Os Segredos de Amber Lewis - 1ºLivro

CAPÍTULO 5

Capitulo revisado [✔️]

"Ser profundamente amado por alguém nos dá força. Mas amar alguém profundamente nos dá coragem."
~ Lao-Tsé

**AMBER**

Eu nunca fui uma pessoa de muita fé. 

Acho que meus antecedentes me levaram a ter esse bloqueio. 

A fé, se baseia basicamente na força da crença, em muitas das vezes essas crenças são feitas a seres divinos. 

Acreditasse que se rezarmos em nome destes tão ditos "Santos" ou a esses seres divinos, nossas preces serão ouvidas e nosso caminho vai ser traçado em segurança pela presença dos mesmos.

Eu não acho a mesma coisa.

É óbvio que respeito as outras crenças e religiões que existem, afinal, cada um tem o direito de acreditar no que achar o correto ou o melhor. Mas pessoas rezam por sinais, rezam por agradecimento, adoração ou louvor. Elas rezam por proteção ou em benefício próprio. E acima de tudo rezam porque acreditam que quando suas preces são ouvidas, os santos para quem oram os protegem.

Eu não consigo me ver rezando a algum santo por salvação ou por qualquer outro motivo.

Nenhum santo tomou conta de mim na minha vida, pelo menos não do jeito que eu precisava. Nenhuma divindade segurou os tapas que foram dirigidos ao meu rosto, nem curaram os machucados feitos na minha pele, nenhum deles me abraçou e secou minhas lágrimas como eu precisava que alguém fizesse, nenhum deles fez isso. Não como Jesus fez.

Ele esteve lá, secou minhas lágrimas, me acalmou nas noites dos meus pesadelos, me deu espaço e ao mesmo tempo esteve lá. Ele cuidou dos meus machucados assim como eu cuidei dos deles. Eu posso não acreditar em santos, mas acredito nisso, acredito nele, acredito na nossa amizade e no que ela já foi um dia.

Acredito na família.

Não naquela família de sangue, mas na família que adquirimos durante a vida. Aquelas pessoas que perderíamos um braço de bom grado apenas para vê-la sorrindo. Uma vez me disseram que família não começa no sangue e não acaba nele também. Família é aquela que se importa com você, não com o que você pode trazer a eles. Família é aquela que está lá, para o bem, para o mal, tudo, mesmo quando doí, principalmente quando doí, isso é família. E Jesus é parte da minha família.

Mas agora que o reencontrei, não ligo se foi obra de anjos, santos, do próprio diabo ou até mesmo de Deus. Estou grata a quem quer que for.

Ele ainda parecia uma miragem na minha frente. Eu poderia me beliscar 100 vezes e ainda não estaria acreditando. O horário do terceiro tempo tinha acabado de tocar, meus livros já estavam dentro do armário, mas eu ainda estava parada na sua frente.

- Vamos, bambola, temos quer ir - Jesus comentou abrindo aquele sorriso maroto de sempre, com o seu toque de presunção especial. Senti vontade de rir quando percebi o quanto ver aquele sorriso me deixou feliz. Quando ele sorri as suas covinhas aparecem.

Jesus então encaixou seu braço ao meu e começou a me guiar pelos corredores, me dirigindo a minha próxima aula enquanto me enchia com várias perguntas de como eu vim parar ali, e como eu estava aqui. Eu também o enchi de perguntas, mas não é como se um de nós dois tivéssemos algum tempo para respondê-las.

O olhando mais perto agora, Jesus não parecia ter mudado tanto, apesar de agora seu rosto trazer uma alegria muito mais iluminada do que um dia eu cheguei a ver. Ele estava com uma aparência ótima na verdade.