Mais três dias se passaram. Com isso, Taehyung conseguiu traduzir o restante do primeiro livro do meu bisavô, e começou a traduzir o segundo, que de acordo com ele mesmo, estava mais fácil, porque tinham menos palavras e mais desenhos e rabiscos que ainda eram desconhecidos por nós.
Eu estava começando a sentir o peso do tédio em cima de mim, porque eu ficava deitado, enquanto ele traduzia os livros e sequer falava um A comigo. Não que eu quisesse que ele ficasse falando o tempo todo, mas passar cinco dias sem ter ninguém para conversar direito, me deixava bem desanimado.
A única coisa de diferente que eu fazia, era sair da cabine na hora do jantar, que para o capitão e seu filho, era servido na sua própria cabine, e com uma comida melhor do que a dos demais marinheiros. E como eu era um príncipe que estava à bordo, eu comia junto com eles, mas em silêncio, porque afinal, eu ainda era um prisioneiro deles.
Pelo menos eu sabia que o tal festival de cerveja artesanal estava chegando, e eu pelo menos iria sair desse navio para fazer alguma coisa interessante — que no caso seria roubar um baú de um navio fodasticamente perigoso e quem sabe, burlar as regras do meu pai e beber uma cervejinha com os piratas.
Me sentia muito fora da lei. Vejam só, eu estava num navio pirata, iria invadir outro navio para cometer um roubo e estou sendo cúmplice do filho do capitão, para achar um tesouro... pirata. Bem comédia para quem viveu a vida inteira treinando formas de etiqueta, para se portar bem e ser um bom rei e um bom marido.
Eu poderia ficar boa parte do dia ali, fantasiando como seria quando eu voltasse para Busan, mostrando o tesouro do meu bisavô e dizendo que eu sempre tive razão sobre ele, mas eu tomei um susto, quando a porta da cabine foi aberta, com um pirata ruivo entrando às pressas e pegando sua pistola.
— O que aconteceu? — Arregalei os olhos, nitidamente assustado, já imaginando o pior. Me sentei de uma vez, quase agarrando seus tornozelos, para que ele não saísse sem me dar uma explicação.
— Hey, calma — riu, provavelmente achando graça da minha atitude exagerada. — Vamos ancorar em Jeju e estamos perto.
— E qual a necessidade da arma?
— Sou um pirata? — Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e talvez realmente fosse.
— Tá, mas...
— Iremos saquear, Jungkook. Não posso invadir lugares apenas com meu título de filho do capitão do Baem e sair com tudo o que eu quero..
— Você está maluco? — Me levantei do chão, sentindo a dor nas costas, por estar deitado ali por muito tempo — isso porque ele me ofereceu o chão para dormir, já que não abriria mão da sua cama.
— Claro que não! Por que estaria?
— Vai roubar?
— Jungkook — gargalhou, como se eu tivesse contando uma piada muito engraçada, e aquilo o tivesse desestabilizado por completo. — Eu sou um pirata! Esperava o quê?
— Decência? — Franzi o cenho, vendo a merda que eu estava falando e caindo na real.
Piratas são ladrões do mar e eu esperando decência.
— Olha, Jungkookie — brincou, falando como se eu fosse uma criança. — Vou fingir que você não disse nada disso, e assim fica tudo bem, ok?
— Mas... — Eu mesmo cortei minha fala, quando ele saiu da cabine, me deixando falando sozinho.
Levantei aos tropeços para correr atrás dele e o segurar pelo braço.
— Taehyung! E os livros?
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CZYTASZ
Leom (jjk+kth)
FanfictionDesde pequeno, Jungkook escuta histórias de seu pai, contando sobre o bisavô, um rei que burlava as regras e saía em aventuras, fingindo que estava cuidando de coisas de Busan. Quando Jungkook cresce, ele encontra livros, que contém escrituras do pr...