Loki - A Profecia Do Infinito

Você confia em mim?

Aquele era um momento de paz que a muito tempo aquelas pessoas não tinham em suas vidas, os sorrisos começaram a vir com mais facilidade e aos poucos as guardas foram abaixando. A presença de Loki, mesmo que os ameaçasse, começou a incomodar menos do que deveria e, de todos, Thor era o que mais se sentia feliz com a situação, aquele era o mais agradável momento em família que teve nos últimos anos e só ele sabia o tanto que a falta desses momentos o machucava. O Deus do Trovão se encontrava encarando o irmão em silêncio, Pepper se retirou para resolver rapidamente alguns assuntos da empresa que leva o seu nome, Morgan foi para a escola e agora Loki tentava ensinar a Lin como descascar uma laranja enquanto Clint explicava como algumas de suas flechas funcionavam, a garota parecia se interessar bastante por qualquer coisa que envolvesse a ciência. Thor suspeitava que o arqueiro havia jogado sua mistura esquisita fora para que ela não passasse pela mesma desaprovação que o seu pão passou.

Enquanto observava o irmão, o loiro se recordava de como o encontrou meses depois da segunda luta contra Thanos, nas lembranças dele o jotun e o povo caíram lutando bravamente ao seu lado e seu tempo com os guardiões da galáxia o ajudou a se sentir menos culpado por tudo o que aconteceu, mas nunca deixou de esperar que o deus travesso aparecesse novamente como de fato ocorreu...

"Thor observava a Nova Asgard pela sacada de seu novo quarto, foi Tony quem comprou toda aquela região para que os deuses pudessem seguir em frente e, desde que até mesmo o amigo bilionário se foi, cada um lidava com o luto de sua própria maneira. O sol brilhava lá fora, mas para o loiro aquele era apenas mais um dia de folga cinzento como qualquer outro, estavam na exata data que se completava seis anos desde que lutou com Thanos pela primeira vez e que perdeu metade de seu povo, assim como o que havia restado de sua família. Ele se sentia terrivelmente melancólico mesmo que todos os seus amigos estivessem dispostos a ficar ao seu lado sempre que pedisse.

Quando o titã louco foi vencido e a batalha finalmente teve o seu fim, o loiro buscou por seu irmão entre os revividos, mas não o encontrou, assim como não encontrou mais nenhum asgardiano. Entretanto o corpo do deus das trapaças também não foi encontrado em lugar nenhum, forte como Loki era a destruição da nave não seria o suficiente para desintegrar o que restasse dele, por isso ainda guardava esperanças.

Demorou para que as coisas se acalmassem e ele pudesse pensar em se estabilizar na Terra, mas agora estava ali, em uma cidade isolada que poucos se preocupavam em lembrar que existia, sozinho em casa com seu novo "martelo" e sem ter a mínima noção do que fazer. Thor até havia ganhado um celular, mais um presente deixado por Tony antes dele partir, para não ficar mais incomunicável e com isso o deus ainda se agarrava a pequena possibilidade de que talvez o jotun viesse até ele, seria mais fácil para o irmão encontra-lo se outras pessoas soubessem se sua localização. Isso, é claro, se o deus da trapaça decidisse ignorar o fato de que ambos podiam se comunicar por suas mentes.

Loki apareceria de novo, era o seu irmãozinho travesso de quem falavam e ele sempre voltava.

De tão distraído que se encontrava Thor levou um susto quando ouviu que uma voz familiar chamava por ele. Ela parecia um tanto desesperada e por isso o herói não demorou para chamar o seu "martelo", usar a bifrost e ir de encontro ao velho amigo.

Doutor Erik Selvig pareceu ainda mais empolgado do que já estava quando viu o amigo asgardiano se aproximando no meio da neve.

- Thor! Que bom vê-lo! Não vai acreditar no que eu encontrei!

- Se não for algum alienígena bizarro que quer destruir o mundo temo que não serei de grande ajuda. – O loiro brincou sorrindo de leve.

- Bom, eu não sei se ele quer destruir o mundo. – Erik ampliou ainda mais o seu sorriso. – Vamos, venha para dentro, está muito frio aqui fora.