente com força o suficiente para que voltássemos a ouvir. Estou feliz com essa criança que escutas, mesmo que estranhe a escolha dela sobre a quem pedir ajuda. " - Ele riu um pouco. - " Ouça o que ela tem a dizer meu filho e interfira se conseguir ou achar muito necessário, garanto que esta será uma boa experiência."

Loki - A Profecia Do InfinitoWhere stories live. Discover now