Chocolate quente

57 9 4
                                    


Ele apontou o sofá para mim e enquanto eu me dirigia a ele, Seungkwan balançou a cabeça e começou a tirar algumas coisas do armário. Eu me sentei. Demorou um pouquinho, mas logo ele apareceu carregando duas canecas de chocolate quente e estendeu uma para mim.

- Cuidado está quente.

- Obrigada parece delicioso. - disse assoprando a espuma.

- De nada. Acho que eu sou bom em fazer isso, pelo menos é o que Mingyu diz.

- Quem é Mingyu?

- É o filho da senhora Kim.

- Vocês parecem ser bons amigos.

- E somos. Fomos criados juntos. Quando eu fui abandonado a família dele me acolheu.

- Poxa eu não sabia, sinto muito.

- Imagina. Foi há muito tempo, não há porque se sentir triste.

- Então é por isso que ela fala que você é como se fosse filho dela?

- Sim. E é por isso que eu a ajudo. Sinto-me em dívida com ela.

- Desculpe-me se desconfiei de você.

- Não precisa. Se eu estivesse em seu lugar pensaria o mesmo ao ver alguém que acabei de conhecer entrar completamente sujo de sangue. Mas você lidou bem com isso.

- Você acha?

- Bom... Você não saiu correndo nem me ignorou. Então sim, acho que sim.

- Vontade não faltou. Mas não quis ser ingrata. Quis dar um voto de confiança a você e foi também porque meu instinto me disse que deveria acreditar em você.

- Que bom! Acho que tenho que ficar grato por esse seu instinto?

- Por quê?

- Porque ele não permitiu que você fosse para longe de mim.

Ele falou isso e tomou um gole do chocolate quente. Eu fiquei sem reação.

"O que ele queria dizer com isso?"

Dei de ombros, decidindo não perguntar e retomar o assunto.

- Mas você conhece seus pais?

- Conheço, mas não tenho contato com eles. Parece que eu fui fardo e por isso eles me abandonaram. Mas e você como é sua família, quero dizer, está pronta para me contar por que foi parar na floresta àquela hora e naquele frio?

Eu tomei um gole do chocolate procurando por forças para responder, afinal de contas, ele havia se aberto comigo, sem obrigação nenhuma, pois estávamos convivendo juntos há apenas alguns dias, e acredito ele tenha feito isso para que eu me sentisse mais à vontade para conversar com ele e também para me mostrar que podia confiar nele. Eu o encarei e ele pareceu notar meu nervosismo.

- Não se sinta pressionada. Se não quiser me contar, tudo bem. Eu entendo. Família é um assunto complicado mesmo. Vamos ao seu tempo.

- Tudo bem. - eu disse colocando a caneca sobre meu colo. - Você me contou um pouco sobre você acho que eu também devo te contar um pouco sobre mim. Eu...

Filhos da Escuridão ↬ Boo SeungkwanOnde histórias criam vida. Descubra agora